Feminaria e a revolução do trabalho feminino
Trabalho é um substantivo masculino. Mas quem tomou a frente das mudanças pelas quais o mercado vem passando nos últimos anos foram as mulheres.
Não importa se você tem carteira assinada, bate cartão, atua como executiva ou empreende em seu negócio próprio: como mulher, já deve ter se deparado com questões e situações peculiares que diziam respeito tão somente ao seu gênero.
Dizem por aí que a mulherada é desunida e que as nossas relações são permeadas pela inveja e pela falsidade.
Não vou nem entrar nessa briga, mas uma coisa tem ficado muito evidente pra mim: as brasileiras estão, cada vez mais, se organizando juntas para conquistar novos espaços, se firmar nos já existentes e serem reconhecidas em seus lugares de fala.
A internet ajuda e facilita não só a comunicação, mas também a mobilização dessas mulheres. Assim, acabam surgindo – na rede e fora dela, mas sempre com uma pegada intensamente digital – projetos que reúnem e fortalecem as causas femininas, especialmente quando falamos de trabalho.
Feminaria.
Um deles é aE quem encabeça esse movimento é Ana Carolina Bavon, uma santista que enxergou que nenhuma mulher precisa caminhar sozinha quando se fala de trabalho.
Olhar para dentro
Super articulada e de uma simpatia ímpar, Ana contou que se formou em Direito na Unimes em 2002 e, logo após terminar o curso, foi para São Paulo estudar e trabalhar na área. Em 2015, atuava em um alto cargo em escritório grande de advocacia.
Trabalhando com outsourcing e gestão estratégica, Ana atuava definindo processos que entregam uma nova visão sobre procedimentos clássicos. Essas mudanças provocavam alterações significativas nos fluxos de trabalho.
Porém começaram, ali, os conflitos pessoais e profissionais que a levariam à missão de ajudar outras mulheres a se conhecerem o suficiente para que o empoderamento fizesse parte do seu plano de carreira.
Isso não queria dizer apenas subir os degraus da escada corporativa, e sim traçar planos estruturados – seja para funcionárias, gestoras ou empreendedoras – para conquistar, dominar e crescer.
Em abril de 2016, começou o grupo virtual de mesmo nome e, um mês depois, o projeto.
“O porquê de existir a Feminaria é a necessidade de ressignificar a relação da mulher com seus objetivos profissionais. O que o mundo do trabalho puder automatizar, ele vai. Mas o que te diferencia então? Olhar para dentro é a saída”, explica Ana.
Esse vídeo resume bem como funciona:
Nesse momento crítico que o Brasil vive hoje, a mulher vem se mostrando a força-motriz da economia.
“Elas são os agentes econômicos, as estatísticas já mostram isso. Agora, existe uma luz e vamos reivindicar cada vez mais esse espaço. A partir do momento em que não se promove a paridade de gêneros nas relações de trabalho, isso causa impacto na economia. É preciso pegar no bolso pra que entendam a importância da igualdade”, resume.
Para as empreendedoras, há uma barreira enorme a ser transposta, que é o conhecimento dos pontos de dor, como gestão financeira e gestão de tempo, por exemplo. Muita gente vai empreender sem saber que precisa lidar com esses fatores urgentes e nem sabe o que fazer com eles.
Outro ponto incrível da Feminaria é que o programa enfatiza a importância da saúde física e mental para o crescimento do ponto de vista de trabalho. Segundo Ana, não dá pra ganhar dinheiro se não estiver bem de corpo e de cabeça.
Como participar da rede Feminaria
A Feminaria ajuda mulheres a planejar, transicionar e avaliar suas carreiras e negócios por meio de um tripé que envolve autoconhecimento, desenvolvimento e gestão e estratégia.
O site novo da Feminaria entrou no ar em junho de 2017, com 3 planos de associação:
– ROTA Associada Feminaria: Para quem quer traçar sua rota e alcançar seu objetivo mais assertivamente.
– DOMÍNIO Associada Feminaria: Para quem já iniciou a trajetória e quer saber como explorar e dominar o território.
– EXPANSÃO Associada Feminaria: Para quem quer ampliar o território conquistado
Em cada um deles, a associada tem acesso a programas específicos de desenvolvimento, plantões de dúvidas, workshops direcionados, oficinas, mentorias com consultoras especializadas em sua área, encontros temáticos e outras ferramentas para seu aperfeiçoamento profissional constante e autoconhecimento.
O lançamento atendeu também a uma demanda forte de pessoas que querem o apoio da Feminaria fora de São Paulo. Ou seja, agora não existem fronteiras geográficas para participar do programa. Ah, e os homens são bem-vindos e estimulados a participar do diálogo, pra entender como rolam os negócios e processos.
A Casa Feminaria fica na Rua Inglês de Sousa, 14, Jardim da Gloria, São Paulo.