Texto porLuiz Fernando Almeida
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10 motivos pra ser orgulhar da nova geração LGBT

As gerações mais velhas sempre vão achar os mais novos “babacas”.

Em conversas com amigos, de idade aproximada à minha, ouço muito que existe um medo dessa nova geração. Que eles são alienados, hedonistas, irresponsáveis, reacionários, vaidosos, vivem pra tirar selfies e tratam tudo de maneira descartável.

Em partes, eu concordo, mas entendo que venho de uma geração analógica, que demora mais pra entender e digerir alguns processos. Surge aí o tal conflito de gerações…

www.juicysantos.com.br - nova geração lgbt

Historicamente, isso acontece desde sempre. Eu ouvia isso da galera das antigas quando botei minha cara no sol…

Mas esse papo de geração é uma generalização. Adoramos dar um close por feitos que aconteceram em um período, e que, na verdade, foram feitos por apenas uma parcela dos indivíduos desta geração.

Claro, essa molecada não inventou a luta por direitos LGBT.

Todas as conquistas colhidas agora foram semeadas durante décadas nas gerações anteriores. O mundo é cíclico e alguém teve que dar a cara a tapa antes. Só que acho incrível – e por que não dizer, emocionante? – ver como a moçada tem se posicionado diante dessas questões.

O que está em jogo não são apenas políticas públicas “de juventude” LGBT ou mesmo em geral para nosso grupo social. Está em jogo é o país queremos e como construí-lo.

Então, resolvi listar 10 motivos para sentir orgulho da nova geração LGBT para que deixemos esses preconceitos de lado e  possamos pensar em continuidade.

Vamos lá:

1) Essa geração já não vê motivos para restringir sua manifestação de afeto aos “guetos”.

2) Circulam livremente entre gêneros, superando o binômio macho/femea. Agêneros, bi-gêneros e intersexos são cada vez mais comuns. Não importa a sua identidade ou orientação, importa quem você é de fato.

3) Não se interessam por preferências sexuais (ativo, passivo), pois conseguem exercer sua sexualidade de forma plena, sem preconceitos.

4) São mais abertos ao diálogo e conscientes de seus direitos.

5) É geração que mais lutou pelos direitos LGBT, e a que viu a união entre pessoas do mesmo sexo ser reconhecida aqui no Brasil (além da homossexualidade ter deixado de ser crime em vários países do mundo só nos últimos anos).

6) Defendem a igualdade, assistiram à criação de cotas no Brasil e começaram a discutir a situação d@s trans na nossa sociedade. Se você pudesse voltar cinco anos no tempo, perceberia que travestis/trans. seriam vistos só em matérias sobre prostituição e em programas de humor babacas. Hoje, a Laerte tem um programa só dela na TV.

7) Usam as plataformas digitais com maestria para se relacionar, debater, divulgar e lutar por seus direitos. Existem diversos canais no Youtube, criados por essa molecada, em que você encontra conteúdo de qualidade com informações importantes que ajudam a dar mais visibilidade e normatizar as pautas LGBT.

8) Lutam de fato contra o assédio e o estupro. A geração atual denuncia atos homofóbicos sem medo de represálias, vai à delegacia, dá entrevista para a imprensa e não deixa que a impunidade aumente as estatísticas.

9) Valorizam e consomem a cultura queer porque entendem que representatividade é importante. A cena musical independente bombou de artistas LGBT. Teatro e cinema também passaram a ter mais produções com foco nesta população com necessidade de consumir arte, mas também de sentir-se representada e debater a partir das obras.

10) Não se adequam ao ritmo industrial da vida. Buscam novas maneiras de trabalhar de viver, adoram ser nômades digitais e ter seu home office. Tentam trabalhar menos e aproveitar mais a vida. Sim, essa deveria ser a maneira certa pra se viver com mais qualidade de vida e eles estão fazendo tudo direitinho.

Rapidinhas

Debate
Hoje (sexta-feira) acontece o I Encontro Pensando Gênero na  Associação Cultural Jose Marti, na Vila Mathias que traz a cidade nomes como: Jonatan J. Sacramento – Mestrando em Antropologia Social (UNICAMP), Julian Simões – Doutorando em Ciências Sociais (UNICAMP) Mariana Marques Pulhez – Doutoranda em Antropologia Social (UNICAMP) Catarina Casimiro Trindade – Doutoranda em Ciências Sociais (UNICAMP) e Ana Elisa Bersani – Doutoranda em Antropologia Social (UNICAMP) entre outros para discutir questões sobre  Gênero e sexualidade. Mais informações clique aqui

Jabá
Estou em cartaz todas as sexta-feiras de setembro com meu solo Gotas de Codeina, sobre suicídio com foco na população LGBT. O espetáculo é encenado dentro de um apartamento em Santos. Informacões e reservas, clique aqui.

Notáveis
Fui assistir a um debate sobre homossexualidade, no projeto Encontro com Notáveis, com mediação da colunista social Clara Monforte e fiquei impressionado com a quantidade de pessoas interessadas no tema. Em sua maioria, mulheres hetero e mães de família, todas muito conscientes de que amor não tem sexo e sexualidade não define caráter. Foi lindo estar ali. Parabens às organizadoras pela iniciativa!