Para onde vai seu lixo reciclável em Santos?
Junto ao nascer do sol, uma turma de 36 funcionários da Cooperativa de Materiais Recicláveis Santista (Comares) acorda.
Em sua maioria, vivem na Zona Noroeste, nos bairros Ilhéu Baixo e Santo Amaro.
Todos vão à Alemoa Industrial para trabalhar.
O acesso à região é complicado e, por isso, comemoraram a chegada do ônibus que os busca bem cedinho para mais uma jornada de trabalho.
Ao chegar ao galpão, o último em uma avenida que em nada parece com a Santos que estamos acostumados a ver e fotografar, vestem o uniforme: camisa, avental, botas, luvas e protetores auriculares.
Chegou a hora de ligar as máquinas e dar início à separação dos materiais trazidos pela coleta seletiva.
Mensalmente, aproximadamente 400 toneladas de recicláveis passam pelas mãos e equipamentos que ali trabalham.
“Esse número ainda é pequeno”, explica Odete Cunha, presidente da cooperativa.
“É preciso educar as pessoas, ensinar a separar e explicar que esse material tem que ser colocado no dia da coleta seletiva”.
Os trabalhadores dispostos na esteira de separação compartilham dessa opinião.
Papel branco (tipo sulfite), papel pardo, papelão, garrafas pet e garrafas de vidro são empilhados.
O último montante traz resíduos que não deveriam estar ali, como resto de alimentos e lixos de banheiro.
Antônio Teixeira trabalha na cooperativa há um mês – tempo de funcionamento da administração atual – e conta que esta se acostumando com o serviço.
“Mas a comunidade precisa ajudar, a gente recebe material que não é reciclável e isso atrapalha”.
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Após a separação, o material passa pela prensa e é vendido para empresas que trabalham com reciclagem.
As garrafas de refrigerante, por exemplo, podem se tornar camisetas ou voltar para as prateleiras do mercado.
“Confesso que lá em casa eu separava, mas só às vezes. Hoje consigo ver a importância do meu trabalho para a natureza, quero deixar uma cidade mais limpa para as próximas gerações”, comenta a dona Marcia Cecília.
Aos 54 anos, ela começou a dar mais importância para a seleção do material reciclável.
“Tomara que um dia todo mundo faça o mesmo”, continua.
Nos próximos dias, a cooperativa receberá novo maquinário, o que deve aumentar a produtividade do trabalho e, em consequência, o número de cooperados acordando bem cedinho para esperar o ônibus para mais um dia de trabalho.
Para isso, ajude separando o material reciclável da forma correta.
Mas o que eu posso colocar na coleta seletiva?
Quando os materiais passam pela esteira, o pessoal retira quase 40% para a pilha de rejeitos. Para facilitar o trabalho, basta ter em mente que nem tudo é reciclável.
O latão azul é para papel, mas adesivos, etiquetas, fita crepe, carbono, fotos, papéis toalha, higiênico, guardanapo, engordurados ou alumínio não são bem-vindos.
A lista de rejeitados continua com os metais. Nesse caso, nada de clipes, grampos, esponjas de aço, latas de tintas e pilhas.
Confira aqui a forma correta de descartar pilhas e aparelhos eletrônicos.
Quando o assunto são os plásticos, deixe longe da coleta seletiva cabos de panela, tomadas, embalagens metalizadas (de alguns salgadinhos), isopor, adesivos e espuma. Para acabar, nada de espelhos, cristal, ampolas de medicamentos e materiais temperados planos.
Veja quais são os dias de coleta seletiva em cada bairro de Santos:
Segunda-feira
8 horas: Estuário, Piratininga, São Manoel, Alemoa
13 horas: Boqueirão
Terça-feira
8 horas: Santa Maria, Bom Retiro, Vila Belmiro, Valongo, Morro São Bento, Boa Vista, Pacheco, Vila São Bento
13 horas: Campo Grande
Quarta-feira
8 horas: Paquetá, Vila Nova, Centro e Jardim Castelo
13 horas: Marapé e Gonzaga (zona comercial)
Quinta-feira
8 horas: Rádio Clube, Vila São Jorge, Chico de Paula, Jabaquara e Monte Serrat
13 horas: Pompéia, José Menino e Gonzaga (comercial/ residencial)
Sexta-feira
8 horas: Vila Mathias, Areia Branca e Gonzaga (zona comercial)
13 horas: Embaré e Aparecida
Sábado
8 horas: Caneleira, Saboó e Encruzilhada
13 horas: Ponta da Praia, Gonzaga (zona comercial), Nova Cintra, Macuco