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Arquitetos e urbanistas caiçaras brilham em prêmio do CAU/SP

Um projeto de mobilidade urbana para a área continental de São Vicente, uma proposta de revitalização da orla do Itararé, um centro de tratamento sensorial para crianças autistas em Guarujá, um plano de ação para moradias de interesse social na Vila Gilda, entre muitos outros. Como alunos, eles se dedicaram e agora, recém-formados, jovens arquitetos e urbanistas da Baixada Santista, terão seus trabalhos de conclusão de curso deles celebrados durante a cerimônia de entrega do Prêmio Projetando o Futuro 2024 – Etapa Regional Santos.

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O Projetando o Futuro acontece em duas etapas: uma regional, que contempla os melhores das 10 regiões onde o CAU/SP tem escritório, e uma estadual, que destaca os melhores do Estado, em cerimônia na capital. A da Baixada Santista e Vale do Ribeira acontece no sábado (22 de fevereiro), às 10 horas, no auditório da Associação dos Engenheiros e Arquitetos de Santos, onde fica o escritório do Conselho.

Em sua quarta edição, o prêmio existe na esteira do Chamamento Público nº 006/2024, com a publicação de um edital convidando jovens profissionais e instituições de ensino a inscreverem seus Trabalhos Finais de Graduação (TFG) do ano anterior.

Na etapa regional, ao todo, seis recém-formados estão recebendo 9 premiações, sendo três delas menções honrosas, a maior honraria da competição, e seis destaques, quando o trabalho se dedica a um tema considerado relevante pelo Conselho, como Equidade e Diversidade, Desenho Universal, entre outros.

“A premiação fez uma seleção criteriosa em busca dos melhores trabalhos de Arquitetura de Edificações, Arquitetura de Interiores, Projeto de Urbanismo, Arquitetura da Paisagem, Projeto de Patrimônio Cultural, Arquitetônico e Urbanístico, Projeto de Arquitetura Efêmera, Planejamento Urbano e Regional e Habitação de Interesse Social”, explica a presidente do CAU-SP, arquiteta e urbanista Camila Moreno de Camargo.

A premiação é promovida pelo Conselho de Arquitetura e Urbanismo de São Paulo (CAU/SP) e visa valorizar o trabalho dos estudantes na fase final de formação deles nas instituições de ensino paulistas.

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Trabalhos premiados na Baixada Santista

Na etapa Regional, os três trabalhos que conquistaram as maiores notas da premiação, e por isso receberam a Menção honrosa, são respectivamente:

  • Habitação de Interesse Social: Diminuição do Déficit Habitacional da Vila Jóquei Clube em São Vicente”, de Matheus Nunes Janones, orientado por Clarissa Souza;
  • Amar – Projeto de um centro de tratamento sensorial dedicado às crianças autistas na cidade do Guarujá, de Nathália Maria Santos Melo, sob orientação de Jaqueline Fernández Alves
  • A mobilidade urbana e seus impactos na área continental de São Vicente – SP, de Gabriella Gonzalez Colombo Viana, com orientação de Clarissa Souza.

Também receberam destaque, quando o tema do trabalho merece atenção por tocar em questões importantes para o Conselho, os arquitetos Flavio Riechelmann Filho, com o trabalho “Guamium: Centro de Integração Social”, orientado por Fernanda Meneghello; Letícia Morales Farias, com o trabalho “Projeto de Arquitetura para o Dique da Vila Gilda – Uma Proposta de Qualidade de Vida” e Talita Pereira da Silva, com o trabalho “Projeto de Reurbanização do bairro Vila Nova em Guarujá/SP”, ambas orientadas por Valéria Affonso. Todos os estudantes premiados são alunos da Universidade Santa Cecília (Unisanta).

Vão subir a Serra

A etapa estadual da premiação acontece no dia 26 de fevereiro, na sede do CAU/SP, no Centro de São Paulo. Nela, o TCC “A mobilidade urbana e seus impactos na área continental de São Vicente – SP”, de Gabriella Gonzalez Colombo Viana, será coroado com a menção honrosa e destaque na categoria Planejamento Urbano e Regional. Também recebem destaque os trabalhos “Parque Urbano Gohayó: Projeto de revitalização da orla do Itararé em São Vicente – SP”, de Larissa Dalla Marta Sousa, e “AMAR – Projeto de um Centro de Tratamento Sensorial dedicado a crianças autistas na cidade do Guarujá, de Nathália Maria Santos Melo.

Organização

O TFG é o trabalho final de graduação dos cursos de Arquitetura e Urbanismo, onde a escolha do tema pelo estudante é livre. A premiação é realizada a partir de um processo seletivo, em que os egressos das instituições de ensino do Estado de São Paulo são convidados a apresentar seus trabalhos. Uma iniciativa do CAU/SP que acontece sob a organização da Comissão de Ensino e Formação (CEF), coordenada pela conselheira arquiteta e urbanista Viviane Manzione Rubio.

“Uma das atribuições da nossa comissão é monitorar a oferta e a qualidade dos cursos de graduação em Arquitetura e Urbanismo, encaminhando à esfera nacional informações pertinentes, tanto relativa ao registro dos cursos, quanto das necessidades específicas da formação. A CEF trabalha em conjunto com as demais comissões, sempre no sentido da valorização da profissão, das iniciativas dos profissionais, professores e instituições. Assim, o Prêmio se estabelece como um canal de informação acerca da formação e quais são os temas que estão sendo abordados pelos estudantes, bem como no incentivo dos egressos para o início da carreira”, acrescenta.

