Montparnasse em Paris: por que ficar lá?
Eu não sei você, mas quando fui a Paris pela primeira vez eu idealizava abrir a janela do hotel, colocar um roupão branco de piquet e ir até a minha sacada contemplar a existência da Torre Eiffel, que por sorte a nossa, está lá até hoje. Obviamente isso não aconteceu. Enquanto nossas expectativas tem a textura de um de macaron da Ladurèe, a realidade é como um pão de queijo amanhecido da rodoviária do Jabaquara: dura, mas ainda assim gostosinha.
Quando estreei minha paixão por Paris em meados de 2010, escolhi um hotel perto do Boulevard Haussmann, entre o arrondissement 8 e 9. Não foi uma escolha assertiva visto que o objetivo da nossa viagem não eram as compras, mas ainda assim era Paris e o hotel ruinzinho era compensado pela padaria honesta que servia um pain au chocolat dos deuses. Só fui descobrir, anos depois que quase todos os pains au chocolat são assim.
Na minha segunda viagem para Paris fui salva pelo pessoal da Vasco da Gama Turismo. Eles me indicaram um hotel muito estratégico, bem pertinho da Torre. Não tinha visão do quarto, mas era só colocar a cara na rua e lá estava ela, linda e maravilhosa. (No final desse post coloquei um link sobre essa experiência com a agência de viagens).
Fiz minha terceira viagem para a França em 2017 e dessa fez queria ficar em um local diferente. Depois de uma conversa com uma amiga que conhece bem a França, cheguei a duas recomendações: explorar outros bairros e ficar no Hotel Le Littré, em Saint-Germain-des-Prés, pertinho de Montparnasse no 6o arrondissement. Vale dizer que Saint-Germain já é um bairro muito querido pelos brasileiros, onde fica o consagrado Café del Flore.
Conclusão: de todas (e de lavada) ficar ali entre Montparnasse e Saint-Germain-des-Prés foi a melhor localização que já fiquei em Paris e a que mais se adequa ao meu estilo de viagem.
Porque me apaixonei (por Montparnasse e Saint-Germain)
- Fica muito perto da Gare Montparnasse, um acesso ridiculamente fácil a qualquer ponto da cidade de metrô. E também às viagens intercidades, recurso que foi espetacular pois visitei outras cidades francesas além de Paris
- É um bairro boêmio, cheio de histórias
- É de lá que você terá A VISTA MAIS INCRÍVEL DE PARIS, a partir da Tour Montparnasse (Torre de Montparnasse), que é um prédio comercial com um observatório de vidro de onde dá pra ver Paris em 360 graus. Sabemos que a França não é fã de arranha céus, mas vale dizer que esse é o prédio mais alto do país
- Em Montparnasse você verá muito menos turistas do que no resto da cidade. Paris é considerada uma cidade pequena e recebe em termos de kilometragem quadrada, mas ainda assim recebe mais de 15 milhões de turistas por ano. Montparnasse é quase um oásis nesse sentido
- Lá tem o mercadinho Edgar Quinet, onde fiz achados queridíssimos
- Lá tem a Rue de Rennes, cheia das lojas amigas do bolso dos mortais como H&M, Zara, Yves Rocher, Uniqlo, Fnac e outras. E o Le Bon Marchè que, ainda não consegui conhecer
- Entre Saint-Germain-des-Prés e Montparnasse fica o Le Littrè, hotel com o qual quero me casar e ser feliz para sempre.
Vista do alto da Torre de Montparnasse: mais bonita que a vista da Torre Eiffel, porque dá pra ver ela de lá.
O topo de Montparnasse: chegue cedo (logo que abrir) pois é bem vazio pela manhã.
Montparnasse é uma boa para compras?
Definitivamente, SIM! Pertinho da Tour Montparnasse tem uma Galerie Lafayette, que em termos de suntuosidade, nada tem a ver com a famosa loja do Boulevard Haussmann. Mas que é uma versão mais pé no chão e com excelentes opções. E vale falar: muito mais vazia e sem filas.
