Texto porLudmilla Rossi
Santos

Como é morar em Santos: a jornada da Gabriela

A Gabriela Olmos nasceu em Campinas e morou em várias cidades diferentes até chegar em Santos. Ela chamou Campinas/SP, Varginha/MG, São Carlos/SP, Chicago/USA e São Paulo/SP de casa antes de se acostumar com os canais e com os “tus”. Em março de 2017 se estabeleceu aqui para acompanhar a esposa Mireli, que havia sido transferida para Santos por conta de uma oportunidade profissional.

Gabi tinha um “sonho” adolescente de morar no Rio. Não necessariamente pelas praias, mas pela cidade em si. “Acho que me cativava bastante essa ideia de cidade desenvolvida com praia, que aqui em Santos tem. Mas eu não tinha essa ideia de um dia morar na praia…

Juicy Santos – Qual a maior vantagem de morar em Santos?
Gabi Olmos – Acho que são várias! Hoje consigo listar as seguintes: estar muito perto de São Paulo, estar muito perto de paraísos litorâneos, poder rodar a cidade a pé ou de bike, ter acesso rápido à vista pro mar na hora que achar que precisa olhar para ele; viver em um local que tem uma pegada das grandes cidades interioranas do estado de SP (acesso rápido às novidades mas com a tranquilidade de uma cidade pequena). E com uma praia de brinde. Poder ocupar o espaço público para mim é muito importante, além de ser mega democrático e eu acho que aqui em Santos a gente tem essa chance.

Gabriela Olmos conta como é morar em Santos

JS – Como foi o processo de mudança para Santos?
GO – A Mireli (esposa) veio morar aqui em 2015, sozinha. Foi difícil, tudo muito caro para quem vem sozinho ou pra quem estuda, por exemplo. Quando eu cheguei, no ano passado, a gente já tinha uma noção maior sobre a cidade e regiões. A Mireli morava no Boqueirão, gostávamos bastante dali mas o tamanho de apartamento que a gente buscava, naquele momento, ia pesar bastante na renda mensal se alugássemos naquela região. Até achamos coisas que cabiam no nosso bolso por lá, mas tudo muito velho (isso na verdade foi de maneira geral, a maioria dos lugares que encontramos eram muito velhos e os proprietários não estavam dispostos a fazer melhorias). Foi quando ficamos sabendo que as coisas no canal 1 e 2 eram mais baratas. Então, buscamos por aqui e achamos um apartamento dentro do valor que a gente queria, com um tamanho até maior do que buscávamos, super arejado, em um prédio alto (queríamos isso também) e bem mais novo do que todos os que tínhamos visto até então. Essa busca durou um mês no total.

Sobre a minha colocação profissional foi mais difícil. Eu comecei a buscar empregos por aqui, na área de comunicação com foco em marketing, em novembro de 2016. Não conhecia ninguém da minha área aqui na região e as poucas pessoas com as quais a Mireli se relacionava me indicaram lugares para eu buscar. Mas também não conheciam ninguém nas empresas/agências, tampouco sabiam sobre vagas, como se aplicar, etc. Então eu saí mandando currículo para todos os lugares que existiam departamentos com essa área, independente se tinham vagas ou não. Fiz um levantamento geral desses locais na região, peguei e-mails ou acesso ao “trabalhe conosco” e fui enviando.

O fato da cidade ser pequena nos deixa com poucas opções, de maneira geral. Sem contar o lance de que na área de comunicação o QI importa bastante. Eu cheguei a cogitar voltar a trabalhar com jornalismo diário (sou jornalista e trabalhei boa parte do tempo em TV), pois os meus contatos nessa área acesso às TVs daqui. Mas acabei deixando como a última opção, caso nada acontecesse até o período estipulado para a nossa mudança (quando vencia o meu contrato de aluguel em SP).

Eu acabei não encontrando nada durante esse tempo, então me mudei para cá mas continuei trabalhando em SP. Eu ia e voltava todos os dias de fretado. Eu decidi ficar um tempo fazendo isso porque eu tinha acabado de começar a trabalhar em uma start up e eu queria testar e aprender. No final de agosto, um amigo que também tinha acabado de ser mudar para Santos (e era da mesma área que eu) me avisou sobre uma vaga na agência onde ele estava. Enviei o meu currículo, participei do processo seletivo para a vaga e em setembro de 2017 eu estava me mudando inteiramente para Santos, agora trabalhando a 1,5km de casa.

JS – Qual a maior mudança no estilo de vida?
GO – Na qualidade de vida do dia a dia, sem dúvida. Eu vim de SP, então, já imagina como era a minha rotina por lá. Mesmo eu morando relativamente perto do meu trabalho, eu passava um tempinho bom no metrô diariamente e quase toda semana vivia algum imprevisto relacionado à tempo (previsão do tempo) ou transporte.  A Mireli estava morando na Argentina antes daqui, então esse comparativo não cabe muito pra ela porque ela tinha um estilo de vida tranquilo em uma cidade grande que funcionava melhor do que SP.  A maior mudança no meu estilo de vida vindo de SP pra cá foi com certeza a relação com o trânsito e transporte.

JS – O que mais te encanta na cidade?
GO Vocês falando tu. hahaha brincadeira (mas isso encanta mesmo).  Aqui tem uma atmosfera muito única, eu não sei explicar. A vibe de Santos me encanta demais! É o clima de cidade grande com uma orla maravilhosa e pessoas ocupando o espaço público de diversas formas 24h por dia. Eu sempre digo assim pros meus amigos de Santos “cara, vocês tem a praia! Já pensaram que não importa o que aconteça vocês sempre vão ter a praia?”. Eu acho demais você sempre poder contar com a praia como um lugar para ir em qualquer ocasião, acompanhado ou não.

JS – O que mais decepciona?
GO – O centro histórico. O potencial incrível que aquele lugar tem, tão desperdiçado. Tinha tudo para ser maravilhoso e muito ocupado. Dia e noite, todos os dias. Mas aparentemente o poder público não faz muitas ações para isso rolar e é bem controverso. Ao mesmo tempo que a orla é linda, lá fica às moscas (eu sei que a praia é o que os turistas mais procuram, mas estamos na maior cidade da Baixada Santista, é uma das mais antigas do Brasil, um centro fantástico, com cafés, restaurantes, bares, museus. Com mais segurança e cuidado, com certeza ia ser bem visitado. É só olharmos para quando tem eventos por lá, aquilo lota. E é aquela coisa também, quanto mais movimentado está um lugar, mais seguro ele será.

JS
 – Qual foi a maior descoberta que você fez morando aqui?

GO – A fruta Cambuci.