Sônia Maria, a primeira mulher no comando do Bonde de Santos
Pioneirismo.
Esse deveria ser o sobrenome de Sônia Maria Nardes Lisboa.
A santista, dona de uma simpatia cativante, é a primeira mulher a conduzir o bondinho de Santos e a única em todo Brasil a dirigir um modelo elétrico.
“Gosto de ser a primeira. Se ninguém fez, eu vou lá e faço! Fui a primeira colocada do concurso da CET, há 14 anos atrás. Para trabalhar, tive que mudar minha categoria, fui a primeira mulher a se formar carreteira em São Vicente e também a primeira radiotaxista da região”.
Seu novo ambiente de trabalho, o pátio da CET, é predominado por homens. Mas Sônia não se deixa inibir ou intimidar.
“Aqui mesmo falaram que o bonde era pesado e eu não iria conseguir. Mas, se você for pensar, caso precise empurra-lo, serão necessários uns 13 homens. No controle, é molezinha”, brinca. “Eu costumava dizer que dirigia tudo, agora eu dirijo tudo e um bonde”.
Além de motorneira, Sônia ainda é taxista, mãe e avó. “Minhas filhas adoraram, postaram nas redes sociais, chamaram as amigas para vir me ver e a diretora do colégio delas até colocou uma reportagem no mural. Muito legal!”.
O sucesso não está restrito ao amor de suas filhas e à reportagem colada no mural da escola: a recepção nas ruas também foi calorosa. “Muitas pessoas acenaram e me parabenizaram”.
“Sabe, ainda existe muito preconceito com as mulheres, principalmente quando estão na direção. É por isso que eu estou aqui, para provar que dirigimos sim, e muito bem por sinal”, finaliza.