Compre de quem faz – e permita que a economia seja cada vez mais justa para todos nós

País bom de se viver é aquele em que cada um faz a sua parte. É aquele em que desejamos justiça social, indo muito além da caridade.

É aquele que nos empenhamos por melhorar de fato, saindo dos gritos e fanatismos. É colocar a mão na massa. É gerar oportunidade. Não pra si próprio e para os seus. Pra todo mundo.

É ajudar a abrir caminho sem se preocupar se quem vem depois vai ser maior do que nós. Isso nem deveria ser um problema. E se isso é um problema pra você, lamento informar, há uma séria questão de autoestima mal cuidada aí pra verificar…

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As meninas aqui do Juicy Santos entendem de colocar a mão na massa, abrir caminhos, gerar diferentes oportunidades bonitas para a região.

De empregos à valorização da cultura local à informação crítica e de qualidade. E ainda criaram um dos eventos mais marcantes do pedaço quando se fala de solidariedade real, sincera, consumo consciente e economia criativa: o Juicybazar, que no final de outubro chegou à 11ª edição, movimentando objetos e pessoas, com renda arrecadada para três ONGs – Instituto EcoFaxina, Beaba e ASI Combate ao Câncer.

Consumo em conjunto

Repensar a maneira como você consome, e o que consome, é um modo de se responsabilizar pelo mundo. Quando você compra de desapegos, brechós e bazares, por exemplo, não só paga preços ótimos por produtos muito bons, como evita os excessos que alimentam a indústria têxtil e da moda.

Eu boicoto marcas que tiveram a imagem atrelada a trabalho escravo. Não compro mais. Do ponto de vista do impacto ambiental, algo que a gente mal para pra pensar quando compra mais uma blusinha, o estrago é gigantesco. O documentário The True Cost (O verdadeiro preço, disponível na Netflix) é um soco no estômago ao mostrar as condições de trabalho a que empregados de fábricas de tecidos e de costura estão sujeitos e como tintas e restos de tecidos causam poluição de rios, acabam com a natureza.

Chega a ser perturbador entender o que mais aquela compra inocente de shopping no sábado resulta.

Claro que a gente precisa e pode consumir. O que eu peço é que pensem nos exageros e no que está sendo emocionalmente mascarado quando lá vem mais uma bolsa sendo passada no cartão de crédito. E se ao invés de impactar negativamente você realmente quiser impactar positivamente ao consumir, pode optar por comprar de quem cria.

Compre de quem faz e ajude a economia criativa e circular

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O movimento #compredequemfaz e #comprodequemfaz cresceu muito nos últimos dois anos. Valoriza a compra de produtos de pequenos empreendedores, artesãos e autônomos. Você pode adquirir algo feito à mão, exclusivo, de qualidade diferenciada – e cheio de garra e afeto. Você ajuda pessoas e famílias a viverem da própria arte, criação, produção. Gira a economia criativa.

Outro caminho bacana é consumir do comércio do seu bairro, que não só fortalece a economia local, como permite mais pessoas caminhando pelas ruas da vizinhança, ocupando o espaço urbano, o que minimiza problemas de segurança. Sabia? Isso mesmo. Quanto mais pessoas usam de fato um espaço urbano, menores são os índices de violência em um lugar.

É preciso assumir a parte que nos cabe para uma sociedade realmente saudável e equilibrada. Não necessariamente e somente com grandes gestos. Mas transformando no cotidiano, nos detalhes, nossas escolhas.

Suzane é santista e cofundadora da plataforma Mulheres Ágeis e da consultoria ComunicaMAG. É jornalista, mestre em sociologia, escritora e professora. Autora no blog Fale Ao Mundo e lançou o livro “Tem Dia Que Dói – mas não precisa doer todo dia e nem o dia todo”. Mãe orgulhosa da viralatinha Charlotte