Cineasta caiçara Dino Menezes recebe prêmio por filme sobre indígenas de São Vicente
Mais um orgulho pro audiovisual da Baixada Santista: o realizador Dino Menezes acabou de receber o troféu Omama Yanomami pelo filme Nhãndê Kuery Mã Hi’ãn Rivê Hê’yn (“Não somos apenas sombras”, em guarani) no Prêmio Indígena Yanomami, do 2º Festival Internacional de Cinema Agroecológico, no Rio de Janeiro.
Lançado em março de 2023, “Nhãndê Kuery Mã Hi’ãn Rivê Hê’yn” retrata a história e o cotidiano da Aldeia Tekoá Paranapuã, em São Vicente.
O filme tem narração em guarani na voz do cacique Werá Mirim (Ronildo Amandios). E olha só: já esteve em mais de 30 festivais nacionais e internacionais.
“Conquistamos, até o momento, três prêmios: o Prêmio Seleção, no 1º Festival de Cinema de Mogi Guaçu (SP), o de Melhor Documentário, no IV Festival Internacional de Cortometrajes Cine Mundo, en General Fernández Oro, na Argentina, e o Prêmio Indígena Yanomami, no 2º FICAECO”, festeja o cineasta.
Agora, Menezes está em fase de estreia e divulgação de seu segundo filme com temática indígena e também gravado na mesma aldeia: “Índio não é Fantasia”. A produção estreou no início de dezembro, com exibição gratuita em São Vicente.
“O documentário retrata a luta indígena e o marco temporal, com o depoimento das principais lideranças indígenas do Brasil a partir da história da Aldeia Tekoá Paranapuã, que é localizada na reserva ambiental estadual de São Vicente”, explica o cineasta.
Ambos os projetos aconteceram graças ao apoio de dois editais governamentais – o 9° Concurso de Apoio a Projetos Culturais Independentes no Município de Santos – FACULT e o Edital Proac Expresso Direto No 38/2021. O que é uma vitória coletiva, também, do Movimento de Audiovisual da Baixada Santista (MABS), da qual Menezes faz parte.
“Conseguimos, via políticas públicas, construir filmes de luta e informação importantes para a atualidade brasileira. E agradecemos a generosidade do Cacique Ronildo e de todos da Aldeia Paranapuã, bem como a Ministra Sônia Guajajara, o Cacique Raoni e todos que contaram suas histórias para que, juntos, pudéssemos criar um filme tão potente para a luta dos Povos Originários”, argumenta o cineasta.
Produtor audiovisual e diretor, Dino Menezes trabalha com cinema e teatro, montando e registrando peças teatrais, curtas-metragens, documentários e performances. Ganhador de inúmeros prêmios na Baixada Santista e no Estado de São Paulo, participou de festivais de cinema no Brasil e no exterior.
Artista multimídia, ele transita entre o cinema, a fotografia, a música e o teatro, desenvolvendo a sua arte livre, com mais de 30 prêmios nesses segmentos, além de organizar mostras que valorizam a cultura e o audiovisual regional.