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10 motivos pelos quais cerveja é coisa de mulher

8 de março. Dia Internacional da Mulher. Dia de ganhar flores, bombons, bilhetes e parabenizações.

Mas ainda temos que lembrar que, independente de calendário, todos os dias devemos ganhar algo ainda maior, mais importante e simbólico: o respeito.

O mercado cervejeiro ainda é dominado pelos homens, e, acima de tudo, pelo machismo. Felizmente, muitos cervejeiros e cervejarias aproveitam seu espaço e seus produtos para que conceitos e pensamentos possam ser mudados.

Sugestões para você

E o preconceito contra a mulher está incluso nisso. Em homenagem ao público feminino, selecionamos 10 rótulos de cervejas que, de alguma forma, ajudam a reforçar a importância das mulheres na sociedade. Um brinde à toda forma inteligente de homenagem e revolução!

1. Dádiva e 2Cabeças – Pink Lemonade

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Mais do que uma cerveja, a Pink Lemonade também é arte e inovação! Do estilo alemão Berliner Weisse e com 4,4% de graduação alcoólica, leva adição de framboesa, amora e limão, resultando em uma cerveja leve, refrescante, com alta acidez e coloração rosa, diferente do branco relativo ao original do estilo. A proposta principal é abrir a cabeça para as inúmeras possibilidades de criatividade.

O rótulo retrô apresenta uma arte sofisticada focada na subjetividade, trazendo impresso na lata um texto complementar sobre acidez comportamental, importância da diversidade e a diversão de ser diferente:

“Não nos esqueçamos da acidez. Da falta de tom. Da não polidez sincera. Não nos esqueçamos da diversidade dentro da superestimada normalidade… De onde existem as amarras invisíveis daquilo que é o esperado. Não nos esqueçamos dos sabores das diferenças!”

2. Urbana – Gordelícia

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Há quem ache o nome preconceituoso, há quem ache sacana e apelativo. Mas a Cervejaria Urbana tem como característica principal a irreverência aliada à sacadas bem humoradas. E temos que considerar que o rótulo expõe a figura feminina sem apelação. Pelo contrário, representa a mulher que aceita seu corpo da maneira que é, e por isso mesmo torna-se cheia de si (sem trocadilhos!).

A cerveja, do estilo Belgian Strong Ale, possui coloração alaranjada, trazendo notas frutadas e adocicadas que remetem a abacaxi, laranja, banana, pera, mel e caramelo. Possui teor alcoólico de 7,5%, o que a torna forte e encorpada (daí a associação com o nome).

3. Cervejaria Avós

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A prova de que cerveja também pode ter encanto, suavidade e um conceito pra lá de especial. O cervejeiro e publicitário Junior Bottura teve a oportunidade de conhecer e conviver com todas as suas avós e bisavós. Ao pensar na criação de uma identidade para a marca de sua cervejaria, a ideia era transmitir algo que demonstrasse o carinho, o cuidado e o amor que tem ao elaborar as receitas de cada cerveja. E vovós são sinônimo de tudo isso, com certeza!

Dessa forma, cada rótulo faz homenagem a uma de suas avós, expondo também alguma característica de suas personalidades: a Vó Ana, a Matrona, por exemplo, ilustra a recém lançada hoppy lager com adição de trigo, semente de coentro e camomila. Branquinha (como a cor da cerveja) e de olhos bem azuis (como a cor da lata), era responsável pelos almoços de domingo. Por isso foi escolhida para representar uma cerveja com especiarias, condimentos e sabores marcantes.

4. Solerun – Penélope

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Uma cerveja leve, equilibrada, marcante e aromática, criada em homenagem à contribuição das mulheres ao universo cervejeiro.

Uma curiosidade: para divulgação dessa cerveja, além das tradicionais camisetas com estampa do rótulo que as cervejarias costumam criar, a Solerun lançou também a estampa do rótulo em vestidos. Ideia bacana, simples, moderna e delicada.

5. Verhaeghe – Duchesse de Bourgogne

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Cerveja e história andam juntas. Duvida?

Essa cerveja é uma homenagem à Mary, duquesa de Borgonha. Nascida no século 15 próximo a Bruxelas, herdou o ducado aos 20 anos. Com seu temperamento forte e decidido, fez com que a França reconhecesse a importância e o poder da província de Borgonha. Faleceu aos 25 anos, após cair de um cavalo.

Do estilo belga Flanders Red Ale, é uma cerveja envelhecida em barricas de carvalho, com aromas e sabores bem marcantes de cerejas, frutas vermelhas, vinagre balsâmico e melaço, mesclando dulçor com acidez e delicadeza com intensidade. Um sensacional jogo de forças durante o gole!

6. Dogma – Cafuza

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Mais uma vez, uma cerveja ligada à história, dessa vez do nosso país.

É uma cerveja do estilo Imperial India Black Ale (ou Imperial Black IPA) que reflete a miscigenação do povo brasileiro: assim como a mistura entre negros e índios, a receita mistura os aromas e sabores críticos presentes no estilo Imperial India Pale Ale com os maltes escuros de uma Stout, apresentando notas de café, chocolate e caramelo aliadas a toques cítricos.

A ilustração do rótulo é a reprodução de um quadro com mais de 150 anos, representando a ideia de que a mistura do nosso povo é de fato uma bela obra de arte.

7. Zapata – Frida

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A cervejaria tem o conceito de romper com o convencional, unindo criatividade artística, complexidade sensorial, combinações inovadoras e sustentabilidade, buscando transmitir em seus rótulos toda essa revolução.

E como falar de revolução sem pensar em Frida? Assim, com essa inspiração maravilhosa, foi criada uma cerveja do estilo Robust Porter com adição de folhas de menta orgânica. O resultado é uma cerveja com notas de chocolate meio amargo e café tostado, equilibrando uma personalidade robusta com o frescor da menta e a delicadeza dos lúpulos.

8. Barbarella

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Com inspiração na força, influência e posicionamento de mulheres que marcaram época, a cerveja é leve, refrescante e possui versões com sabores e aromas de framboesa ou morango.

Tem como marca a ilustração de Jane Fonda, atriz que conquistou a fama na década de 60 após atuação em cenas arrojadas no filme de mesmo nome da cerveja.

Além de sex symbol, Jane é ativista de causas políticas e sociais, lutando contra a Guerra do Vietnã, a favor dos direitos humanos e participando de movimentos de oposição à energia nuclear.

9. Perro Libre – 803

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O nome foi criado em alusão ao dia 8 de março, trazendo a discussão de que não faz o menor sentido a criação de uma cerveja para mulher ou para qualquer outro gênero específico. Sob o slogan “Sem preconceito. Sem rótulo. Sem coleira”, o lançamento contou com a elaboração de um vídeo impactante, que ilustra a presença do machismo infiltrado na sociedade sem percebermos. Veja o vídeo aqui:

Com corpo denso, malte torrado e lúpulo marcante, definitivamente é uma cerveja que quebra paradigmas ao primeiro gole, mostrando para que veio.

10. Dádiva – ELA

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Sigla de Empoderar, Libertar e Agir, o coletivo ELA reuniu mulheres atuantes no mercado cervejeiro com o objetivo de chamar atenção para o machismo enfrentado no segmento.

Mais de cem mulheres estão envolvidas no projeto, que buscou muito mais do que apenas produzir uma cerveja: é, acima de tudo, uma grande oportunidade de discussão, conscientização e mobilização pela igualdade feminina e quebra de preconceitos, desde a concepção da ideia e criação do rótulo (que engloba uma embalagem em papel pardo com frases ouvidas e escritas a mão pelas próprias participantes, criando a impressão de poder rasgar o preconceito com as próprias mãos) até a doação da arrecadação financeira com a venda da cerveja para a ONG Artemis, sediada em São Paulo, que luta pela autonomia feminina e prevenção e erradicação de todas as formas de violência contra a mulher.

Na escolha do estilo, mais uma quebra de paradigma: foi produzida uma American Barley Wine com amargor intenso, 10,5% de potência alcoólica e adição de chips de carvalho e rum na maturação, criando aromas, sabores e sensações únicas que a cada gole nos conquistam e invadem nossos sentidos com a mesma força que lutamos diariamente por nossos valores, por nossa igualdade e por nosso respeito.

Matéria escrita por Regina Santucci