Flanelinhas – os donos da rua

Santos, 22h45, sexta à noite, nos arredores da Associação Atlética dos Portuários. As ruas estão movimentadas, por conta do Festa Show Caiçara, que reuniu Nahoy, Zimbra e Natiruts na casa santista.

Locomover-se de carro é quase impossível, já que o público tomou as ruas. Estacionar, então, pode esquecer!

Vagas do Portuários: esgotadas.
Em frente ao local: o carro vai virar encosto pra galera do esquenta.
Nas proximidades: toda vaga tem dono.

Foto: Daniel Teixeira/Estadão

Não é novidade pra ninguém que seja em Santos, São Paulo ou qualquer parte do país, onde tem show, evento ou qualquer movimentação, os flanelinhas estão ali colados, dispostos a te ajudar.

E se não tem vaga: “Coloca ali ó, na guia rebaixada”.

Pode confiar, eles vão ficar olhado. Vão acalmar o dono da casa, que não vai poder transitar. Vão impedir os amarelinhos de te multar. “Por cinquentinha, linda!”. E, obvio, não vão estar lá quando você voltar.

A atividade dos flanelinhas é ilegal, afinal de contas, a rua é publica e os impostos já são caros o suficiente. Mas, os caras agem descaradamente em frente a policia. Gritam, ajudam a guiar o carro e enfrentam quem se opor ao pagamento.

Sem opção, você paga. É isso ou o medo de encontrar o veículo arranhado.

No fim das contas, somos extorquidos no quintal de casa e em frente a policia. Afinal, não adianta ir para a próxima rua, eles são uma equipe, divida e bem organizada. Ao estacionar e efetuar o pagamento, um avisa ao cara mais próximo “Zé, o carro preto ali já acertou!”.

E você, já passou por algum perrengue com flanelinha aqui em Santos?