Texto porFlávia Saad
Santos (SP)

Tem mais lixo plástico no mar de Santos – e o que eu posso fazer sobre isso?

Aqui no Juicy Santos, adoramos falar o quanto a vida na praia é boa. Mas e nós estamos cuidando da nossa praia o bastante para isso?

De acordo com um relatório do Instituto Mar Azul (IMA), somente em 2023, 230 quilos de detritos foram retirados das areias e águas de Santos. Especialmente, há uma presença predominante de objetos e embalagens plásticas. E pior: em relação a anos anteriores, houve aumento considerável de plásticos despejados sob o mar santista, totalizando 47 mil fragmentos. Foram mais de 7 mil itens a mais recolhidos em relação a 2022.

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O perigo do lixo plástico no mar de Santos

As partículas que chamamos “microplásticos” (dependendo do tamanho) podem ser ingeridas indiretamente por peixes e até mesmo comidas por aves, tartarugas e mamíferos marinhos. O resultado? Prejuízos ambientais, econômicos e a quem frequenta as praias de Santos.

Um estudo da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) revelou que o estuário de Santos é, atualmente, um dos locais com maiores índices de contaminação por microplásticos em todo o mundo. Pesquisadores avaliaram, em julho de 2021, amostras da região da balsa Santos-Guarujá, da praia do Góes e da ilha das Palmas, comparando os resultados com estudos internacionais.

O estuário de Santos, em particular, sofre com o descarte de lixo doméstico e industrial dos municípios da região.

E mais: o metal passou de 1.264 em 2022 para 10 mil detritos em 2023. Resíduos de madeira, como palitos de dente, fósforos, espetinhos de churrasco e palitos de sorvete, passaram de 977 em 2022 para 2.221, em 2023.

Hailton Santos, diretor presidente do IMA, explica que esse tipo de trabalho de monitoramento mostra a realidade do dia a dia nas praias.

“A quantidade de material que recolhemos está, na verdade, diretamente ligada às atividades que acontecem nas praias. Por isso são tão importantes os atos de educação ambiental para que ambulantes e permissionários vejam a importância de recolher o lixo produzido”.

A Secretaria de Meio Ambiente afirma que está sempre monitorando e intervindo no descarte irregular nas praias da cidade.

“O diagnóstico diz muito sobre o hábito global dos frequentadores das praias, por isso Santos tem um trabalho permanente de atenção a esse fator. Porém também é necessário que moradores e turistas se conscientizem para diminuir todos os danos que o descarte irregular causa no meio ambiente”, diz Marcos Libório, secretário da pasta. 

E o que eu posso fazer sobre o lixo plástico no mar de Santos?

Para diminuir os impactos da poluição, o poder público se responsabiliza por programas de educação ambiental e reciclagem que também contribuem na renda dos catadores de matérias-primas locais.

Além disso, institutos como o Mar Azul e o Ecofaxina promovem mutirões de limpeza com voluntários ao longo do ano. Em 2024, já estão previstos mais de 20 eventos do tipo. E você pode participar como voluntário em algum deles ao entrar em contato com as entidades.

Ao longo de 2023, só para ter uma ideia, os mutirões do Mar Azul recolheram:

  • 117 mil materiais
  • 38 mil bitucas de cigarro
  • 10 mil itens de metais
  • 9 mil detritos de isopor
  • 5 mil embalagens de papel
  • 2 mil objetos feitos de madeira

Outra forma de reduzir a quantidade de detritos que chegam ao mar está na correta separação e descarte dos resíduos domésticos.

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Desde 1991, Santos tem um sistema que incentiva a separação do lixo orgânico do resíduo reciclável, além de trazer benefícios sociais, ambientais e econômicos,

Todo o material vai para a cooperativa de catadores que, com a venda dos recicláveis, garante o sustento de dezenas de famílias.

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