Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

Mostra itinerante da Bienal de SP em Santos

Entre os meses de setembro e dezembro de 2016, o parque do Ibirapuera recebeu a 32ª Bienal de São Paulo, Intitulada Incerteza Viva [Live Uncertainty].

Quem não subiu a serra para apreciar a mostra, tem uma segunda chance. Dessa vez nem precisa pagar pedágio ou usar o GPS, basta seguir rumo ao Sesc Santos. Graças a uma parceria com a Fundação Bienal, a penúltima etapa itinerante do evento será aqui na cidade.

Sim, vai rolar mostra itinerante da Bienal de SP em Santos.

Imagem: Ilana Bar/ Estúdio Garagem/ Fundação Bienal de São Paulo

De 5 de setembro a 19 de novembro, 10 artistas e coletivos que foram destaque no maior evento de artes visuais do Brasil ficam expostos por aqui, são eles:

Bárbara Wagner (Brasil)
Cecília Bengolea e Jeremy Deller (Argentina/Reino Unido)
Felipe Mujica (Chile)
Gabriel Abrantes (Estados Unidos)
Gilvan Samico (Brasil)
Jonathas de Andrade (Brasil)
Maria Thereza Alves (Brasil)
Rayyane Tabet (Líbano)
Rikke Luther (Dinamarca)
Vídeo nas Aldeias (Brasil)

A curadoria geral é de Jochen Volz, responsável pela última edição da Bienal, em 2016.

Sobre a exposição

O eixo da mais recente edição da Bienal foi a noção de incerteza, em uma proposta de fazer refletir sobre as atuais condições da vida em tempos de mudança contínua e as estratégias oferecidas pela arte contemporânea para acolher ou habitar incertezas.

Antes de Santos, a itinerância esteve em 8 cidades brasileiras. Depois daqui, segue para Itajaí (SC) e Fortaleza (CE) e então viaja pelo exterior, com paradas em Bogotá (Colômbia) e Porto (Portugal).

O que você vai ver por aqui

Bárbara Wagner apresenta uma série de fotografias com caráter instrumental, intitulada Mestres de Cerimônias. Os registros, feitos em 2016, relatam a realização de videoclipes do brega, potente elemento de propagação de uma imagética no limiar entre o precário e a ostentação.

A coreógrafa, dançarina e performer Cecilia Bengolea trabalha em parceria com o artista Jeremy Deller, para trazerem à vista movimentos identitários de resistência e afirmação de gênero, sexualidade e comportamento.

Os projetos de Felipe Mujica se organizam a partir de duas formas principais de atuação: de um lado, sua pesquisa visual, que envolve a criação de instalações de painéis de tecido móveis e interativos; de outro, a organização colaborativa de exposições, publicações e gestão de espaços culturais.

Gabriel Abrantes explora a linguagem cinematográfica em sua produção de filmes e vídeos – os roteiriza, dirige, produz e neles ocasionalmente atua. Aborda temas históricos, sociais e políticos ao discutir questões pós-coloniais, de gênero e identidade.

Gilvan Samico apresenta em suas gravuras mitos e cosmologias repletas de simbologias. Suas composições têm a simetria e a verticalidade como valores que organizam narrativas sobre a natureza – sendo homens e mulheres parte desse ambiente – e instâncias sagradas que se relacionam com a vida terrena.

Jonathas de Andrade trabalha com suportes variados, como instalação, fotografia e filme, em processos de pesquisa que têm profundo caráter colaborativo. Sua obra discute a falência de utopias, ideais e projetos de mundo, sobretudo no contexto latinoamericano, especulando sobre sua modernidade tardia.

A obra de Maria Thereza Alves envolve aspectos da vida atual ou vestígios encontrados no presente que apontam para ações movidas no passado. A fim de destacar a situação dos povos indígenas da América, a artista desenvolve trabalhos que abrangem questões sobre território, patrimônio cultural e história da colonização.

Produzido para a 32ª Bienal, o projeto Sósia (2016), de Rayyane Tabet, tem como ponto de partida uma ficção do artista sobre a diáspora libanesa no Brasil e a narrativa que a envolve, culminando na esperança de um eventual retorno e resgate.

Em Overspill: Universal Map (2016), Rikke Luther explora a natureza orgânica e concreta do mundo e apresenta o resultado de uma pesquisa que combina interesses diversos e faz referência ao colapso dos conceitos modernos de progresso.

32BSP - Artistas - Imagens para publicações

Há três décadas, o Vídeo nas Aldeias tem mobilizado debates centrais aos povos indígenas e à produção e difusão audiovisual. O projeto tem como um de seus objetivos a formação de realizadores indígenas, desestabilizando narrativas forjadas com base no olhar externo.

Vai lá

Se você é um amante de artes e ficou curioso para conferir a Mostra Itinerante da Bienal de SP em Santos, já marca na sua agenda: a exposição fica disponível entre 5 de setembro a 19 de novembro. A visitação é 100% gratuita e acontece de terça a sexta-feira, das 10 às 21h30 e, aos domingos, das 10 às 18h30.

O Sesc Santos fica na Rua Conselheiro Ribas, 136, Aparecida.