Projeto Rios vai a Mariana (MG)

Em novembro de 2015, o Rio Doce foi notícia em todos os periódicos do Brasil e virou manchete internacional.

O maior desastre ambiental da história do Brasil mudou o cenário de diversas cidades, a vida de milhares de pessoas e, assim como a maioria das tragédias, caiu no esquecimento com a chegada de outro título chamativo nas homes dos portais e nas capas de jornais.

A tradicional memória curta da imprensa, no entanto, pode ser refrescada com a ajuda do piloto de paramotor e ambientalista Lu Marini, natural de Santos.

Juntamente com sua equipe, formada por seis pessoas, o cara irá ver do alto a atual situação das regiões atingida pelo mar de lama.

“Há algum tempo, eu criei o Projeto Rios, a ideia é sobrevoar os rios brasileiros e documentar toda a extensão em vídeos e fotos”, conta Marini.

“Para essa expedição, vamos procurar histórias e personagens. Esperamos encontrar relatos de superação, e não só falar o que todos já sabem”.

Imagem: Acervo pessoal

Durante a viagem, que começa em 29 de agosto, a equipe passará por mais de 220 cidades. O roteiro tem início em Mariana (MG) e se encerra na foz do rio, em Regência (ES).

Planos

Lu Marini contou ao Juicy Santos que, no retorno da expedição Rastreamento Rio Doce, as imagens captadas serão usadas pelo Fantástico (Rede Globo) em uma matéria especial.

Além disso, sua equipe vai trabalhar em um documentário e um livro, que devem ser lançados em abril de 2017, data em que se comemora o aniversário do rio.

“Meu grande desafio é compartilhar a minha experiência com as pessoas, passar o meu olhar de cada situação que encontro. Quando o trabalho fica pronto, é sempre muito gratificante ver o resultado”.

Projeto Rios

Criado em 2014, o projeto já sobrevoou toda a extensão do rio mais poluído do Brasil. Foram mais de 1.100 quilômetros sobre o Tietê, conhecendo de perto os problemas da poluição que ele enfrenta, além de presenciar a maior seca dos últimos 70 anos.

No ano seguinte, foi a vez de conhecer o Rio São Francisco, da nascente, localizada na Serra da Canastra, até sua foz, na divisa de Alagoas e Sergipe.

Neste ano, em março, a equipe sobrevoou o Rio Paranapanema, considerado um dos rios mais limpo do estado de São Paulo.

“Pretendo fazer expedições pelo Xingu, Tocantins, Araguaia, Paraná e Amazonas; o Rio Doce estava nos meus planos, sim. Mas, por conta do ocorrido, tive que adianta-lo”, finaliza.