Por que as maiores amizades nascem da dor
Fazemos amigos duradouros na dor.
Amizades fortes nascem da dor.
Amigo feito nas alegrias e celebrações normalmente não resiste à primeira tragédia.
Quando nos unimos pela dor, existe mais verdade. Quando conhecemos o que há de mais fraco no outro, nos desarmamos. Nos solidarizamos. Ensaiamos passos conjuntos para sair das armadilhas da vida.
As fraquezas compartilhadas nos fazem mais fortes.
A dificuldade em fazer amigos na dor é quando um deles finalmente resolve experimentar alegrias. Se não estamos na mesma frequência, ficamos ressentidos, talvez invejosos.
Saber se regozijar com um amigo nas alegrias que se sucedem às dores é uma arte. Aqueles que a dominam constroem amizades que duram uma vida inteira. Permanecem juntos, na alegria e na tristeza.
As amizades nascem da dor
Quando nos unimos pela festa ou pelas ideias compartilhadas, tudo fica mais leve e colorido. Mas, como a vida age em seus próprios termos, logo chega o inverno, as incertezas e dificuldades. E aí reside o desafio de permitir que o outro conheça nossas misérias, de pedir e oferecer ajuda. Estender a mão, ofertar o ombro, o colo, o abraço. Estar presente, doar de si mesmo, abdicar da própria felicidade por um momento.
Quem sobrevive a esses desafios também tem boas chances de carregar uma amizade sólida.
Mas, pelo o que tenho visto e vivido, é mais comum que amizades perdurem quando nascidas das dificuldades. A maior parte da vida consiste em encarar circunstâncias fora de nosso controle e dançar conforme a música.
Mortes, perdas, separações, decepções, choques, crises… Quem já passou pelas tragédias inevitáveis da vida sabe melhor que ninguém como consolar um coração doído.
Amizades nascidas e temperadas na dor sabem que tempos difíceis virão e nunca se surpreendem quando os planos falham. Portanto, valorizam celebrações, ritos de passagem, a simplicidade de um riso compartilhado. Qualquer programa fica divertido quando nos damos conta do milagre que é estarmos juntos, celebrando momentos felizes.
Amizade na alegria é colo confortável da infância. Daqui a pouco, é preciso crescer, soltar os laços e caminhar sozinho.
Amizade na dor é bálsamo em forma de abraços, para almas velhas e cansadas, que já caminharam muito.