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Yabu (e suas Princesas do Mar) em entrevista exclusiva para o Juicy Santos

Fábio Yabu é escritor, roteirista e criador de desenhos animados. Suas criações são encantadoras, e incrivelmente muitas pessoas AINDA não sabem que são personagens brasileiros, de um pai santista. Sim, Yabu nasceu aqui na terrinha. Lembro dele acessando BBS e fazendo uploads de desenhos que ele próprio fazia em softwares rudimentares, deixando a todos boquiabertos.

Sempre muito criativo, low-profile, a linguagem estética e escrita do Yabu é muito doce e sensível. Entre as suas criações podemos citar os Comborangers, Princesas do Mar, How2Draw (App), entre outros. Vale citar que As Princesas do Mar são sucesso absoluto e estão presentes em mais de 50 países – há episódios delas falando em Romeno!

Yabu fala de Santos, carreira e projetos em entrevista exclusiva para o Juicy Santos.

Você nasceu em Santos? Qual a sua relação com a cidade?
Sim, nasci em Santos em 1979. Gosto muito da cidade, meus pais vivem aí até hoje, sempre que posso, dou uma “descidinha” para visitá-los.

Sugestões para você

Sabemos que desde muito jovem você ja demonstrava ser um outlier. Quando você percebeu que o seu talento poderia virar um trabalho de gente grande?
Eu nunca fiz distinção entre o meu gosto pela escrita e pelo desenho das minhas opções profissionais. Desde criança eu já queria criar minhas histórias, meus livros e gibis… então acho que não houve esse momento, essa epifania, sabe?

Voce comecou uma faculdade de publicidade mas não terminou. Que tipo de formação você acredita que seja importante para um artista / ilustrador?
Hoje em dia, nas áreas criativas, a faculdade serve muito mais para criar contatos e relacionamentos do que para “ensinar” alguém a ser profissional. As técnicas e tendências mudam muito rápido, então acho que não existe uma formação específica, apenas muito estudo, dedicação, vivência e pesquisa por parte do artista.

As Princesas do Mar são criações influenciadas por conta da sua infância numa cidade litoranea?
Acho que não diretamente, já que absolutamente tudo na vida de um artista acaba influenciando o seu trabalho. Se Santos foi uma influência, acho que não consigo distingui-la dos livros que li na infância, por exemplo.

Como foi o processo de cada personagem das Princesas do Mar? Pode nos apresentá-las?
Todos os meus personagens são um pouco auto-biográficos, auto-conhecimento é muito importante na hora de escrever. Por isso, eu baseio cada uma delas num traço específico da minha personalidade. A Polvina, por exemplo, é mais estudiosa, a Estér é alegre e expansiva, a Tubarina é um pouco mau-humorada às vezes.

Hoje suas criações já são conhecidas Brasil afora. Você sentiu alguma resistência na aceitação dos personagens nacionais?
A grande maioria das pessoas não sabe que as personagens são brasileiras, o que é uma pena, mas previsível. Não estamos acostumados a sucessos nacionais. Por mais que eu dê entrevistas, apareça na TV, coloque no site, a informação acaba passando batida pela grande massa.

Onde mora atualmente? Do que mais sente falta de morar em Santos?
Moro no bairro do Itaim, em São Paulo. Sinto falta da minha família, por mais perto que seja, às vezes ainda bate uma saudade.

Existem vários artistas criando roteiros e personagens bacanas. Quais dicas você considera essenciais para quem quer seguir uma trajetória como a sua?
Acho que pesquisar é o mais importante; saber o que está acontecendo, o que as crianças estão falando, o que elas precisam ouvir… é fácil se deixar seduzir pelo lado mais glamuroso da criação, é fácil esquecer o público e satisfazer só ao próprio ego… por isso, ter uma atitude sempre consciente é a melhor forma de criar.

Quais são os seus próximos planos e projetos?
Acabei de lançar meu décimo-segundo livro, chama-se “Apolinário, o Homem-Dicionário“, é uma poesia infantil com ilustrações de Daniel Bueno e prefácio de Mauricio de Sousa. E estou me preparando para meu primeiro trabalho no cinema, um filme de animação com live-action chamado “A Última Princesa”.

Foto por Marcelo Naddeo

Site oficial do Yabu

Ludmilla Rossi
Texto por