Texto porFlávia Saad
Santos (SP)

Mulheres e o mercado de trabalho pós-pandemia: um novo contexto

Embora ninguém estivesse preparado para o que viria após março de 2020, a pandemia do coronavírus foi especialmente dura com as mulheres. Impossibilitadas de separar a vida profissional da vida privada, a maior parte delas se viu confinada em casa com maridos, filhos, pais e irmãos, sem conseguir delimitar tempo e espaço para si próprias.

E os danos não são apenas subjetivos.

Ainda que o mercado de trabalho brasileiro como um todo tenha sofrido um grande impacto, elas saíram mais prejudicadas. Segundo o site Infomoney, o percentual de mulheres que estava trabalhando ficou em 45,8% no terceiro trimestre de 2020. Um retrocesso imenso, dado que o nível mais baixo havia sido em 1990, quando a taxa ficou em 44,2%.

Em relação ao mesmo período de 2019, houve uma queda de 7,5% na parcela de mulheres que estavam no mercado de trabalho. Para os homens, a baixa foi de 6,1%.

Não há grandes segredos nessa equação. Existe uma convenção social que coloca homens e mulheres em posições diferentes. Ele é o provedor e ela, a cuidadora. Por isso, desde o início do isolamento social, muitos casais (em especial, aqueles com filhos) precisaram adaptar sua rotina para dar conta da vida doméstica.

Sem escola, em home office, cozinhando e cuidando da casa. E, claro, a corda pende sempre para o lado mais fraco, como aponta este estudo do Think Olga sobre a economia do cuidado.

A história se repete: via de regra, as mulheres abrem mão de seus objetivos em detrimento da carreira dos companheiros.

Vale lembrar que as mulheres são 51,8% da população no Brasil. Apesar de ocupar 55% das cadeiras universitárias e 53% do total dos alunos de pós-graduação, ocupamos apenas 13% dos cargos de presidência e 31% de cargos de gerência e diretoria (IBGE, 2018).

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Ser produtiva é o maior desafio da mulher que trabalha

Para as que conseguiram se isolar em casa, a produtividade ficou quase impossível de se alcançar. E, claro, a crise levou a desligamentos e reestruturações. Isso sem contar aquelas que nunca conseguiram parar de trabalhar, como trabalhadoras da saúde, cuidadoras e profissionais de serviços essenciais.

Mas os caminhos profissionais vêm se redesenhando nas últimas décadas – ainda que essa estrada seja longa e interminável.

Deixando de lado a romantização da mulher “guerreira”, que acumula papéis e funções, é possível, sim, que a mulher se realize com oportunidades e esteja pronta para uma nova realidade de trabalho. Agora, o avanço das vacinas reacende as esperanças de um novo horizonte não só na economia, mas na vida social.

Por isso, se preparar para esse novo momento tem sido a escolha de mulheres como Suely Matos Tomaselli.

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Formada em 2007 em Administração de Empresas, Suely sempre focou seus esforços financeiros na formação da filha – hoje, com 26 anos e já graduada em Letras. Após ser promovida a coordenadora administrativa, decidiu que o passo seguinte na sua carreira estava em um MBA em Gestão Empresarial.

Ela escolheu a Strong FGV, que está com inscrições abertas para cursos de MBA e pós-graduação. As aulas são 100% ao vivo, com interação o tempo todo entre alunos e professores, e turma reduzida.

“Minha motivação foi a busca de conhecimento e especialização para o meu desenvolvimento pessoal e profissional. Desta forma, percebi a oportunidade e tomei a decisão de me especializar no melhor curso oferecido na região”, conta. 

Na pandemia, sua rotina de trabalho, passou por diversas mudanças, como aumento de reuniões virtuais e gestão à distância.

“Estou trabalhando home office desde o início da pandemia. Em algumas ocasiões, vou ao escritório, mas somente quando necessário. O desafio é manter o equilíbrio emocional para lidar com tantas mudanças neste novo cenário, isto inclui o MBA. Mas há a vantagem de estar no conforto da minha casa para fazer o curso, que agora é ao vivo. Mesmo assim sinto falta da presença em aula e de interagir com os professores e colegas”, diz Suely.

O networking, aliás, é um dos principais atrativos para quem busca um curso de MBA.

Aproveitando o embalo do ensino remoto, a profissional colocou um outro sonho antigo na mesa. E começou a aprender inglês.

“Minha promoção é recente e, nessa nova posição, é extremamente necessário aprender pelo menos 1 língua estrangeira, pois participo de diversas reuniões globais”. 

MBA com filhos pequenos: dá sim!

Há cerca de 5 anos, Daniela dos Santos Peres se viu em uma situação inédita. A fisioterapeuta tinha acabado de ter a segunda filha, Sofia. Seu marido, despachante aduaneiro, se separou de um sócio e abriu uma transportadora. Para ajudá-lo, foi trabalhar na empresa – muitas vezes, levando Sofia para o escritório.

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Da área da saúde para o transporte, Daniela precisou aprender na prática sobre logística, importação e exportação.

“Não voltei mais para a fisioterapia e não olhei para trás. É um trabalho muito dinâmico. Nós compramos o primeiro caminhão em 2015 e estamos agora no 10º da nossa frota própria. Fico sozinha na transportadora, enquanto meu marido atua no escritório em São Paulo”. 

Conforme a empresa cresceu e a afinidade dela com o assunto também, viu que era preciso entender de forma mais ampla o mercado e a gestão. Além disso, enxergou a importância de validar teoricamente seus conhecimentos. Por isso, optou por um MBA em Gestão: Logística e Suppy Chain Management na Strong FGV.

“Os professores renomados e o nome da FGV pesaram bastante na escolha. Queria algo em Santos, pois não tenho como ficar indo para São Paulo para estudar. Não vejo a hora de ir para o presencial e fazer essa troca com quem está no mesmo curso que eu”. 

Na pandemia, o setor de transportes não parou. Na realidade, de acordo com Daniela, o trabalho só cresceu. O que evidenciou ainda mais a necessidade de uma gestão apoiada em conhecimento e com uma base excelente. O escritório seguiu funcionando e Daniela diz, com orgulho, que nenhum de seus funcionários contraiu COVID-19.

O futuro do trabalho é feminino. E é agora.