Texto porFlávia Saad
Santos (SP)
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Santos tem o maior percentual de mulheres no Brasil – e o que isso quer dizer?

Santos é a cidade das mulheres. 

Aqui, 54,7% das pessoas pertence ao gênero feminino. O que significa que, a cada 100 habitantes, 54,7 são mulheres. Os dados fazem parte do Censo Demográfico de 2022, divulgado no dia 27 de outubro de 2023 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)

A cidade tem uma população total de 418.608 habitantes, sendo 228.881 mulheres. O segundo município com o maior percentual de mulheres é Salvador (BA), com 54,4%. A diferença entre as duas cidades é pequena, mas Santos tem uma população menor, o que torna a proporção de mulheres ainda mais significativa.

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O que pode explicar esse número?

Não há uma resposta única para essa pergunta, mas alguns fatores podem contribuir para o maior percentual de mulheres em Santos. Vamos a algumas suposições:

  • As mulheres já são maioria no ensino superior no Brasil. Como Santos tem um grande número de universidades e institutos de ensino superior, essas instituições atraem elas para a cidade;
  • Outro fator pode ser a forte presença do setor de serviços, que oferece mais oportunidades de emprego para elas;
  • Santos é uma cidade com um clima agradável e uma qualidade de vida elevada, o que pode ser um atrativo também.

Embora a gente possa relacionar essa lista com o aumento da porcentagem de mulheres, é apenas isso que temos: hipóteses.

A discussão aqui é outra. Se somos maioria, por que então temos tão pouca representatividade na economia, na política e na vida pública da cidade?

As mulheres representam grande parte da força de trabalho brasileira, estão à frente de famílias e negócios e são igualmente afetadas pelas decisões políticas.

O Brasil está longe de alcançar a equidade de gênero na política. Segundo estudos, o país levaria 120 anos para ter um número igual de homens e mulheres em cargos eletivos.

Sim, isso quer dizer que as demandas de metade da população não estão sendo devidamente atendidas. 

Quando se fala de mães, as questões se revelam ainda mais urgentes. Ainda que mães e mulheres sejam as principais “clientes” das políticas públicas desenvolvidas em todas as esferas – municipal, estadual e federal -, suas vozes e demandas muitas vezes sequer são ouvidas nessa elaboração. Falamos disso nesta matéria: Como a Baixada Santista trata as suas mães.

A gente precisa discutir gênero

Falar de gênero em uma cidade como Santos está se tornando cada vez mais complexo.

“Quando você é uma mulher que está na área de negócios ou inovação e está não só buscando seu lugar ao sol, mas também lutando para abrir espaços para outras mulheres e olha pro lado, vê que somos minoria absoluta nas rodas de poder. Você vê que o dinheiro está muito menos na mão das mulheres do que dos homens. As oportunidades surgem muito menos para as mulheres do que para os homens”, diz Ludmilla Rossi, CEO do Juicyhub. 

Para nós, aqui no Juicyhub, gênero e cidade são temas que não podem existir separados.

Para abrir diálogos inclusivos e propositivos para as mulheres, entendemos que se faz necessário quebrar estereótipos de gênero que impedem as mulheres de se candidatarem a cargos eletivos ou protagonizar negócios em alta performance, além de oferecer oportunidades e apoio para que elas trilhem qualquer caminho que desejarem – levando outras junto com elas.

Por isso, vai rolar um evento no dia 6 de novembro (segunda-feira) para debater liderança e gênero.

Faça sua inscrição aqui

Não é um evento só para mulheres – homens podem participar também.

“Falar de liderança e gênero importa para a gente ter uma cidade melhor, um mundo mais justo e mais interessante para todas as pessoas. Porque, se é bom para as mulheres, é bom para todo mundo”, explica Ludmilla.