Texto porLuiz Gomes Otero

Black Sabbath e os 40 anos da virada da banda

Há 40 anos, a banda Black Sabbath entrava em uma nova etapa.

Com a saída de Ozzy Osbourne e a entrada de Ronnie James Dio nos vocais, a banda lançou o álbum Heaven And Hell e entrava em um período mais próximo do estilo heavy metal.

De uma certa forma, o grupo britânico ajudou a pavimentar a entrada desse estilo dentro do rock.


Dio já vinha da experiência de frontman no grupo Rainbow nos anos 70. E logo se encaixou no tipo de sonoridade que o guitarrista Tony Iommi desejava produzir naquele momento.

Nesse período, os outros dois integrantes, o baterista Bill Ward e o baixista Geezer Butler saíram durante a gravação do álbum e da turnê. Geezer chegou a voltar e gravar todas as linhas de baixo enquanto que o baterista Vinny Appice acabou sendo recrutado para a vaga de Ward, que passava por problemas de saúde, para cumprir os shows da turnê.

O tecladista Geoff Nichols também participou da gravação do álbum.

Mais que heavy

Na minha opinião, essa formação não deveria ser chamada de Black Sabbath, porque acredito que a essência do grupo está na fase com Ozzy. Mas é fato que as canções desse álbum também são excelentes, ainda que explorem um outro tipo de sonoridade mais pesada. Se a banda tivesse um outro nome, funcionaria da mesma forma, pois o disco vendeu mais de um milhão de cópias naquela época.


Dio assumiu a composição de todas as letras, que falam sobre dragões, castelos e misticismo, que aliás sempre foi uma marca registrada dele e também eram explorados pelo Sabbath na fase com Ozzy.

O disco abre com Neon Knights, uma canção perfeita de abertura com um solo memorável de Iommi. Depois segue com a soturna Children Of The Sea e com a animada Lady Evil, em que Dio dá um show de interpretação.


A faixa título (Heaven And Hell) é apontada por críticos como a melhor desse álbum. Tem um riff inconfundível de Iommi e mais uma vez Dio rouba a cena com o seu potente vocal. Gosto muito das faixas Die Young e Wishing Well, que canalizam a tendência que a banda decidiu adotar para o seu som.

Sobrevida

Dio ainda gravaria mais três álbuns com o Sabbath (Mob Rules, Live Evil e Dehumanizer), além do projeto com Iommi, batizado também como Heaven And Hell. Todos esses discos se equivalem ao álbum Heaven And Hell, que abriu as portas da percepção do Sabbath para o heavy metal.