Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Ellen Tejle em Santos: igualdade de gênero no audiovisual

Vamos fazer um exercício rápido: pense no último filme que você assistiu na Netflix, cinema ou na sessão da tarde e responda essas três perguntas:

  1. Tem duas personagens femininas com nome?
  2. Elas conversam entre si?
  3. Falam sobre algum assunto que não seja homem?

Essas são as questões levantadas pela sueca Ellen Tejle. Programadora da sala de cinema Rio, em Estocolmo, ela dedica seu tempo a estudar e entender a representação feminina no cinema, com o chamado índice Bechdel Test.

O resultado de suas pesquisas será tema de uma palestra aqui em Santos, nesta quinta-feira (6 de abril), a partir das 19 horas, na Unimonte.

www.juicysantos.com.br - teste de bechdel

Ellen Tejle em Santos

Organizado pelo Coletivo Vermelha e o Instituto Querô, em parceria com o Mulheres do Audiovisual BRASIL, o evento tem como temas principais a igualdade de gênero no audiovisual, racismo e sexismo.

Essa é a segunda vez que Ellen vem ao Brasil e a primeira visita à Baixada Santista. Durante a palestra, que vai até às 21 horas, ela compartilha sua experiência na luta pela igualdade de gênero no audiovisual e fala sobre como a Suécia diminuiu a desigualdade, conseguindo com que 50% dos filmes financiados pelo Swedish Film Institute fossem dirigidos por mulheres.

Ellen Tejle porträttImagem: Divulgação

A palestra será feita em inglês com tradução para o português.

Desigualdade em números

Em 2015, 38% dos filmes suecos foram dirigidos por mulheres. Enquanto isso, no Brasil, segundo dados da Ancine, o número ficou próximo a 19%.

Quando o assunto é desigualdade racial, os números são ainda menores: segundo uma pesquisa University of Southern Califórnia, entre os filmes mais populares de Holywood no intervalo de 2007 a 2014, menos de 15 (0,004% especificamente) foram dirigidos por negros. No Brasil, o número é de 3%, entre filmes de maior bilheteria da última década, sendo que não há mulheres negras nesses 3%.

O significado e representatividade desses números, assim como a maneira utilizada na Suécia para mudar essa realidade, estarão em pauta no bate-papo com Ellen Tejle. Então, se você trabalha com isso ou mesmo se interessa pelo tema, não deixe de participar.

A entrada é gratuita!

A Unimonte fica na Rua Comendador Martins, 52, Vila Mathias.