Conheça o Instituto Arte no Dique

Como toda cidade grande, Santos apresenta aos seus moradores diversas facetas. O mesmo município que orgulhosamente é dono do maior (e mais belo) jardim de orla do mundo, tem em seu currículo também regiões em que a precariedade prevalece.

Caso do dique, local onde cerca de 22 mil habitantes vivem em palafitas à beira do mangue, sobre o Rio Bugre.

Foto: Divulgação/Facebook do Arte no Dique

Apesar da diferença social, as ruas ao redor do bairro estampam uma cordialidade muitas vezes não vista nos canais. Numa recente visita, fiquei um tanto perdida, e não faltou gente para me ajudar, com uma boa vontade incrível. Meu destino era o Instituto Arte no Dique.

Desde novembro de 2002, o projeto oferece oportunidades de transformação e desenvolvimento humano e social aos moradores da região. Para isso, a estrutura abriga oficinas de ballet, percussão, violão, customização, informática, capoeira e teatro, além de atividades pontuais como sessões de cinema e palestras.

Foto: Divulgação/Facebook do Arte no Dique

Segundo José Virgílio, presidente do instituto, mais de 600 pessoas são atendidas atualmente.

Virgílio, que é natural de Salvador, conta que veio a São Paulo em 1999 para realizar um trabalho ligado a arte, em Santo André. Junto a isso, uma escola de percussão foi criada na cidade.

“Eu estava voltando para Salvador quando o Régua e Compasso (grupo de Santo André) se apresentou aqui no Sesc Santos. Um médico, que atendia os moradores da comunidade, perguntou como funcionava. Eu disse que era necessário uma empresa para ajudar com o financeiro e uma ONG para administrar recursos. Fui embora.  Depois de algum tempo, recebi uma ligação dizendo que eles tinham conseguido apoio”, lembra.

A empresa em questão é o Grupo Libra, um dos patrocinadores do projeto que, junto a instituições que conheceram a causa, passaram a apoia-la, como Prefeitura de Santos, COHAB, Ministério da Cultura, Santos Futebol Clube, Sesc, Sesi, Sabesp e outros.

Espaço para exposições do Arte no Dique

Tais ajudas possibilitam que os jovens atendidos tenham não apenas o acesso a uma estrutura impecável, mas também a oportunidades como a Banda Querô e uma filial internacional.

Sala de informática

A banda, formada em 2003, já realizou dezenas de apresentações pelo Brasil e fora dele. O exterior, no entanto, não é acessível só aos integrantes do grupo de samba reggae. Inaugurada em 2012, a filial internacional do instituto fica na França e visa promover intercâmbio cultural entre países, além de desenvolver ações de inclusão social. Para isso, contam com a ajuda da produtora franco-brasileira Ingrid Farel.

Dá uma olhada na apresentação do grupo de ballet:

O Instituto Arte no Dique fica na Rua Brigadeiro Faria Lima, 1349, Rádio Clube.