5 anos do Coletivo Ojú Obá

Há cinco anos, nascia o Coletivo Antirracista Ojú Obá. Para comemorar o aniversário do grupo antirracista de maracatu e cultura popular, vai rolar festa com lançamento de documentário, coco de roda, maracatu e set da DJ Nanne Bonny.
A programação começa às 15h com um bate-papo com a yabá Tenily Guian, madrinha do grupo e fundadora do Baque Mulher Rio de Janeiro e do grupo de coco Ciência Mestra. O Movimento de Empoderamento Feminino Baque Mulher, criado pela mestra Joana Cavalcante, de Recife, busca, a partir do Maracatu, empoderar as mulheres.
A partir das 19h, haverá a apresentação do documentário “A Batida do Coração”, produzido pelo projeto Lab Coletivos Audiovisuais Negros. Em seguida haverá a apresentação de baque aberto de maracatu e roda de coco livre. A noite será encerrada com o set de brasilidades da DJ Nanne Bonny. O local contará com um espaço kids com monitor a partir das 19h.
No grupo, o maracatu é ferramenta impulsionadora das construções coletivas e da disseminação da cultura preta e popular. Apesar de não ter uma origem totalmente esclarecida, acredita-se que o Maracatu de Baque Virado seja uma reinvenção das festas de coroação de reis negros, a instituição do Rei do Congo. Com caráter político sempre atrelado à religiosidade, a instituição do Rei do Congo coroava reis e rainhas que governavam os negros, escravos ou não.
Por respeito a essa origem e pela necessidade de discutir raça, gênero e classe dentro da cultura popular na Baixada Santista, surgiu o Ojú Obá.
“Essa ideia (de fundar um coletivo antirracista de maracatu) surgiu porque a galera que fundou pertencia a outros grupos artísticos que não tinham preocupação com questões sociais e políticas. Tratavam de maneira superficial o que era relativo ao racismo ou de forma bem grotesca. Como entendemos que o maracatu é um movimento de resistência e muita gente morreu nesses mais de 300 anos de história para a gente poder tocar aqui no Sudeste esses tambores, não dá para negar ou relativizar o que a gente via. Foi necessário criar o nosso, preocupado com o que a gente realmente se importa”, explica Kaike Senna, fundador do Ojú Obá e produtor cultural.