Descobrindo o Egito e suas belezas naturais

Aos 23 anos, tomei coragem e resolvi embarcar para a África.

Muitas pessoas vieram questionar os motivos de ter escolhido um lugar com uma cultura tão diferente, e também ficaram receosos, pois ainda existe aquele medo de viajar para um país árabe.

Porém, às vezes, é preciso buscar novas experiências de vida.

Descobri uma ONG chamada AIESEC, que tem como propósito o desenvolvimento pessoal e profissional de jovens e estudantes, com trabalhos voluntários possibilitando intercâmbio para mais de 127 países. Eles têm uma filial em Santos e foi lá que busquei mais informações a respeito das opções que eles oferecem.

Templo de Abu Simbel, no Egito

Então decidi meu país e projeto, no Egito, chamado Backpacking Egypt 10.0.

O projeto Backpacking Egypt 10.0 tem como finalidade ensinar para os voluntários toda a história, cultura e hábitos da população daquele país, para sermos como um “canal de comunicação” e mostrar o verdadeiro Egito para o mundo.

Ele é divido em 3 grupos distintos: blog, mídias sociais e vídeo/fotografia. Durante toda a viagem, são dadas tarefas, como escrever sobre os lugares visitados pelo ponto de vista de cada pessoa, captar fotos e vídeos para mostrar cada cidade, postar e buscar nas redes sociais um meio de comunicação para a divulgação do país.

Durante a viagem, visitamos 9 cidades. Passamos mais de 80 horas dentro de um ônibus com diversas culturas misturadas. Conheci pessoas de todos os lugares: indiano, boliviano, chinês, costa-riquenho, colombiano, chileno, malaio, russo e brasileiro, é claro; eram quase 30 pessoas compartilhando o mesmo espaço.

Turismo no Egito

Quando pensamos em Egito, pensamos em pirâmides.

De fato, grande parte da economia do Egito vem do turismo – só que ela teve uma queda de 80% nos últimos anos, desde a onda de ataques durante a Revolução Egípcia entre 2010 e 2011.

Então, surgiu a ideia deste programa para estimular o turismo. O objetivo é que, um dia, as cidades possam se tornar sustentáveis apenas por essa atividade.

Templo de Hatshepsut

Primeiro visitamos Luxor, cidade muito famosa pela quantidade de templos existentes, como o Templo de Hatshepsut, Templo de Karnak ou o famoso Templo de Luxor, com as imensas estátuas do faraó Ramsés II. Nesta cidade, tive a experiência de, pela primeira vez, fazer um passeio de balão. Realizei um de meus sonhos e ver tudo aquilo de cima com o nascer do sol foi uma visão inacreditável…

Depois de mais algumas horas de ônibus, chegamos em Aswan, onde passei duas noites em uma casa de família. Aprendi com a dona da casa a receita caseira e espetacular do famoso prato típico, o foul, à base de fava de feijão e que lembra um pouco nosso “tutu de feijão”.

Aprendemos sobre hábitos alimentares e sobre o dia a dia deles também. Tivemos a oportunidade de nadar no Rio Nilo e jantar em um barco no rio.

No dia, seguinte viajamos próximo dali na região chamada Núbia para visitar o Templo de Abu Simbel, com uma visão incrível do Nilo adornado pelos pássaros da fauna local. O templo resplandece sua beleza de uma forma magnífica.

De lá, partimos para Marsa Alam, que particularmente foi a minha cidade favorita. Vi pela primeira vez o Mar Vermelho, que não é nem um pouco vermelho, e sim tem águas muito límpidas.

Dormimos em um hotel com tendas e, durante a noite, conseguimos enxergar algo que pelo menos eu nunca havia visto: um céu tão iluminado, com tantas estrelas, de tirar completamente o fôlego.

A cidade seguinte foi Hurghada. Pela primeira vez, fiz snorkeling no Mar Vermelho. Nadamos ao lado de diversos tipos de cardume e passamos o dia em uma lancha, onde pudemos aproveitar o dia e tirar fotos maravilhosas.

Passeio de Barco em Hurghada, no Mar Vermelho

Com a viagem a mil, fizemos uma pequena pausa para descanso em Ras Sudr e dali partimos para a próxima parada, em Saint Catherine. Me desafiei e escalei ao lado de todos o famoso Monte Sinai. 

Escalando o Monte Sinai

Foram quase 3 horas subindo pelas pedras, em uma noite muito fria. Paramos e fizemos uma refeição em meio de uma fogueira. Após chegar no topo, tivemos que dormir todos juntos.

Naquela noite, fez -15º Celsius! Após acordar de manhã e ver o nascer do sol no topo da montanha, me senti abençoada, cheia de paz, vendo toda aquela natureza criada no mundo, apenas esperando para ser contemplada. Após completar essa meta, deixei uma bandeira do Brasil com o nome de todos os brasileiros e sua respectiva cidade de origem (Santos está marcada no Monte Sinai!). Um dia, voltarei lá só para ver minha bandeira querida.

Quase no final, nossa jornada chegou a Dahab. Lá, escalei em rochas e fiz scuba diving – tudo pela primeira vez. Com uma visão incrível, a cidade tem um clima bem turístico praiano com um calçadão à beira da água.

Finalizamos a aventura em Siwah, dormindo no deserto do Saara. Conhecemos o chamado “Salt Lake”, que possui lagos com uma água tão azul como a cor do céu e pedras gigantes de sal espalhadas por todo o chão.

Pirâmides de Gizé

Voltando para o Cairo, andamos de camelo e conhecemos todos os pontos turísticos famosos importantes, como as Pirâmides de Gizé, Djoser, Sakara e Citadel de Cairo. 

Mas o mais importante: esse projeto me fez ver que não existe apenas isso no Egito. Há muito mais.

Tem mais beleza, cultura, histórias a serem descobertas e compartilhadas.

Deserto Black and White

Viajar para o Egito me fez perder o medo e receio de ir para um país estrangeiro, com uma língua ou religião diferente, fazendo com que eu acreditasse em mim mesma e buscasse meus sonhos e objetivos.

Então compartilho com vocês um pouco da minha experiência. Recomendo a AIESEC. Ou mesmo pegar o celular e começar a pesquisar a respeito disso. Não tenha medo do Egito. Se é seu sonho e tem vontade ir, vá… Não importa aonde seja. Siga seus sonhos, porque às vezes eles tornam-se realidade.

By: Anna Carolina Bruno