As primeiras brasileiras aviadoras e a conquista de voar até Santos

Conquistar os céus era o grande objetivo do homem no final do século 19.

Eles queriam voar.

Elas, naquela época, ainda não podiam votar na maior parte do mundo. No Brasil, sequer tinham o direito de ingressar no Ensino Superior. Mas eles queriam voar. E, em setembro de 1906, o brasileiro Santos Dumont levantou voo com o 14-Bis. Quando o pai da aviação surgiu, na França, a primeira mulher a tirar o brevê no Brasil ainda nem tinha nascido.

Ada Rogato chegou ao mundo só quatro anos depois

Especificamente em dezembro de 1910, em São Paulo.

Filha de imigrantes italianos, a educação de Ada foi a típica da época. Em outras palavras, bordar era mais importante que ciências e a única coisa que precisava saber pilotar, era o fogão.

Mas ela tinha outra ambição: queria aprender a voar.

Assim, em 1935 ela se tornou a primeira mulher a tirar o brevê no Brasil (documento que dá permissão para pilotar aviões). Também foi a primeira paraquedista do país. Antes destas conquistas, porém, outras mulheres já estavam voando pelos céus brasileiros.

E as primeiras brasileiras aviadoras voaram até Santos

Viajar de São Paulo para Santos é, atualmente, muito simples. Mas nem sempre foi assim. Só para ilustrar, em 1908 o trajeto foi feito de carro pela primeira vez. Levou nada menos do que 37 horas.

Se pela estrada era difícil, pelo céu o nível de dificuldade não era menor.

De acordo com registros da época, considerava-se chegar aqui de avião uma prova de fogo – por conta da serra do mar. E muito antes de um avião ficar disponível para aluguel na praia de Santos (clique aqui), banhistas assistiram ao quinto pouso da história por aqui. Pela primeira vez, era uma mulher que estava pilotando.

Isso aconteceu em maio de 1922. E a piloto era Anésia Pinheiro Machado. Apesar do sobrenome, a primeira piloto a voar até Santos não tem qualquer ligação com o senador que dá nome ao Canal 1, tá?

Em resumo, ela foi a primeira mulher a pilotar um avião no Brasil. Mas, por algum motivo sem explicação, o brevê dela saiu bem depois do da Ada.

Em 1922, em resumo, a viagem até Santos teve um objetivo: trazer uma saudação do jornal A Gazeta à imprensa santista. Além disso, a piloto garantiu o recorde feminino de altura na América do Sul (4.124 mil metros de altitude) neste mesmo dia.

Thereza, Ada e Anésia

Thereza di Marzo, outra mulher pioneira na aviação brasileira, também voou até Santos naquele mesmo ano. Ao que tudo indica, aceitar o desafio de voar até Santos não era para qualquer um. E ambas aceitaram e saíram bem sucedidas dele.

Não encontramos registros que indicassem que Ada Rogato, oficialmente a primeira piloto, esteve por aqui. Mas a lista de feitos dela é enorme e rendeu até livro.