Proteína: o que é necessidade e o que é marketing?
O brasileiro médio já consome proteína suficiente através da alimentação tradicional. Mas a indústria lucra bilhões vendendo a ideia de que você precisa de "mais proteína" em tudo
A proteína se transformou na estrela dos corredores de supermercado. Pães, iogurtes, águas saborizadas e até balas agora chegam às prateleiras “enriquecidos” com esse nutriente. Mas será que realmente precisamos dessa quantidade toda ou é apenas mais uma onda do marketing alimentar?

A explosão da febre proteica no Brasil
Nos últimos anos, o mercado brasileiro testemunhou uma verdadeira revolução nos produtos fortificados. Impulsionada por dietas low-carb, a busca por hipertrofia muscular e o boom dos medicamentos para emagrecimento como Ozempic, Mounjaro e Wegovy, a indústria encontrou um filão lucrativo.
Acontece que esses medicamentos reduzem drasticamente o apetite. Por isso, muitas pessoas passaram a buscar suplementação proteica, frequentemente sem orientação profissional, baseando-se apenas no apelo “saudável” das embalagens.
O que está por trás dessa tendência?
A demanda explodiu principalmente entre a Geração Z, que prioriza consciência de saúde e pratica mais atividades físicas que gerações anteriores. Além disso, o Brasil bate recordes na produção de proteína animal: são esperadas 15,9 milhões de toneladas de frango para 2025/26.
Porém, nem tudo que reluz é ouro. A maioria dos produtos industrializados fortificados contém altos níveis de sódio, açúcar e aditivos químicos. Ao contrário, carecem das fibras, vitaminas e minerais presentes naturalmente em alimentos como carne, feijão, ovos e leite.
Brasil e proteína
Segundo dados do IBGE (pesquisa de 2017-18), o brasileiro médio já consome proteína suficiente através do tradicional PF: arroz, feijão e carne. As proteínas representam entre 17% e 19% das calorias diárias, com cerca de 63g de carne consumidas por dia.
Para pessoas sedentárias, o consumo gira em torno de 1g por quilo de peso corporal, atendendo perfeitamente às necessidades básicas. Portanto, para a maioria da população, a suplementação adicional simplesmente não é necessária.
Riscos do excesso proteico
Nutricionistas alertam: o consumo crônico acima de 2g por quilo de peso pode trazer consequências sérias. Entre elas estão sobrecarga renal (hiperfiltração), fragilização óssea, aumento de 22% no risco cardiovascular e inflamação intestinal.
Quando combinamos esse excesso com suplementos usados sem supervisão profissional, o quadro pode se agravar ainda mais. Como diz o ditado, mais nem sempre é melhor.
Alternativa naturais que cabem no bolso
As leguminosas oferecem uma solução inteligente e econômica. Elas suprem entre 18% e 30% da necessidade diária de proteína, além de fornecerem fibras essenciais para a saúde intestinal.
Enquanto isso, os produtos industrializados fortificados custam até quatro vezes mais por grama de proteína. Ou seja, você paga mais caro por menos benefícios nutricionais reais.
Orientação profissional faz diferença
Na contramão da onda de suplementação desregulada, buscar acompanhamento especializado pode fazer toda a diferença na sua saúde. A Trasmontano Saúde, com mais de 93 anos de tradição no cuidado com a saúde, oferece atendimento completo em nutrição através de sua rede de centros médicos.
Com profissionais qualificados e uma estrutura moderna, a operadora disponibiliza consultas com nutricionistas que avaliam individualmente as necessidades proteicas de cada paciente. Além disso, a Trasmontano conta com programas de Medicina Preventiva voltados para a promoção da saúde e qualidade de vida.
Portanto, em vez de seguir modismos ou cair em armadilhas de marketing, conte com orientação profissional. Os associados da Trasmontano têm acesso facilitado a especialistas que podem elaborar planos alimentares personalizados, considerando idade, nível de atividade física, condições de saúde e objetivos individuais.
Dicas práticas!
- Priorize fontes naturais: feijão, lentilha, grão-de-bico, ovos e carnes magras
- Varie as proteínas ao longo da semana para obter diferentes aminoácidos
- Consulte um nutricionista antes de iniciar qualquer suplementação
- Leia os rótulos com atenção: muitos produtos “ricos em proteína” são ultraprocessados
- Mantenha o tradicional arroz com feijão no prato – essa combinação já oferece proteínas completas
Ciência versus marketing
A verdade é que a febre proteica representa mais hype nutricional do que necessidade real. Para a maioria dos brasileiros, o consumo através da alimentação tradicional já é adequado.
Apenas atletas de alta performance, idosos com dificuldades alimentares ou pessoas em recuperação de cirurgias podem se beneficiar de suplementação – sempre com acompanhamento profissional.
Aposte no equilíbrio, não na moda
Portanto, antes de encher o carrinho com produtos fortificados, reflita: seu corpo realmente precisa disso? Na dúvida, aposte nos alimentos in natura e busque orientação especializada.
Afinal, saúde verdadeira não se constrói com modismos, mas sim com escolhas conscientes e sustentáveis. E o bom e velho feijão brasileiro continua sendo um dos melhores amigos da sua nutrição — entregando proteína, fibras e economia no mesmo pacote.