Praia do Forte: dicas para você aproveitar o litoral norte da Bahia
Voltar à Praia do Forte depois de mais de 20 anos foi uma experiência surpreendente. Lembro de visitar o local na minha infância, depois de passar vários verões em Itacimirim.
Em fevereiro de 2019 passei um final de semana na Praia do Forte (Mata de São João, Bahia) e tá mais do que aprovado. Aproveitei que passaria uns dias matando as saudades de Salvador, onde morei durante minha infância. O trajeto foi muito simples: pouco mais de uma hora pela Estrada do Coco, que liga Salvador às praias incríveis do litoral norte da Bahia.
Neste artigo vamos destacar os pontos fortes de um final de semana delicioso na Praia do Forte.
A vila da Praia do Forte
Alguns soteropolitanos que encontrei na noite anterior à minha chegada na Praia do Forte me alertaram que eu ficaria encantada com a Vila. De fato foi uma experiência ótima que misturou o tipo de programa que eu adoro: caminhadas descompromissadas, olhando vitrines, vendo artistas de rua com tudo regado pela maravilhosa brisa da Bahia.
Caminhar com tranquilidade por toda a vila vai levar uns 15 minutinhos. Ao final das calçadas da Vila da Praia do Forte você vai encontrar a igrejinha, o mar e a entrada do Projeto Tamar.
Para quem adora um footing + shopping é um programão. Repleta de multimarcas consagradas no Brasil, eu fiquei muito bem impressionada com a curadoria dos acessórios e das roupas. Vale olhar com carinho o trabalho dos artesãos que ficam tanto na rua como dentro das lojas.
Aos sábados a maior parte das lojas estica até as 23h horas, então pode curtir sem pressa.
O que vale a pena comprar por lá
- Bolsas de palha e cestaria: queria trazer tudo!
- Brincos e acessórios: achei pares de brincos artesanais por R$ 20. Os mesmos estavam no shopping de Salvador pelo dobro do preço.
- Roupas da loja Baú Baú: estampas lindas em tecidos leves com o estilo bem praiano. Me esbaldei nos vestidos.
- Choker de búzios: muitos modelos e variações lindas
O projeto Tamar
Eu adorei revisitar o Projeto Tamar, que estava bem mais completo do que quando visitei (há longos anos atrás). As atrações agora são mais lúdicas, com uma cenografia que encanta crianças e adultos. Eu sou suspeita porque amo ver as tartarugas no mar de Santos, e lá no Projeto Tamar é possível vê-las bem de pertinho.
Se você estiver com crianças vale a pena prestigiar o Tamar nos horários onde rola a sessão de alimentação das tartarugas e dos tubarões!
Desde 1980 o projeto Tamar trabalha para proteger as tartarugas marinhas no Brasil. A Fundação Pró-TAMAR é a principal executora das ações do PAN – Plano Nacional de Ação para a Conservação das Tartarugas Marinhas no Brasil do ICMBio/MMA.
São cinco espécies de tartarugas marinhas presentes no Brasil, todas ameaçadas de extinção. Entre elas estão a tartaruga-cabeçuda (Caretta caretta), tartaruga-de-pente (Eretmochelys imbricata), tartaruga-verde (Chelonia mydas, uma das mais presentes aqui em Santos), tartaruga-oliva (Lepidochelys olivacea) e tartaruga-de-couro (Dermochelys coriacea). Destas, o único exempla que não está disponível para ser visto lá no Tamar é a tartaruga-de-couro.
Se você for até a Praia da Forte, não deixe de passar por lá e honre as mais de 37 milhões de tartaruguinhas filhotes que foram devolvidas ao mar por conta do Tamar e seus colaboradores.
O bar do Souza
Se você ama coentro como muitos baianos, comer um bolinho de peixe do Bar do Souza é uma parada obrigatória. A sugestão é comê-lo acompanhado de mangaba, uma fruta leitosa e bastante presente nos menus do nordeste – raríssima aqui em Santos.
Toda vez que penso nesse bolinho, fico com água na boca.
Onde
(fica bem na entrada da Vila)
Alameda do Sol s/n – Praia do Forte
Mata de São João, Bahia
O pôr do sol
Ver o pôr do sol dentro do mar é uma experiência deliciosa na Praia do Forte. De um lado o sol. De outro movimento na praça, dos passantes, do agito do centro. E ao redor os barcos pesqueiros.
O visual é simplesmente bárbaro.
Hospedagem
É importante lembrar que os carros não andam na Vila da Praia do Forte. Portanto é fundamental escolher uma hospedagem que permita que você faça seus programas a pé. Escolhemos a pousada João Sol. Ela não ficava dentro da Vila, mas sim bem próxima.
Os quartos são bem decorados, confortáveis e os quartos possuem uma rede na frente de cada um, o que é um ponto curioso. Essa é uma profissão que eu amaria ter se eu ainda morasse na Bahia: viraria sommelier de rede.
O café da manhã é um ponto forte do local: impecável.
No caminho de volta tinha um castelo
Como nós alugamos um carro para chegar de Salvador até a Praia do Forte, aproveitamos para passar na Torre de Garcia d’Ávila, também conhecia como Castelo Garcia d’Ávila. A construção foi iniciada poucas décadas depois do descobrimento do Brasil, em meados de 1551. Fez parte da história do Brasil e ocupou o lugar de maior latifúndio do país.
É considerada a primeira edificação portuguesa no Brasil e entrou em estado de ruínas a partir do século 19.
Hoje podemos dizer que o Castelo Garcia d’Ávila na Praia do Forte é uma das ruínas históricas mais antigas do país e um cenário de tirar o fôlego. Como figa em um lugar bem alto (você passará por uma estrada de terra para chegar lá) é maravilhoso sentir o vento da Bahia lá de cima. Sem contar o visual estonteante da Praia do Forte e do seu farol branco. Lindo!
Não podemos dizer que é uma construção medieval, mas sim um prédio de estilo medieval. Um exemplar raríssimo no continente americano.
A capela do local é uma viagem no tempo e foi reformada conservando as características originais. Outra atração é uma árvore centenária gameleira. Uma senhora centenária e belíssima que recebe os visitantes.
Como a visita é rápida, aproveite para gerar cliques lindos e bem instagramáveis, numa paisagem que a gente não esperava encontrar na Praia do Forte.
Onde
Castelo Garcia D’Ávila
Rua do Castelo, s/n – Praia do Forte, Mata de São João, Bahia
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