Texto porLuiz Gomes Otero

Os lados B de Erasmo Carlos

Há tempos, o Tremendão Erasmo Carlos acalentava o sonho de produzir um show com as canções menos conhecidas de seu repertório.

Volta e meia ele cantava uma ou outra em alguma apresentação feita ao longo dos anos. Mas muitas delas ficavam restritas às gravações de estúdio, um fato que o incomodava um pouco – ainda mais depois que sua discografia dos anos 70 passou a ter o devido valor reconhecido pela crítica e pelo público em geral.

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E por que não concretizar isso? Ele ainda está em boa forma artística e se identifica muito com essas canções menos conhecidas. Então, talvez fosse agora a hora de colocar o projeto em prática.

Não houve uma ordem cronológica para a montagem do setlist, que seguiu o que ele fez nos dias 23 e 24 de janeiro, nos shows na casa Tom Jazz, em São Paulo, onde o DVD Meus lados B foi gravado.

Uma apresentação quase intimista, da forma como desejava o Tremendão.

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O show começa com Gente Aberta, do disco de 1971, para depois saltar para a década de 80 com a canção Amar Pra Viver Ou Morrer de Amor, que foi título de um de seus álbuns. Aí ele visita a época da Jovem Guarda com as canções O Homem da Motocicleta e a singela balada A Carta (que também gravou em dueto com Renato Russo nos anos 90).

Do disco Carlos, Erasmo, de 1971, traz as excelentes Dois Animais na Selva Suja da Rua (de Taiguara), É Preciso Dar um Jeito Meu Amigo (parceria com o Rei Roberto Carlos), De Noite Na Cama (de Caetano Veloso) e a polêmica Maria Joana (parceria improvável com o amigo Roberto, que passou batido na época da censura).

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O repertório tem muitas outras surpresas, como Meu Mar (composta nos anos 70 em homenagem à esposa Narinha, já falecida) e o rock básico e eficaz de Estou 10 Anos Atrasado, do disco de 1970. E resgata a canção Sementes do Amanhã, de Gonzaguinha, que ele também havia gravado nos anos 80.

Meus Lados B tem 22 faixas e cada uma delas com uma história rica por trás da letra e da melodia. Mas creio que o maior mérito desse projeto foi mostrar Erasmo Carlos à vontade, cantando muito bem e acompanhado por uma banda que soube compreender a grandeza de sua obra. Os músicos se entregaram de corpo e alma ao projeto. E o resultado foi emocionante.

Dá o play:

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