Texto porFlávia Saad
Santos (SP)

7 atitudes que tomei pra trazer sustentabilidade pra vida real

Trazer a sustentabilidade pra vida real é daquelas coisas mais fáceis de falar do que fazer. Ouvimos e lemos sobre as ações do impacto do homem sobre o mundo em que vivemos e muita gente prefere ignorar esses alertas dentro de suas bolhas.

E mudar de hábitos pra gastar menos energia, gerar menos lixo ou consumir de forma mais consciente dá trabalho, exige paciência e esforço e, claro, informação à mão pra entender como podemos trazer sustentabilidade pro nosso pro dia a dia.

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Vida mais sustentável

Não sou santa e nem estou aqui pagando de “bom exemplo”. Acontece que, quando conto de algumas coisas que acabei adotando nos últimos tempos pra viver melhor, as pessoas me perguntam como funciona e de que maneira consegui colocar isso em prática. É o caso da composteira em apartamento, por exemplo. Eu posso ter alguns outros costumes que não se encaixam na vida de sustentabilidade, mas procuro trabalhar com redução de danos, ou seja, minimizar o impacto ao máximo dentro das minhas condições atuais.

Além de cultivar mais plantas em casa e ter uma horta, separar o lixo doméstico e economizar energia sempre que possível – coisas que já deveriam fazer parte do dia a dia meu e de muita gente -, senti que poderia ir além com algumas alterações na minha rotina.

7 atitudes que resolvi adotar pra diminuir meu impacto no meio ambiente

1. Andar de bike

Entre o final de 2017 e o início de 2018, fiquei quase 5 meses sem carro por motivos familiares. Passado o impacto e o estranhamento (principalmente dos outros: “Flavia, cadê seu carro?”), comecei a me acostumar com a ideia de não ter mais veículo próprio, muito inspirada na Lud também, que já contou aqui sua história de como ela economizou mais de R$ 4.000 após vender o seu carro. 

Comecei a pedalar para todos os lados – pra levar filha no Inglês e na escola na cadeirinha, pra ir a reuniões de trabalho e ao escritório e até pra fazer compras no supermercado. Esse último, confesso, era o pior rolê, mas me fez acostumar com outra questão importante de uma vida mais sustentável, que é minimizar o desperdício e comprar somente o necessário.

No fim das contas, meu carro chegou em abril e eu hesitei em abrir mão dele definitivamente. Mas consegui diminuir muito o uso que faço do veículo e continuei usando a bike intensamente. Fazendo um cálculo rápido, eu uso bike e ando a pé em 75% das minhas saídas.

2. Abolir o algodão

Comprei da Arteirices em um bazar um trio de discos de crochê para tirar a maquiagem. Assim, consegui abolir o algodão não só pra remover maquiagem, mas também pra esfoliar e limpar a pele com tônico. Já faz uns 6 meses que não compro mais algodão e estou bem feliz, por ser um produto totalmente substituível, na minha opinião. Pra tirar make dos olhos, é IN-CRÍ-VEL!

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Os discos de crochê podem ser limpos com água e sabão neutro e até deixados de molho por algum tempo em uma solução de água + água sanitária, se você quiser que eles fiquem bem branquinhos. A única dica importantíssima é deixar secar ao ar livre, porque senão eles pegam cheiro de molhado.

Eu também já vi no blog Um Ano Sem Lixo (maravilhoso, aliás!) que você pode substituir os discos de crochê por pedaços de toalha ou panos.

3. Tirar os canudos da minha rotina

Além de evitar usar itens descartáveis pra tomar água e café, comecei a entender o problema dos canudos após ler uma matéria no Buzzfeed sobre o assunto e conversar com o William Schepis, do Instituto Ecofaxina, sobre os perigos do plástico nas águas do nosso litoral.

Hoje, recuso canudos na rua e em casa não utilizo.

Parece tão simples abdicar dos canudos. Mas, na prática, parece que eles se proliferam na nossa vida: todo mundo dá no restaurante, na praia, em qualquer lugar! Pior ainda pensar que, em Santos, existe uma lei que obriga os estabelecimentos a fornecerem canudos embalados individualmente aos clientes. Um verdadeiro desperdício de plástico, com a justificativa de oferecer mais higiene. Pra mim, não cola.

A boa notícia é que, agora, alguns lugares estão deixando de ter canudos de vez, como a Casa Porto, que anunciou no seu Facebook a mudança, e o Madê Cozinha Autoral, que já implementou os canudos de inox. Espero que mais restaurantes, bares e outros locais que servem bebidas sigam esse exemplo.

