Não dá pra transar sem camisinha!
Para começar duas notícias: uma boa e uma ruim. A boa é que os jovens de até 24 anos compõem a faixa etária que mais usa preservativo no Brasil. A ruim é que eles abandonam cada vez mais rápido o artefato de látex.
A desistência da camisinha acontece aos primeiros sinais de um relacionamento sólido. Segundo dados do Ministério da Saúde, 60% dos jovens usam a proteção na primeira relação e apenas 30% quando o parceiro se torna fixo. O preservativo também vem sendo deixado de lado no sexo casual. O descuido pode ser sentido no aumento em 2% no número de casos de AIDS nessa faixa etária em 2009. Embora tenha diminuído o número de infectados no geral, nas faixas entre 13 e 24 anos e acima de 60 anos, os casos cresceram.
Para “ajudar a piorar”, o conceito de parceiro fixo mudou muito. Hoje os parceiros fixos mudam a cada mês. Essa confiança adquirida, que envolve um jogo silencioso de fidelidade e culpa, é o que especialistas chamam de “pseudoexclusividade”. Um acha que tem o outro sob controle por causa do amor e ainda acredita que a confiança é maior que os desejos e as oportunidades.
Mas nos sabemos que na prática, as coisas não funcionam assim. Não dá pra ficar brincando de Poliana ou confiando em alguém às cegas. O buraco é bem mais embaixo e sabemos que além da maldita, tem um monte de doenças venéreas que podem ser contraídas sem o uso de preservativo. Estar distante dos relatos de estragos que a AIDS causou nos anos 80 e 90, quando milhares de pessoas, entre elas vários ídolos, morreram, colabora para que essa nova geração não tema contrair o vírus.
Eu acho meio absurdo ainda termos que ficar batendo nessa tecla, mas com o tratamento adequado para doenças sexualmente transmissíveis, o comportamento das pessoas, e não me refiro apenas aos gays, mudou muito. Neguinho acha que HIV é gripe e vive brincando de ser Kamikaze. Os especialistas concordam que o fato de o Brasil ter controlado a epidemia de AIDS e de os soropositivos terem uma qualidade de vida maior contribui para que os jovens esqueçam a camisinha na carteira. E vamos combinar que você não precisa nem comprar camisinha e ela não ocupa espaço na sua carteira ou no seu bolso.
Ando me sentindo meio tiozão. Eu saio de vez em quando aqui em Santos, vou a festas e boates e percebo que o público que frequenta esses espaços é muito jovem e nessa fase de descobertas, onde tudo e permitido e existe uma ansiedade em descobrir o novo, a galera acaba se descuidando à toa. Quem frequenta chats ou redes sociais específicas para sexo, sabe que a quantidade de ofertas de menininhos se oferecendo pra transar sem camisinha só faz aumentar. O movimento barebacker ganha cada vez mais adeptos no mundo todo. Isso na verdade tem a ver com o comportamento de soropositivos maldosos que gostam de sair por ai contaminando as pessoas de forma irresponsável. E acreditem, isso acontece muito! Tem muita gente maluca e maldosa nesse mundo. Triste né? Mas é a realidade. Acorda pra vida, fia!
O Governo também diminuiu muito as campanhas publicitárias de prevenção e incentivo ao uso do preservativo. Acho que além do Carnaval, não existe um outro período onde vejamos esse tipo de informação na mídia. Claro, existem ações de abordagem feitas pelo país afora por agentes de saúde, existe a distribuição de camisinhas gratuitas também em saunas, boates e espaços reservados a prática sexual (eu acho essa camisinha gratuita ruim, mas ainda é melhor que nada), mas essas campanhas de massa em mídia televisiva, por exemplo, tem uma alcance muito maior e comunicam bem. Acho que deviam prestar mais atenção nisso.
Então gurizada, é bom ficar atento e não deixar de se prevenir NUNCA. Nem quando pegar aquele boy magia, e vocês dois estiverem bem doidos cheio de pinga na cabeça. Lembre-se sempre do ditado da vovó “por fora bela viola, por dentro, pão bolorento”.
Ame-se em primeiro lugar e se o seu parceiro insistir muito em fazer sexo sem preservativo, desconfie!