Brinquedos do Bem, sorrisos e aulas de solidariedade na pediatria
Deitada no leito do setor pediátrico da Santa Casa de Santos, a pequena Luiza Medina, de 7 anos, mostrava-se pouco animada. Apesar da manhã de sol escaldante, a menina de cabelos longos não podia ir à praia, assim como suas amiguinhas da escola.
Estava internada havia 2 semanas, por conta de crises de bronquite asmática.
O bracinho furado, para a aplicação de medicamentos, deixava evidente a fragilidade da garota que, até a entrada da Dona Regina, pouco sorria ou movimentava-se.
Regina faz parte do projeto Brinquedos do Bem.
“Eu estava andando pela Rua Cunha Moreira, ali perto da Ana Costa, e vi uma caixa com bonecas, no lixo. As três estavam bem sujas, aparentavam pouco tempo de uso e muito de armário. Não resisti, levei para casa, higienizei e fiz uma doação no setor infantil de um hospital público”, relembra Mara, outra integrante, sobre o início da ação.
Passado algum tempo, novos brinquedos chegaram, mas dessa vez em grande quantidade. “Embalamos para presente e, com autorização da pediatra, fomos entregar diretamente para as crianças. O sorriso de um deles foi tão espontâneo, tão verdadeiro, que emocionou a todos nós e fez com que o projeto se concretizasse ali mesmo”.
Até que Luiza escolha seu presente, o pessoal do Brinquedos do Bem tem um grande e belo trabalho a ser feito. Além de recolher as doações, eles fazem uma triagem para que ninguém receba algo que não é adequado à idade, fazem a higienização, costuram roupas, procuram peças e deixam tudo novinho.
Assim que entram no quarto, as senhoras – que carregam sacos de presentes similares aos do Papai Noel – chamam a atenção tanto das crianças quanto de seus acompanhantes. O discurso começa com um bom dia animado e continua com a explicação do projeto.
“Nós temos como objetivo trazer um pouco de diversão para eles, fazê-los sorrir e esquecer a dor. Além disso, ensina-los a passar os brinquedos deles pra frente, quando não usarem mais. É uma forma de verem como é bom ganhar um presente que outra pessoa já não via graça”.
Assim que ouve o discurso, a pequena Luiza, que já pegou sua nova boneca e está abraçada com ela, começa a mexer nas coisas em sua cama. “Calma aí, moça, não vai embora”, ela pede, enquanto continua a busca. “Poxa, queria dar um ursinho que eu não brinco muito, pra você presentear alguém do outro quarto. Acho que a mamãe não pegou ele”.
Em todos os leitos, a recepção é calorosa e emocionante. “Achei muito bacana, traz alegria para eles e numa situação dessas, nada é mais gratificante do que ver seu filho sorrir”, comenta Glaucia Lizely, mãe da pequena Emanuela, enquanto abria o presente que havia recebido.
“Vamos abrir, vamos abrir, vamos abrir” era a única frase que se ouvia no quarto ao lado e em toda a ala, durante a visita que acompanhamos. Não fomos permitidos de fotografar o local, por razões éticas, mas da para imaginar os sorrisos, né?
Interessados em ajudar, com doações de brinquedos e jogos, podem entrar em contato diretamente na página do Facebook. Por ali, você fica sabendo para onde foram os seus brinquedos e pode acompanhar a felicidade de seus novos donos.