4. Ter uma composteira no apartamento

Compramos uma composteira doméstica da marca Morada da Floresta em abril de 2015 (a nossa é de um modelo anterior a esse). Ela gera muito húmus e muita curiosidade das pessoas. O equipamento fica na nossa área de serviço, ao lado da máquina de lavar roupas.

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As perguntas principais são em torno da higiene da composteira e das minhocas que ficam lá dentro. Posso afirmar que elas são bem limpinhas e que a composteira foi uma das melhores compras que fiz pra minha casa EM TODOS OS TEMPOS. Com ela, jogamos no lixo comum aproximadamente um saco de supermercado por semana – isso porque nem todos os restos podem ser descartados nela, como carne, cebola, alho e frutas cítricas. De resto, vai tudo “pras minhocas”, como diz a Filipa. Ela mesma já aprendeu como usar a composteira.

Retiramos o chorume periodicamente e utilizamos ele pra regar não só as nossas plantas, mas também fornecemos pra amigos e familiares que adoram receber esse adubo natural.

Os aterros sanitários de Santos já estão mega sobrecarregados – podemos fazer nossa parte aliviando essa demanda.

Se você quiser saber mais sobre o assunto, Santos tem um grupo de permacultura bem forte, que se reúne no Lobo Estúdio – e a compostagem é um dos pilares dessa filosofia de sustentabilidade.

5. Optar por cosméticos de marcas amigas do meio ambiente

No meu banheiro, entram preferencialmente marcas que não testam em animais, têm preocupação com a procedência dos ingredientes, utilizam ingredientes naturais e/ou são produzidos localmente, estimulando, assim, a sustentabilidade.

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Minhas favoritas atualmente são Lola e Davines (para cabelos) e Korres e The Body Shop (cosméticos). Costumo, ainda, comprar de pequenos empreendedores sempre que possível, como a Unevie, que conheci em uma das edições do Encontro de Criadores e fazem itens incríveis (meu marido também é muito fã dos produtos deles!).

6. Comprar menos e melhor

O Juicybazar é um dos nossos xodós aqui no Juicy Santos. O que começou como uma brincadeira pra trocar peças entre amigas tomou grandes proporções e hoje se transformou no maior evento de economia circular da Baixada Santista, estimulando a sustentabilidade em prol de boas causas.

Vocês podem pensar que o bazar só começa naquele dia de vendas ou um mês antes, mas eu fico com ele o ano inteiro na cabeça.

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Por causa do bazar, já reduzi meu consumo de roupas, sapatos e acessórios novos absurdamente. Nos últimos 5 anos, compro apenas o que vai substituir uma peça descartada. Por exemplo: pra que ter 4 saias pretas, se vou usar apenas 1? Ou por que comprar mais uma bolsa se eu já tenho o suficiente pra usar uma diferente em cada dia da semana?

Além de economizar em termos financeiros, o Juicybazar me ajudou a perceber que eu não preciso de um armário cheio pra atender as minhas necessidades diárias. E outra coisa: moro em um apartamento com um armário bem menor do que há 10 anos atrás, o que significa menos espaço pra guardar tanta roupa! Preciso escolher sempre o que sai pra algo novo entrar e geralmente uso o critério do “não usou durante um ano? Pode tirar” que aprendi com a minha amiga Érica Minchin. Recomendo que você baixe o ebook dela – Como Desentulhar Seu Armário.

7. Usar coletor menstrual

Já fiz matéria em 2015 sobre por que usar coletor menstrual e onde encontrar ele em Santos. Para nossa sorte, hoje ele está bem mais popular e dá até pra encontrar em redes de farmácias (quando iríamos imaginar isso???).

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Comprar um coletor menstrual foi uma das coisas mais libertadoras que eu já fiz. Meu ciclo melhorou, tenho menos coceira e passei a ter um ciclo bem mais saudável.

Informações sobre sustentabilidade

Eu venho procurado seguir blogs e perfis em redes sociais que tragam informações sobre sustentabilidade, como o previamente citado Um Ano Sem Lixo, Ecycle e Vivendo Sem Lixo. Eles me ajudam a perceber outras maneiras e trazem várias dicas pra ser mais sustentável.

Santos tem um programa muito legal chamado Recicla Santos, que dá descontos para quem troca seu lixo limpo no ponto indicado, como se fosse um programa de fidelidade. Mas não podemos apenas depender do poder público – cada um precisa fazer sua parte, na minha opinião, pra conter a deterioração do meio ambiente.

No dia 5 de junho, comemoramos o Dia Mundial do Meio Ambiente. Assim, resolvi levantar esse assunto da sustentabilidade por aqui – e quero faze-lo cada vez com mais frequência.

E você, o que tem feito pra ser mais sustentável no dia a dia?