Santista traduz livro sobre Charlie Parker
Enquanto detalhes biográficos da vida de Charlie Parker, conhecido como Bird, permanecem incompletos, sua música tem sido muito bem documentada.
Charlie gravou profusamente sob um vasto número de selos de gravadoras e os fãs registravam obsessivamente os shows e jam sessions. Deste modo, a maioria das biografias enfoca sua música e gravações em vez de falar sobre como seus vícios, relacionamentos e eventos em sua vida pessoal influenciaram sua carreira e sua música.
O que tem sido relatado sobre a vida de Charlie joga luz às suas infames façanhas públicas, como a vez em que trotou com um cavalo para dentro de um bar em Manhattan ou quando apareceu pelado no lobby do Civic Hotel em Los Angeles, querendo fichas telefônicas para uma ligação.
A lenda de Charlie Parker tem sido embelezada a cada releitura até alcançar proporções míticas. Separar o homem do mito tem mostrado ser um esforço em vão para aqueles que se debruçaram a escrever sore Charlie – até agora.
Traduzida pelo santista Luiz Paulo Carvalho e publicada pela editora santista Simonsen, “Bird: A Vida e a Música de Charlie Parker” precisa do apoio de cada um para ir ao papel. Basta que os leitores e fãs visitem o site www.kickante.com.br/bird, escolham sua recompensa e façam seu apoio.
“Como amante do jazz que sou, é uma honra traduzir uma biografia de tamanha qualidade. Diversos mistérios acerca da vida de Bird são resolvidos e muitas curiosidades são reveladas”, diz o tradutor.
Era mesmo um ser humano cheio de contradições. Um marido e pai amável em casa, mas um galanteador obsessivo durante turnês. Viciado, dava sermões para jovens sobre os perigos das drogas, aconselhando-os com “faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço”. Raramente chegava a tempo para seus compromissos, isso quando comparecia, mas uma vez que subia no palco, assumia o comando das coisas.
Mesmo tendo abandonado os estudos, era letrado e eloquente. Cheio de lábia, usava seu considerável charme para persuadir tanto amigos quanto estranhos. Era conhecido por seus vários atos de benevolência e crueldade. Gênio da música que lutava contra problemas de sanidade mental, ele suspirava por normalidade.
Um homem de poucas palavras, deixava seu saxofone falar. E seu legado depende de cada fã.
By: Rodrigo Simonsen