A loja fica dentro do centro comercial da Rue du Depart, que tem outra loja em especial que vale visitar: a Nature & Découvertes. Essa loja é fabulosa e endereço certo para quem adora relaxar, fazer coisas ao ar livre, pra quem ama jardinagem, aromaterapia e atividades indoor ou outdoor. A loja é imensa e você acha de tudo lá: de pequenos objetos fofos pra casa a equipamentos para acampar, de velas a canivetes, enfim, um deleite para quem gosta de tratamentos naturais, chás, e afins.
Nature & Découvertes: essa loja é um belo exemplo de uma curadoria de produtos encantadores
A Habitat também é outra loja que fica ali perto e precisa ser visitada se você gosta de decoração. Além dos móveis lindos, que infelizmente não cabem na mala, a loja vende complementos apaixonantes como taças, copos, velas e objetos de decoração. Os preços não chegam num nível de humildade, mas são praticáveis mesmo depois da conversão.
O Monoprix é uma atração francesa que une padaria, farmácia, mercado e loja de departamentos. Faz parte do grupo Lafayette e tem várias lojas espalhadas por Paris. A de Montparnasse é uma das maiores que visitei e a área de cosméticos é um espetáculo. De NUXE a Caudalie, de Bioderma a Vichy, sempre deixo pra fazer minhas compras por lá. Sugiro reservar um tempinho pra essa área do Monoprix, cuja variedade é tão boa quanto das farmácias americanas.
Agora vamos falar de SERIOUS SHOPPING, no meu caso. Sério, uma viagem não fica completa para mim se eu não vou a pelo menos uma feirinha de rua. No caso, eu gosto de ir em várias. E Paris é uma cidade extremamente convidativa para isso. Fiquei mega feliz quando, no último dia em Paris consegui pegar o mercadinho Edgar Quinet aberto. Além das frutas e queijos tradicionais das feiras francesas, o Marché Edgar-Quinet tem produtos artesanais apaixonantes. Lá conheci a Rapha, que faz colares ultra estilosos de pedras e resinas. Tudo feito por ela mesma e um modelo mais lindo que o outro. Também me encantei com os cintos tressê de uma barraca com artigos artesanais africanos e pelas bolsas de palha feitas em Madagascar. Mas é pra quem adora garimpar, viu?
Le Littrè, o hotel que ganhou meu coração
Espaço em Paris. Sério, um hotel com espaço. Com dimensões generosas. Com um serviço apaixonante e um café da manhã espetacular. Esse é o Le Littrè, que fica em Montparnasse e pertinho de tudo que citei acima. O staff do hotel faz um esforço imenso para que você se sinta em casa. No primeiro dia, ao chegar no quarto fomos recebidas com macarons. No último dia fizeram a mesma surpresa. No dia seguinte, outra bela surpresa: um café da manhã de rei, com uma variedade de queijos pra ninguém colocar defeito.
Comer Chèvre no café da manhã é um achievement das férias que eu queria para a vida.
O hotel foi fundado em 1924 e depois de nove décadas consegue se manter caloroso e atemporal. Seu interior é totalmente reformado, possuindo elevadores, quartos para pessoas com mobilidade reduzida, sauna e Wi-Fi grátis.
Um close certeiro no meu prato da manhã: sim, o verde é salada, que é o pedágio pra comer queijo.
O pain au chocolat do Le Littrè é surreal de bom e crocante. E o Chèvre com geléia merece aplausos.
Na recepção 24h eles comercializam tickets do metrô com desconto, além de passeios com preços amigos. Outro serviço bacana do hotel é que eles guardaram minhas malas por 5 dias quando viajei para a Normandia. Para quem não fala francês ou inglês, eles possuem atendentes que falam português. E vale reforçar o quão amável é o atendimento!
Definitivamente eu AMEI me hospedar entre Saint-Germain-des-Prés e Montparnasse, que ficou ainda mais incrível com a experiência no Le Littrè.
Saiba mais sobre o Le Littrè e reservas.
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