Texto porLuiz Fernando Almeida

STJ decide que parceiro gay tem direito a pensão em caso de divórcio

A luta por direitos igualitários segue firme e forte aqui em terras tupiniquins.

O casamento entre pessoas do mesmo sexo já é uma realidade, embora a sociedade civil, em sua maioria, ainda não saiba lidar com essa situação de forma natural. E não é que, nesta semana que passou, a população LGBT garantiu mais uma conquista importante?

Quando li a noticia oficial, dei uns gritos aqui em casa, parecia final da copa do mundo, ou mesmo da novela das 21h, tamanha a minha felicidade.

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Ministros da quarta turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiram por unanimidade que parceiros de uma união homo afetiva têm direito de pedir pensão ao companheiro após separação. A turma julgou nesta terça-feira (3) um recurso especial com origem no Tribunal de Justiça de São Paulo, e a decisão valerá para todo o país.

Conheça o caso

Um dos integrantes do casal entrou na Justiça com um pedido de pensão após separar-se. O autor do pedido alegava ser portador do vírus HIV e solicitou pagamento de pensão de companheiro com quem viveu por 15 anos. O pedido foi negado pelas instâncias inferiores.

A primeira e segunda instância haviam negado o pedido e o Tribunal Regional Federal (TRF) da 3ª Região, alegando que casais homoafetivos não têm os mesmos direitos de casais heterossexuais. Uma atitude retrograda e que mostra como as leis nesses pais são frágeis, dependendo da região. Dá aquela sensação de que estamos nos EUA rural, sabe? Em SP, não pode, no RJ pode, e assim, cada estado, vai criando sua maneira de lidar com os direitos da vida alheia? Não é legal, né?

O autor da ação recorreu da decisão, levando o caso ao STJ. Sob relatoria do ministro Luís Felipe Salomão, o recurso foi aceito, com base em decisões anteriores do Supremo Tribunal Federal (STF), que reconheceu a união homo afetiva em votação plenária de 2011, e de outra decisão anterior do STJ, em que um dos integrantes de um casal formado por dois homens conquistou na Corte o direito e parte de herança deixada por seu parceiro.

O julgamento do STJ concede a integrantes de um casal homo afetivo o direito a pedir na Justiça a pensão alimentícia ao cônjuge. Contudo, a concessão do benefício dependerá de decisões dos Tribunais de Justiça.

No caso analisado pela 4ª Turma, uma decisão deverá ser tomada pelo Tribunal de Justiça de São Paulo sobre se o benefício será concedido ou não ao autor da ação. Anteriormente, o tribunal havia entendido que o integrante do casal não tinha o direito de ingressar na Justiça com o pedido. O caso está sob segredo de Justiça e os nomes dos envolvidos não foram divulgados.

Porém, tenho a certeza de que estamos caminhando para um futuro melhor. As próximas gerações, possivelmente, desfrutem de direitos mais igualitários e tenham condições de construir uma vida melhor, formando uma família com direitos como pensão, convenio medico, casamento, herança entre outros tantos que continuam nos negando.

Sim, a passos de formiga, estamos chegando lá.

Mas volto a repetir algo que sempre escrevo aqui: faça você também a sua parte.

Não adianta ser um gay alienado, preocupado com seu corpão, e com a balada do fim de semana. É preciso estar atento à luta por uma vida mais justa e igualitária. Você não precisa estar na linha de frente, mas tem obrigação de se informar e começar a se posicionar para que juntos, tenhamos força.

Vamos a luta, filho da pátria!

  • Com informações do Estado de SP.