Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos
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Cadê a vacina da COVID-19? Entenda tudo sobre a CoronaVac

Foi numa segunda-feira, 16 de março, que a quarentena começou em Santos e região.

De lá para cá, quase 200 dias se passaram. Já tivemos fadiga da quarentena, sentimos que somos os únicos em casa e vimos a praia bombando em alguns finais de semana de sol. Tem dias que, vamos confessar, dá vontade de jogar tudo para cima também.

Mas já estamos quase chegando aos 20 mil casos de COVID-19 em Santos. Dos quais resultaram 621 mortes (20 seguem em investigação). Dá vontade de sair e, logo em seguida, dá medo. E aí a gente se pergunta:

Falta muito pra vacina da COVID-19 sair?

Pessoas do mundo inteiro têm levantado a mesma questão. Por isso, a boa notícia é que cientistas das mais variadas nacionalidades estão trabalhando para criá-la.

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Nada menos do que 30 vacinas em potencial já estão em fase de testes.

Por isso, a estimativa é que ela será a vacina mais rápida da história a ficar pronta. Atualmente, o recorde pertence à vacina do sarampo. O vírus foi descoberto em 1953 e a imunização recebeu aprovação dez anos depois, em 1963.

Calma, os dez anos não serão diminuídos para nove ou oito e seis meses. De acordo com o governador de São Paulo, João Dória, toda a população do estado deve ser vacinada entre o próximo mês de dezembro e fevereiro de 2021. Ou seja, menos de um ano após a data de início da quarentena por aqui.

Qual é a vacina da COVID-19 em SP

A imunização dos paulistanos deve acontecer com a fórmula chinesa.

Desenvolvida pela farmacêutica Sinovac Life Science, a vacina está sendo testada tanto na China quanto em outros dez países – nos quais o Brasil está incluso.

Mais de 50 mil pessoas já foram vacinadas com a formula chinesa. Só aqui no Brasil, foram 5mil voluntários. E, segundo a divulgação, a eficácia foi de 98%. Sendo que menos de 6% deles apresentaram alguma reação.

“A maioria dos casos de reações adversas foi apenas no local da aplicação da vacina”, explicou Dória em coletiva de imprensa.

Entre as reações está, por exemplo, dor no local da aplicação, fadiga e febre leve.

Os cientistas apontam que serão necessárias duas doses para garantir a proteção.

Ainda na coletiva de imprensa, Dória declarou que até outubro teremos 5 milhões de doses em São Paulo. E até o final do ano a previsão é o recebimento de 46 milhões de unidades.  Enquanto isso, dados do IBGE apontam que o estado tem 44 milhões de habitantes. Ou seja, as doses dariam apenas para a primeira etapa da proteção. A segunda etapa, portanto, deve acontecer com a vacina já produzida pelo Instituto Butantan, parceiro da Sinovac.

Como funciona a Coronavac

Assim como as outras vacinas que a gente já tem que tomar durante a vida, a do coronavírus é produzida com vírus inativados do novo coronavírus. Ou seja, ele já não causa mais a infecção e por isso pode entrar em contato com o nosso organismo.

Uma vez que tomamos as duas doses, o sistema imunológico passa a produzir anticorpos contra o agente causador da COVID-19.

Vale lembrar que a vacina não vai acabar com o coronavírus. Essa é uma nova doença que a gente vai precisar lidar de agora em diante. A vacina vai nos proteger de uma infecção mais grave – como as que temos visto desde o início do ano.

Quem explica é Ricardo Palacios, diretor de Pesquisa Clínica do Instituto Butantan.

“Assim como a Influenza H1N1, teremos uma doença controlável. A maior parte das pessoas vacinadas consegue controlar a doença. Se chegar a se infectar, não terá uma doença grave, não morrerá dessa doença”, comentou em um debate virtual”.

Por que não começa a vacina logo?

A resposta da pergunta que não quer calar é bem simples: os estudos da vacina da COVID-19 só serão finalizados em novembro. Então, a ANVISA precisa aprovar o  para que a vacinação possa ser dada oficialmente no país.

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O cronograma de vacinação da COVID-19 em São Paulo prevê prioridade para os profissionais de saúde. Caso siga as recomendações americanas, em seguida, devem ser vacinados:

  • Pessoas de todas as idades com problemas prévios de saúde e condições que as coloquem em alto risco;
  • Idosos;
  • Trabalhadores essenciais com alto risco de exposição à doença;
  • Profissionais da área de educação;
  • Pessoas com doenças prévias de risco médio;
  • Pessoas em situação de rua;
  • Indivíduos em prisões e profissionais que atuam nas áreas;
  • Jovens e crianças.

Já a distribuição para o restante do país vai depender de acordos entre o governo de de São Paulo com outros Estados ou com o governo federal.