O maior complexo de colônias de férias da América Latina fica em Praia Grande

Em um país desigual e no qual muitas pessoas não têm acesso a tempo de descanso ou lazer fora de casa, as colônias de férias de sindicatos cumpriram – e cumprem ainda – um papel muito importante na democratização do turismo. Sabia que a maioria delas aqui no Brasil está localizada no litoral de São Paulo? E mais: o maior conjunto de colônias de férias da América Latina está em Praia Grande!

O Juicy te conta essa história…

Sim, a Avenida dos Sindicatos, no bairro Mirim, tem esse nome porque reúne 32 colônias de férias dos mais diferentes sindicatos, ao longo de seus 1.2 km de extensão. São mais de 10 mil leitos que recebem famílias que vêm passar alguns dias de férias, feriados e fins de semana na Praia Grande. A via também tem um espaço com boxes de comércio local e um posto de informações turísticas.

Desde os anos 1950, Praia Grande se consolidou como um dos principais destinos de veraneio dos trabalhadores de São Paulo. A praia, claro, é um dos atrativos. Mas também a localização dessas mais de 160 colônias, sendo mais de 30 na mesma rua. As colônias também representavam um importante espaço de resistência política durante a ditadura militar.

Graças a elas, Praia Grande tem obras arquitetônicas de nomes famosos como Vilanova Artigas, responsável pelo projeto da colônia do Sindicato dos Trabalhadores Têxteis de São Paulo.

Turismo social é para todos nas colônias de férias

As colônias de férias conseguem baratear os custos de hospedagem. É o chamado turismo social.

O conceito ganhou força no Brasil a partir dos anos 1930, quando a lei trabalhista de Getúlio Vargas instituiu as férias obrigartórias na CLT – mais especificamente em 1933. No ano seguinte, São Paulo inaugura sua primeira colônia de férias, também na Baixada Santista, mas no Guarujá. Pertencia à Associação dos Funcionários Públicos do Estado de SP.

O aumento da popularidade das colônias acontece entre os anos de 1960 e 1980. Quem não se lembra de ter ido com os pais ou parentes a um desses lugares?

E o que tem em uma colônia de férias?

• acomodações de médio ou bom padrão, com capacidade entre 3 a 6 pessoas geralmente;
• equipamentos de lazer como piscina, quadras, bibliotecas, áreas de convivência, playground e outros;
• custa menos do que uma pousada, com valores que partem de cerca de R$ 30 por pessoa;
• por vezes, têm refeições inclusas;
• estão sempre ligadas a uma associação de classe ou sindicato.

Na baixada temporada, mesmo não associados podem ficar em algumas colônias. Vale a pena pesquisar e confirmar essa possibilidade.

Fotos: Prefeitura de PG

O legal disso é que não apenas essa modalidade turística dá oportunidade para mais pessoas viajarem e terem contato com a natureza, como também ajuda a gerar empregos em cidades como Praia Grande. Para além disso, são formatos compartilhados de atividades de lazer, que estimulam o contato entre pessoas e a formação de uma comunidade – ainda que de forma temporária.

Outro órgão importante que investe no turismo social é o Sesc, que oferece não apenas atividades e passeios com teor turístico nas cidades da região em que atua (Santos e Bertioga), mas também possui uma unidade de hospedagem bem disputada em Bertioga, que se tornou referência no Brasil.