5 coisas que aprendi sobre comida com Rita Lobo
A comida nunca foi tão pop.
Ela está na televisão de manhã, de tarde e de noite. Invadiu nossas redes sociais com vídeos de 1 minuto de food porn. Os livros sobre o assunto dominam as prateleiras das livrarias.
A chef e apresentadora Rita Lobo definitivamente contribuiu pra que isso acontecesse aqui no Brasil.
Veterana da inernet (o seu Panelinha inovou com receitas online em Português nos idos do ano 2000), a ex-modelo conquistou uma legião de fãs com sua proposta de descomplicar os termos, utensílios e ingredientes que parecem afastar as pessoas da cozinha.
E se, de acordo com Rita, cozinhar transformou sua vida, ela hoje faz isso por muita gente – inclusive por mim. O livro Panelinha (Ed. Senac, 5ª edição) me ensinou a fazer de pão a feijão, de bolo a sopa.
Essas são as 5 coisas que eu aprendi sobre comida com a Rita Lobo.
1 – Cozinhar vai mudar a sua vida
Rita sabia muito pouco sobre cozinha quando resolveu aprender, aos 20 anos. Partiu para os EUA e estudou pra se tornar chef. Esse fato mudou completamente sua trajetória dali em diante.
Mas isso não quer dizer que só uma viagem ou uma virada na carreira servem pra mudar a rotina por meio da alimentação. Aqui em casa, as coisas ficaram bem diferentes quando resolvi aprender a fazer papinha pra minha filha, há 4 anos. E, dali em diante, vi que tinha habilidade e capacidade pra preparar muitas outras coisas pra ter mais comida de verdade na nossa mesa.
2 – Planejar é a chave pra comer bem
Antes mesmo de ligar o fogão, tem que existir muito planejamento pra comida acontecer.
Sim, todo mundo anda sem tempo. Mas comer de forma saudável precisa ser uma prioridade, segundo Rita. Pra isso, o assunto precisa deixar de “ser coisa de dona de casa pra se tornar coisa da casa“.
A divisão de tarefas na família precisa estar super estruturada pra que se possa resolver a questão das refeições de uma forma mais prática: comprar, lavar, organizar, preparar, guardar, porcionar, congelar.
3 – A comida hoje está mais próxima da saúde pública do que da gastronomia
Em um país que já teve altíssimos índices de desnutrição e hoje sofre com a epidemia de obesidade, precisamos nos voltar para o básico: valorizar o arroz e feijão como elementos culturais.
“(A dieta brasileira) dá certo há centenas de anos”, explica Rita.
Cozinhar em casa e com ingredientes locais, minimamente processados, é a ferramenta mais eficiente para melhorar a saúde da população.
E isso não é fácil: temos uma indústria que nos bombardeia com produtos cheios de aditivos e corantes, que nos vende a ideia de praticidade e facilidade, mas alteram a textura, o sabor e a experiência dos alimentos.
“As pessoas fazem escolhas alimentares sem se dar conta de que elas são regidas pela indústria”.
4 – A tecnologia ajuda a disseminar a culinária, mas é preciso voltar às raízes
Perguntei para Rita, uma pioneira da internet quando se fala em receitas, o que ela achava sobre o futuro da comunicação em gastronomia.
Super sensata, ela explicou que as novidades, como a utilização ampla de vídeos e outras plataformas tecnológicas, ajudam a mostrar pras pessoas que cozinhar em casa é possível. Mas que livros e o aprendizado com quem sabe do assunto – nossas mães, avós, familiares, amigos e até em cursos – continuarão pegando as pessoas pela mão e as guiando em direção a uma alimentação que funciona.
5 – Como fazer o melhor feijão do mundo
Preciso admitir que, até comprar o livro da Rita, fazia um feijão horrível. Achava que era preciso um monte de carnes pra dar sabor e ele acabava sempre salgado demais ou aguado.
Na página 170 do Panelinha, encontrei a receita que ela chama de Feijão da Sandi – rápida, fácil e deliciosa.
Ingredientes
3/4 de xícara (chá) de feijão carioca
3 xícaras (chá) de água
1 colher de sopa de azeite
4 dentes de alho
1 folha de louro
Sal a gosto
Preparo
Deixar de molho por 2 horas, em bastante água. Ou, se você gostar dele mais molinho, por 12 horas no dia anterior hidratando.
Coloque na panela de pressão o feijão escorrido e junte 3 xícaras de água. Tampada, a panela vai para o fogo médio. Quando começar a apitar, baixe o fogo e deixe cozinhar por apenas 15 minutos.
Desligue o fogo e, quando parar de apitar, com cuidado, abra a panela de pressão. Pique os dentes de alho bem fino e refogue com azeite em uma frigideira. Dica: deixe ficar bem dourado.
Passe o alho refogado para a panela com o feijão, junte a folha de louro e tempere com sal. Volte ao fogo médio e deixe cozinhar, sem a tampa, por 10 minutos, mexendo de vez em quando. Sirva em seguida.
Rita Lobo em Santos
Rita Lobo esteve em Santos para uma palestra exclusiva para convidados no Senac Santos, para comemorar os 70 anos da instituição na cidade.