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Quem são as 52 mulheres que dão nome a ruas em Santos

Você sabe quem são as mulheres que dão nome às ruas em Santos?

No total, o mapa da cidade tem 1.383 vias públicas.

Destas, de acordo com o sistema de monitoramento inteligente da cidade, 1.306 são consideradas oficiais. E, apesar de ser a cidade com mais mulheres no Brasil, 54,2% da população total, elas pouco aparecem no dia-a-dia de quem percorre os 280.674 km² da extensão santista.

São apenas 3,98% das ruas e avenidas da cidade.

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Este foi um levantamento exclusivo que fizemos aqui no Juicy Santos, com base no Santos Mapeada.

www.juicysantos.com.br - santos vista de cima ruas de santos com nome de mulheres

Dona Anna Costa (ou Ana Costa) é a mais famosa delas

Entre as 52 ruas batizadas com nomes femininos, não há dúvidas que a Avenida Ana Costa seja a mais famosa. Aliás, estamos falando de uma das vias mais importantes da cidade. Leva esse nome desde 1887 (apesar de a oficialização do nome Ana Costa ter acontecido há mais de 100 anos, em 1921).

Em resumo, ela era esposa de Mathias Casimiro Alberto da Costa.

Sim, o cara ganhou uma homenagem não apenas com uma rua, e sim com um bairro todo, a Vila Mathias. Isso porque o casal era dono de vários terrenos por toda a cidade e da linha de bonde que ligava o Gonzaga à Vila Mathias. Em outras palavras, a família fazia parte da elite da época.

Quem são as mulheres que dão nome a ruas em Santos

Assim como ela, parte das mulheres que dão nome às ruas de Santos eram nomes importantes da cidade no século XIX.

Isso acontece, por exemplo, na Rua Luiza Macuco, localizada na Vila Mathias. Outro caso de uma família importante o suficiente para ter não apenas ruas, mas um bairro inteiro, o  Macuco. Para além do bairro e de Luiza, outros membros da família podem ser encontrados numa pesquisa no GPS:

  • O filho José André do Sacramento Macuco dá nome a uma via no Estuário;
  • O genro João Borges Vieira inspirou a Rua Borges, no Macuco;
  • E o irmão do genro, João Guerra, também tem uma rua no bairro.

A família homenageada, vale dizer, tinha homens e mulheres escravizados.

Em março de 1880, o Diário de Santos noticiou que Luiza havia libertado uma de suas escravas. Três imperatrizes e, consecutivamente, “donas” de escravos, também têm ruas com seus nomes. São elas Leopoldina, Thereza Christina e Amélia Leuchtenberg. Destas, apenas a segunda esteve em Santos em duas ocasiões.

Ainda na linha de parte de famílias importantes, podemos citar Ana Pimentel – esposa de Martim Afonso de Souza. E, da mesma época, Princesa Isabel. Que, na escola, aprendemos que assinou a Lei Áurea e aboliu a escravidão. Mas não foi exatamente assim, né?

Por fim, Maria Coelho Lopes foi esposa do ex-presidente do Educandário Anália Franco e do Asilo de Inválidos.

Mulheres que, de fato, fizeram parte da história de Santos

No bairro Chico de Paula, na Zona Noroeste, está a primeira professora municipal de Santos.

Dona Afonsina Proost de Souza foi nomeada como educadora em 1907. Até então, apenas homens ensinavam na cidade. Assim como ela, outras mulheres que participaram ativamente da história de Santos têm ruas com seus nomes.

Alguns exemplos são:

  • Dona Maria Máximo, fundadora do Centro Espírita Ismênia de Jesus;
  • Dona Nina Faria, idealizadora da Cruzada das Senhoras Católicas;
  • Maria Patrícia, que era parteira;
  • Marcolina da Conceição, que dedicou a vida a aos doentes pobres internados no Hospital da Santa Casa;
  • Zeny Goulart, professora envolvida na formação de mais de 20 mil santistas;
  • Mariângela Duarte (foto), deputada estadual que lutou pela universidade pública na região, a qual teve culminância com a criação do Campus Litoral Paulista da Unesp e a revogação do fechamento da Fatec em Santos.

www.juicysantos.com.br - ruas de santos com nomes de mulheres

A santista Ada Campanini da Silva também faz parte desta lista. Ela, em resumo, participou da II Guerra Mundial como enfermeira.

Vítima de crime com proporção nacional

No Saboó, a Rua Maria Mercedes Féa eternizou a vítima de um feminicídio ocorrido por aqui em 1928. O caso ficou conhecido como crime da mala e, em resumo, o imigrante italiano Giuseppe Pistone assassinou a esposa, Maria Féa, e ocultou seu corpo em uma mala.

Além destas, existem mulheres que fizeram parte da história. Mas não necessariamente de Santos. Entre as quais estão, por exemplo, a primeira enfermeira voluntária do Brasil, Dona Ana Nery e nomes que dispensam apresentação, como Anália Franco e Cecília Meirelles, por exemplo.

Nem todas têm registro históricos

Localizada no Paquetá, a Travessa Adelina foi aberta em 1891.

De acordo com registros da Prefeitura, os donos do espaço eram Paulo de Souza Queiroz e Domingos Correia de Morais que, através de José Bonifácio Filho, comunicaram a abertura da rua e lhe deram o nome de Da. Adelina. Não há registros sobre quem era a homenageada. Assim como essa, outras 28 ruas, ou seja, 53,8% do total de ruas com nomes de mulheres, seguem sem registro histórico.

Enquanto, do total de ruas da cidade, 133 simplesmente não têm nome. Quem você acha que é uma mulher que poderia dar nome a estes endereços?

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Jornalista,