Território paulista

Para o coordenador da Comissão de Relações Institucionais do CAU-SP, o conselheiro arquiteto e urbanista Rafael Ambrosio, a premiação coroa um movimento de descentralização que o Conselho vem empreendendo. “Nós acreditamos que a melhor maneira de colocar o CAU/SP a serviço dos profissionais e da sociedade é ocupando e estando presente nas regiões dos nossos 10 escritórios descentralizados. A realização desse prêmio, que valoriza o trabalho de arquitetos e urbanistas professores e de jovens profissionais em etapas regionais, tem o objetivo de fortalecer ainda mais esses laços”, pondera.

Diminuir o déficit habitacional

No trabalho “Habitação de Interesse Social: Diminuição do Déficit Habitacional da Vila Jóquei Clube em São Vicente, o arquiteto e urbanista Matheus Nunes Janones propõe um conjunto habitacional modular, que pode ser inserido em diferentes localidades, com diferentes tipologias de apartamentos, que buscam atender às diferentes demandas. Além disso, é um projeto de requalificação e diminuição do déficit habitacional.

“Atualmente, nós temos um déficit habitacional grande em toda a Baixada Santista e o projeto acaba sendo uma amostra, um exemplo de como é possível realizar projetos que levem em consideração conceitos de qualidade de vida e o cenário climático atual, trazendo soluções que, se implantadas em grande quantidade, formam um conjunto capaz de amenizar alguns efeitos”, aponta.

Foi idealizado um parque à beira-mar com capacidade de absorção de água das chuvas, que ajudaria a combater os alagamentos e as enchentes, áreas com mais arborização, com foco no bloqueio solar e no resfriamento, que ajudam a diminuir temperaturas, um comércio local mais fortalecido, contribuindo com a economia e com a mobilidade.

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Os apartamentos do conjunto foram idealizados com uma metragem quadrada mais saudável do que a habitual praticada hoje em dia pelo mercado, com maior ventilação e maior entrada de luz, uma distribuição dos ambientes mais funcional. Ele conta que a ideia era promover espaços habitacionais inteligentes, saudáveis, comércio local, espaços educativos e de uso livre e lazer, se comunicando entre si e com o entorno.

O projeto também leva em consideração questões estéticas, que quando se trata de habitação popular, acabam ficando de lado, mas que têm grande importância na preservação urbana do local onde está inserido.

“Por levar em conta todos esses aspectos que eu citei, trazer à tona também questões que são mais atuais do que nunca o projeto teve êxito na banca do concurso. E fico muito feliz de ter participado, acho que os concursos são essenciais para a formação dos estudantes e a maneira mais democrática para se fazer arquitetura na cidade”, opina.

Bem-estar na cidade

Já a arquiteta e urbanista Nathalia Santos Melo buscou um assunto extremamente contemporâneo para aprofundar seus estudos: o tratamento e diagnóstico precoce de crianças com TEA, o Transtorno do Espectro Autista, que tem sido tema de discussões no cenário mundial, haja vista a dificuldade do diagnóstico precoce e do acesso à atendimento em clínicas de tratamento projetadas especialmente para crianças dentro do espectro.

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No trabalho, Nathalia propõe a implantação de um edifício totalmente sensorial, capaz de promover estímulos ao desenvolvimento das crianças de acordo com as singularidades de cada indivíduo. Ela conta que a escolha do tema se deu ao analisar a precariedade em tratamento especializado para as crianças portadoras do autismo no município de Guarujá.

“Além disso, sobre o entendimento do papel da arquitetura como agente transformador do espaço e da qualidade de vida de todos os indivíduos da sociedade. O edifício sensorial trabalha nas principais frentes de atuação para a regulação dos sintomas e a estimulação de aprendizados das crianças com TEA, através de um tratamento multidisciplinar que envolve médicos, terapeutas, psicólogos, fonoaudiólogos, fisioterapeutas e professores”, diz.

Mobilidade em São Vicente

A arquiteta e urbanista Gabriella Gonzalez Colombo Viana explica que seu trabalho tem o objetivo de propor uma melhor qualidade de vida para a população da Área Continental de São Vicente -SP, por meio do desenvolvimento de dois novos planos, sendo eles: o plano de mobilidade e o plano de zoneamento, dos quais irão abranger a reestruturação dos sistemas viários, propiciando equidade para os munícipes que ficaram segregados de infraestruturas adequadas.

“A proposta visa fornecer uma conexão facilitada da Área Continental para a Área Insular e até mesmo para RMBS, já que os munícipes passam demasiadas horas para chegarem aos seus trabalhos e locais de estudos. Para o desenvolvimento dessa proposta foi necessário realizar uma série de pesquisas que englobasse as mesmas dificuldades de locomoção e falta de infraestrutura adequada para se viver”, acrescenta.

O CAU/SP é uma autarquia federal que tem como função orientar, disciplinar e fiscalizar o exercício da profissão de Arquitetura e Urbanismo. Ele é responsável pela fiscalização e regulamentação profissional no âmbito do estado de São Paulo, sendo responsável pelo registro obrigatório de empresas que oferecem serviços ligados à ocupação e de profissionais.

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