Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Conheça o Grupo Acolhe Autismo Santos

Um universo particular, pouco conhecido pela sociedade e, também misterioso para os que convivem com seus habitantes.

Esta é a realidade do autismo no Brasil.

Mesmo com todos os avanços de informação, a síndrome ainda é vista como um tabu e o pouco que se sabe vem de filmes, novelas e séries que, em algum momento, abordaram o tema.

A busca por mudar esse cenário aqui em Santos e região deu início ao Grupo Acolhe Autismo (GAA).

Formado por mães e familiares de pacientes diagnosticados que sofreram pela falta de conhecimento, o coletivo teve início em março de 2012 e, desde então, procura encontrar e dar auxílio a quem passa pelo mesmo momento.

GAA

“Nós começamos com a ideia de tirar essas pessoas de casa, mostrar que não é só você, outros vivem a mesma coisa” conta Ana Lúcia Felix, presidente do GAA. “A intenção é ajudar, dar apoio”, continua.

Entre os participantes do grupo, estão familiares, professores e profissionais que, de alguma forma, tiveram o autismo inserido em seu dia a dia – tudo com o objetivo de trocar experiências que tornem o convívio mais harmonioso.

“Queremos conscientizar, por isso não limitamos as ações a abril, que é o ‘mês azul’. Desde que tivemos início, algumas conquistas foram importantes, como o acesso ao curso de Educação Física. É bacana mostrar para os estudantes o que é o autismo, como funciona no cotidiano. Porque eles vão encontrar essa e outras síndromes no mercado, é uma forma de saber que esses profissionais vão ter um preparo além da teoria” conta animada.

Os desafios diários são inúmeros para os autistas. Por conta da falta de conhecimento da população, Ana diz que desrespeito e preconceito são comuns. “Sofremos muito, as pessoas pensam que as atitudes deles são por má educação e culpam os pais”.

Além disso, desde dezembro de 2012, o autista tem os mesmos direitos que um deficiente físico pela Lei 12.764, o que gera desconforto em alguns estabelecimentos. “Uma das mães contou que ficou sem reação por conta do tratamento que recebeu. Os idosos que estavam na fila do mercado acharam um absurdo, por ela ser nova e o filho não ter nenhuma aparência física (que destacasse uma síndrome). Eles não aceitavam”.

GAA

Para acabar com situações como essa, Ana acredita que o caminho seja o que ela e todos os integrantes do grupo estão trilhando, o da conscientização. “Infelizmente ainda é assim, não temos a atenção voltada para a causa. É diferente de países desenvolvidos. Nós temos que ir caminhando, passo por passo, conversar mesmo”.

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Para conhecer ainda melhor o sentimento de uma mãe de autista, dá uma olhada na música que a Rosângela Lopes, mãe do Arthur, compôs: