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Entrevista com Banco de Alimentos de Santos

Boa notícia: o Banco de Alimentos de Santos conseguiu atingir sua meta no projeto de financiamento coletivo que eles buscavam. E nós aproveitamos esse bom momento para fazer uma entrevista com os responsáveis

O trabalho do Banco de Alimentos de Santos é de coletar alimento onde sobra e entregar onde falta. Este conceito é denominado “colheita urbana”. Os alimentos são coletados no final das Feiras, de barraca em barraca, transportados para a Kombi e levados para a Alemôa, onde líderes comunitários voluntários fazem a distribuição destes alimentos.

Como consequência, diminui-se o volume de lixo orgânico gerado, além de fornecer alimentos saudáveis.

Também trabalha-se a questão da conscientização sobre o desperdício de alimentos e o aproveitamento integral dos alimentos aos consumidores e comerciantes, por meio de oficinas com temáticas variadas nas comunidades atendidas, contribuindo também para o desenvolvimento local destas áreas, além da promoção de ações pontuais e organização de eventos.

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Desde agosto de 2013, os responsáveis pela iniciativa uniram-se a um grupo que, de maneira informal, já realizava esse trabalho na Feira-livre da Francisco Glicério em Santos.

Confira a entrevista e o vídeo:

Juicy Santos – O Banco de Alimentos já é bastante conhecido em São Paulo. Como surgiu a ideia de trazer a iniciativa para Santos?
Banco de Alimentos Santos – A ideia começou a ser colocada em prática em Julho (2013), quando eu e o Daniel, incomodados pela quantidade de alimentos desperdiçada, resolvemos dar nossa contribuição. Vimos que há muita preocupação com a destinação final dos resíduos sólidos secos e orgânicos, como reciclagem e aterrar de maneira adequada. Porém, percebemos que há muito o que ser feito numa fase anterior ao descarte. Então, começamos a pesquisar e visitar modelos de Bancos de Alimentos no Brasil e no exterior para criarmos nosso próprio modelo, o que resultou no Banco de Alimentos de Santos.

Nosso objetivo é o combate ao desperdício de alimentos através da “colheita urbana”, coletando onde sobra e entregando onde falta. Desde Agosto (2013), nos unimos a um grupo que, de maneira informal e pontual, já faz um trabalho parecido em uma Feira-livre de Santos, onde aprendemos na prática e contribuímos com o lado teórico das nossas pesquisas. Essa parceria serviu para testarmos várias ações em pilotos, pois nosso sonho sempre foi de atender mais feiras e mais comunidades. Até que em outubro, expandimos esse trabalho para outra feira, só que somente Daniel e eu fazendo todo o trabalho. O trabalho consiste em pegar os alimentos no final da feira e na sequência, entregar na comunidade. Este é o nosso diferencial comparado aos outros modelos de Bancos de Alimentos: coletar em Feiras-livres e entregar diretamente nas comunidades. Além disso, ofereceremos oficinas temáticas nas comunidades atendidas, além de trabalhar com a conscientização de consumidores e comerciantes sobre a questão dos desperdício de alimentos. E para que nosso sonho cresça ainda mais, lançamos um financiamento coletivo para que todos pudessem contribuir com essa inciativa.

 

JS – Quem são vocês e como se envolveram com a causa?
BAS – Nós dois temos um histórico profissional parecido, passamos por grandes empresas, trabalhamos com sustentabilidade, temos interesse pelo lado social e ambos participamos de um curso de Negócio Social, que de maneira simplista, busca utilizar os mecanismos de mercado para resolver um problema social. Até que o destino nos colocou em contato novamente e percebemos que estávamos buscando sonhos parecidos.

Gosto muito de cozinhar e sempre gostei de saber mais sobre alimentação saudável. Comecei a me preocupar mais profundamente com a questão do desperdício dos alimentos há 1 ano, quando coloquei uma composteira em meu apartamento em São Paulo para que, o que sobrasse de alimentos, pudesse ser reaproveitado virando adubo e fertilizante natural. Então comecei a estudar as iniciativas já existentes que trabalham com o desperdício de alimentos e pensei em trabalhar mais seriamente nesta questão. Foi então que eu encontrei o Daniel, que tinha acabado de voltar as Índia onde foi conhecer na prática o conceito de negócio social, trabalhando lá com turismo social. Ele voltou com o sonho de criar um negócio social que buscasse atender necessidades básicas do ser humano. Foi então em um processo de introspecção, percebeu que o desperdício de alimentos era algo que sempre o incomodou e que podia fazer mais do que já estava fazendo para essa causa. Então, começou também a pesquisar mais sobre o tema e decidiu abandonar a carreira para seguir atrás desse sonho.

 

JS – Quando começou?
BSA – A iniciativa começou em julho de 2013. Porém, nossa constituição legal foi em janeiro de 2014.

 

JS – Vocês aceitam voluntários? Como funciona?
BSA – Sim, os voluntários são essenciais! Estamos apenas nos estruturando e, em breve, estaremos aptos a receber voluntários! Aos que se interessarem, temos nossa página no Facebook e podem entrar em contato por lá: www.facebook.com/bancodealimentossantos
Em breve, nosso site também estará no ar.

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JS – Já existem empresas parcerias na região da Baixada Santista? Vocês estão abertos a esse tipo de parceria?
BSA – Estamos em busca de empresas que se identificam com a nossa causa e que gostariam de ser nossas parceiras. Atualmente, temos a Feira Solidária e o Ateliê de Cozinha Maisa Campos (clique para mais informações), como parceiros. Esta última, junto com outras pessoas e organizações, irão nos ajudar a alcançar o objetivo de oferecer oficinas nas comunidades, com temas como aproveitamento integral de alimentos, higiene, saúde, etc.

 

JS – A ONG também pretende realizar os conhecidos jantares beneficentes em Santos?
BSA – Não havíamos pensado nisso, mas é de se considerar. Pretendemos organizar eventos focados na conscientização dos comerciantes,consumidores e das comunidades, e essa pode ser uma alternativa para atingir esse objetivo.

 

JS – Qual o maior sonho de vocês através dessa iniciativa?
BSA – Que as pessoas se tornem conscientes sobre a questão do desperdício de alimentos e das consequências de suas ações no dia-a-dia. Desperdiçar alimentos num país (e num planeta) com tanta fome e tanta produção de lixo é, no mínimo, inconsequente.

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