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Aquecendo a criatividade – o que faz de Santos uma cidade criativa

Santos respira criatividade.

Basta conferir as pautas do Juicy (ou de qualquer portal da cidade) nos últimos anos para ver o crescimento de Santos como uma cidade com essa vocação.

Além das boas possibilidades de compras, completam o cenário criativo da cidade os festivais de teatro, dança e cinema que ocorrem durante todo o ano. E, é claro, as inúmeras oportunidades de aquecer a sua criatividade que são oferecidas por aqui – seja através da iniciativa pública ou privada.

Sugestões para você

Por aqui, os bazares que incentivam o consumo direto de quem cria e faz, por exemplo, surgiram em 2014, com o saudoso Bazar Cafofo. Desde então, não pararam de aparecer novas reuniões de artesãos e pequenos empreendedores na cidade. Mais do que o consumo, a onda de bazares resgatou a valorização da arte e da criatividade na cidade.

É difícil saber quantos eventos desse tipo existem por aqui hoje. Mas é fato que acontece algo praticamente em todos os finais de semana.

“Antes, eu via o artesanato como uma atividade de passatempo, algo terapêutico para pessoas de mais idade, sabe? Mudei o meu pensamento e hoje busco consumir o máximo possível nesse molde. Assim. sei a procedência do produtos e, de quebra, estou movimentando a economia local”, comenta Jessica Souza, que sempre coloca os bazares em Santos na agenda.

www.juicysantos.com.br - encontro de criadores

Conceito de cidade criativa

Ainda assim, há quem não entenda o que faz de Santos uma cidade criativa ou o significado da expressão ‘economia criativa’. Se você é uma dessas pessoas, nós vamos ajudar. A explicação é simples: cidades criativas são locais onde a criatividade permite o desenvolvimento urbano.

É o que diz a teoria, que começou a ser estudada em nos anos 90, pelo urbanista Charles Landry.

Ou seja, a cidade criativa consegue formar uma cadeia econômica com postos de trabalho, oportunidades e políticas públicas para que isso não fique somente no papel.

Vamos a um exemplo prático para entender melhor o que isso significa. Uma produção de um comercial pode envolver não apenas a equipe que está filmando na cidade, mas também a rede hoteleira, restaurantes, buffets, motoristas, costureira, e por aí vai.

Este TEDx da Ana Paula Fonseca, em 2014, pontua como a inovação e a reinvenção podem fazer parte do cotidiano de uma localidade.

O conceito, que começou a ganhar força em 2002, chegou no vocabulário santista em 2015. Naquele ano, o município recebeu o selo de cidade criativa da Unesco no segmento do Cinema.

A explicação para o título também é fácil de entender: Santos tem uma longa história com o cinema. Além disso, em 2015, somávamos 22 salas comerciais e 3 salas públicas por aqui. E há, ainda, a lista de festivais, que tem o Curta Santos e Santos Film Fest e a Santos Film Commission, facilitadora de produções audiovisuais na cidade. Só para ilustrar, em 2015 já tinham sido movimentados mais de R$ 7 milhões por conta do cinema em Santos.

O que mudou desde Santos se tornou uma cidade criativa

O calendário de Santos terá, no mês de junho, o Encontro de Cidades Criativas da Unesco. De acordo com a divulgação, essa é a primeira vez que uma cidade da América Latina recebe o evento – que deve reunir representantes de 250 países.

Mas esse não é nem de longe a maior mudança que o título trouxe para a cidade.

Como observa Heitor Cabral, cabeça por trás do Encontro de Criadores, a principal contribuição do selo foi fazer o poder público enxergar e valorizar mais as manifestações criativas na cidade. Como consequência, ele comenta que o aumento do fomento ao setor só cresce.

Desde 2015, Santos ganhou diversas Vilas Criativas e eventos baseados em criatividade organizados pela Prefeitura, por exemplo. Também houve aumento de verba do Facult. Em 2020, um edital de incentivo para curtas-metragens ofereceu R$ 300 mil para cinco roteiros não-ficcionais de santistas.

“O selo é o começo da mudança para o audiovisual da cidade”, comenta Dino Menezes, cineasta de Santos.

“Depois do selo, os produtores santistas se reuniram, algo que nunca tinha sido feito. E, juntos, fundaram um movimento, o MABS (Movimento Audiovisual da Baixada Santista)  As reuniões do grupo têm gerado propostas de melhorias para serem apresentadas ao poder público”.

Segundo Menezes, a união dos profissionais do cinema em Santos já rendeu:

  • O edital de fomento ao cinema;
  • Mudança do decreto da Film Comission para lei;
  • A Escola Municipal de Cinema, que deve ser inaugurada ainda em 2020.

“Acredito que o selo vai fazer com que cresça ainda mais o cinema santista. O retorno disso são empregos no audiovisual e para os artistas. Além de retorno financeiro para a economia da cidade”, finaliza.

Você mais criativo

Para além da união dos cineastas, o aumento de incentivo para produções e número de bazares, também observa-se um número maior de santistas que buscam viver de sua criatividade.

Leonardo Leite, do Estúdio Prêo, por exemplo, trabalhava em escritórios de arquitetura em Santos e largou a CLT para se dedicar à arte.

juicysantos.com.br - o faz de Santos uma cidade criativa

Aliás, ele faz arte ao vivo em vários eventos de economia criativa em Santos. Nós, particularmente, amamos.

“Mudar do CLT para a área criativa é um grande desafio. A gente fica receoso… Mas eu me senti muito acolhido pelo cenário de Santos. Senti que estava tudo seguindo para um rumo criativo e dando mais valor aos artistas”, comenta.

Se você também que viver da sua criatividade, existem inúmeros bazares e exposições na cidade para expor – assim como Léo faz. E também locais onde é possível aquecer a sua criatividade, descobrir técnicas e se encontrar nesse novo universo de possibilidades. Só para ilustrar, dá para aprender sobre criatividade de graça em Santos em locais como:

  • Restaurante-Escola;
  • Vilas Criativas;
  • Ecofábrica;
  • Polos Criativos;
  • Instituto Querô;
  • Arte no Dique;

Além disso, a cidade está cheia de bibliotecas onde é possível estudar e obter conhecimento sobre diversos assuntos.

juicysantos.com.br - o faz de Santos uma cidade criativa

Isso significa que o cenário da economia criativa em Santos está perfeito? É claro que não. Ainda existem diversos avanços necessários e que serão conseguidos conforme os criativos da cidade se unirem, assim como a galera do cinema tem feito.

Um dos caminhos para isso acontecer, além da mobilização da esfera pública, está na própria população se reconhecer dentro desse universo cheio de possibilidades.

Aqui no Juicy Santos, a gente endossa e debate a economia criativa desde os nossos primórdios, em 2011. E também trabalhamos no setor, gerando conteúdo e produtos afetivos que movimentam a cidade que queremos ver no futuro.

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Jornalista,