Texto porVictória Silva
Jornalista, Santos

As Arteiras e o empreendedorismo depois dos 50

Aposentadoria.

A palavra pode ser um sonho para muitas pessoas e deixar tantas outras de cabelo em pé.

Afinal, após décadas de trabalho, com uma carreira cheia de conquistas e realizações, parar tudo significa se desapegar de uma parte da vida.

Para Sandra Carvalho, Ana Caê, Ana Leticia, Katia Del Giorno e Maria Luzia, foi um momento de (re)descobertas.

As amigas aqui de Santos aproveitaram essa fase de mudanças para dar vida ao grupo As Arteiras.

as arteiras

“Em particular, seguimos a área da educação, mas cada uma foi para a sua especialidade. Fizemos um caminho muito feliz em nossas carreirsa e, durante esse tempo, descobrimos outras habilidades”, explica Ana Caê.

Os talentos, até então guardados, têm a ver com a arte.

Do origami aos chás artesanais, as arteiras produzem vários itens, como acessórios de tecido, crochês e oferecem curadoria de livros.

Kátia explica que a união dos trabalhos, que podem ser encontrados separadamente, é uma forma de dar forças às marcas e levar a essência que carregam ainda mais longe.

“Levamos acolhimento, sensibilidade e uma forma de consumo diferenciada. Não queremos que as pessoas comprem apenas por comprar”.

Para isso, sorrisos e longas conversas fazem parte do dia-a-dia do grupo. Elas admitem que participaram de alguns bazares da cidade, mas sentiram-se como peixes fora d’água.

“É muita música, as pessoas só pensam em vender. Eu fiz alguns pássaros de origami e fui distribuir, gratuitamente. As pessoas não pegavam”, lembra Sandra.

Uma nova forma de venda

Já que a música alta e o ritmo acelerado dos bazares destoam da essência que as arteiras querem passar ao público, o grupo criou seus próprios encontros.

As reuniões acontecem mensalmente, sempre no terceiro sábado do mês. Porém, a cada edição, rola em um local diferente.

Quem visita os eventos encontra os produtos oferecidos pelas cinco amigas, mais as artes de um artesão convidado. E, de quebra, ajuda uma instituição da cidade.

as arteiras

“A cada edição, fazemos vivências, oficinas, leituras… Tem chá e bolo, conversa boa, música ambiente. É um momento para as pessoas se encontrarem”.

A ideia está dando super certo. Segundo elas, cerca de 300 pessoas passaram pelo último encontro.

O público vai desde senhoras até a molecada mais nova. Afinal de contas, quem não gosta de acessórios feitos a mão, um chazinho e boa leitura?

Para finalizar, as meninas contam que esse reencontro com seus talentos “foi uma alegria”.

E elas conseguiram provar que, sim, existe vida após a aposentadoria e que o empreendedorismo não tem idade.

Quem quiser conhecer melhor as marcas das arteiras separadamente é só acessar: Enquanto houver chá, Mãe e Filha, Livraria Plural, Arteirices por Malê Araújo e Artesanato Sandra Carvalho.