Conheça o maravilhoso mundo das cervejas sem gluten
Água, malte, lúpulo e levedura (fermento) são os ingredientes principais de uma cerveja. Mas será que é justo que 1% da população mundial seja obrigada a ficar sem ingerir a bebida devido à intolerância ao gluten?
Segundo a Acelbra (Associação dos Celíacos do Brasil), estamos falando de 69 milhões de pessoas, 2 milhões só no Brasil.
A doença celíaca e demais patologias relacionadas à intolerância ou rejeição ao gluten causam lesões nas mucosas do intestino delgado após a ingestão de proteínas presentes no trigo, aveia, centeio, cevada e malte, podendo causar sintomas como diarreia crônica, desnutrição, cansaço, inchaço, dores abdominais, anemia e outros.
Leia este post pra saber mais sobre alimentos sem glúten
Pensando em atender esse público tão numeroso e especial, algumas cervejarias desenvolveram rótulos gluten free, mas desde já fica o alerta: não significa que elas são livres da proteína do glúten, mas sim que possuem uma concentração inferior, atingindo níveis aceitáveis em ppm (partes por milhão, medida mundial de concentração de diluição de substâncias) para os celíacos. Portanto, é recomendável saber o seu limite de tolerância, além de não abusar na quantidade ingerida.
Engana-se quem pensa que os benefícios destas cervejas são apenas para os intolerantes ao gluten. Retirar esta proteína da dieta ajuda no emagrecimento e diminui problemas como inchaço, dores articulares e indisposição.
O que muda na cerveja?
Nas cervejas sem gluten, a cevada, o malte e o trigo podem ser substituídos por milho, soja ou arroz e até mesmo por outros ingredientes mais exóticos como feijão, batata, quinoa, tapioca, trigo sarraceno (planta originária da China), milhete (espécie de grãos muito utilizados nas cervejas da África) e sorgo (espécie de grama), sendo os três últimos tipos os mais utilizados na substituição.
Conheça alguns rótulos gluten free:
Os rótulos mais comuns em Santos são Estrela Damn Daura, da Espanha, e os brasileiros da marca Lake Side. Eles podem ser encontrados na Pizzaria 7ª Avenida, no canal 7, na Nação Verde e em empórios como Santa Marta e Laticínios Marcelo.
Lake Side – A Lake Side Beer, de Passo Fundo/RS, é a primeira cervejaria brasileira a produzir cervejas artesanais para celíacos através de uma técnica exclusiva de quebra das proteínas do gluten. Possui 3 rótulos: a tradicional Lager, com graduação alcoólica de 4,5%, Crazy Rye, cerveja forte escura com lúpulos australianos e 5,1% de graduação alcoólica, criada em parceria com a cervejaria curitibana F#%*ing Beer e Malzbier, com toque de chocolate e avelãs e 4,5% de teor alcoólico.
Preço médio: Entre R$ 14 e R$ 18, dependendo do rótulo.
Estrela Damm Daura – Cerveja clara, de coloração dourada e amargor médio. Graduação alcoólica de 5,4% e concentração de gluten abaixo de 6ppm. Origem: Espanha.
Preço médio: R$ 22
Os outros rótulos gluten free podem ser encontrados em sites especializados. Recomendamos o Price Beer (pricebeer.com.br) que é uma espécie de Buscapé para o mundo das cervejas especiais.
Mongozo Premium Pilsener – a cervejaria belga Mongozo é conhecida por produzir rótulos de sabores exóticos, como coco, banana e manga. Já a Premium Pilsener é a primeira lager a reunir três características: é orgânica, sem gluten e tem certificação da Fair Trade Foundation, fundação que busca estabelecer condições justas de comércio. Possui 5,0% de graduação alcoólica.
Preço Médio: R$22 + frete
Tássila – Observando a carência de produtos que atendam as necessidades dos celíacos, a cervejaria Saint Bier, de Forquilinha/SC lançou a Tássila, cerveja feita com malte de trigo sarraceno.
Preço Médio: R$19 + frete
Vagabond Pale Ale – Para quem já é apreciador de cervejas, nossa aposta é a Vagabond Pale Ale (4,5% de álcool) , da escocesa BrewDog. Sobre o preconceito com o público alvo, James Watt, co-fundador da cervejaria dá o recado: “nós temos tolerância zero com a intolerância ao gluten e qualquer intolerância a isso não será tolerada”. Lançada recentemente, basta aguardar que essa novidade invada as prateleiras brasileiras.
Por Regina Santucci, da equipe do Mucha Breja