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Parque Palafitas e o projeto que vai construir moradias sustentáveis sobre o mangue na Vila Gilda

O Dique da Vila Gilda, na Zona Noroeste, vai ser o cenário de um projeto inovador, o Parque Palafitas. A estrutura sob as águas, que conta com uma série de planejamentos e estudos ambientais pela quebra de paradigma do novo tipo de construção, já tem a assinatura do prefeito Rogério Santos junto ao superintendente da SPU em São Paulo, Celso Santos. 

O plano de urbanização, que visa a substituir as palafitas por estruturas pré-fabricadas e construir prédios em áreas secas e próximas à via recebeu a licença ambiental. Trata-se de um plano sustentável. E os estudos apontam para áreas seguras em que podem ser realizadas essas construções, considerando a situação das enchentes. 

Além disso, a análise de viabilidade das fundações no solo, por se tratar de uma área de mangue, também demandou pesquisa detalhada. 

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“Hoje, não temos áreas disponíveis para produzir todas as moradias necessárias. Esses estudos trouxeram essa reflexão, que levou a esse projeto”, explica o secretário de Desenvolvimento Urbano, Glaucus Farinello.

Agora, com a cessão da área oficializada, o projeto avança mais uma etapa.

Juicy Santos - Parque Palafitas

Imagem: Prefeitura de Santos.

Novas moradias para 60 famílias do Dique da Vila Gilda

Serão cerca de 60 casas e o foco está nas melhorias de infraestrutura, priorizando as questões de saneamento básico que favorecerão tanto quem reside no local quanto a recuperação ambiental da região.

“Queremos ordenar as palafitas e promover a recuperação ambiental. Queremos que as pessoas habitem o local com o qual já estão familiarizadas, mas com dignidade. Com saneamento, energia elétrica e moradia adequada”, explicou o prefeito Rogério Santos. 

O lazer e a economia local também estão sendo tratadas como pautas importantes no projeto Parque Palafitas. Por isso, o projeto contempla também parques e equipamentos públicos para que os/as moradores/as possam ter, ao seu alcance, toda a estrutura necessária para viver, trabalhar e se divertir, sem precisar sair de seu próprio bairro.

“Nosso trabalho agora é vencer todas as questões e desafios técnicos. Vamos nos concentrar nesse projeto-piloto, conversar com a sociedade, para que possamos replicá-lo posteriormente, a médio e longo prazo”, completou o secretário de Desenvolvimento Urbano, Glaucus Farinello.

Juicy Santos - Parque Palafitas

Imagem: Prefeitura de Santos.

Quando o Parque Palafitas se torna realidade em Santos?

De acordo com a gestão municipal, a ideia surge em 2018 pelo escritório do arquiteto Jaime Lerner. A expectativa é que as primeiras moradias sejam entregues até o final de 2024.

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Farinello também relata que há um caminho a se percorrer para cumprir o prazo. Afinal, trata-se da maior área de palafitas no Brasil, com diferentes problemas sociais intrínsecos à relação das pessoas e da cidade:

Ainda temos que superar muitas barreiras como as ambientais, a busca de recursos, o que faremos com planejamento e trabalho técnico”, explica o secretário.

O que se afirma em defesa do projeto é que se trata de um resgate da cultura das pessoas que moram naquela comunidade e de um convívio mais equilibrado com o meio ambiente.

Nem tudo são flores

Mas o projeto-piloto já recebeu algumas críticas da comunidade. Entre elas, a de que existe uma reinvindicação de anos e anos do próprio grupo de moradores/as do Dique da Vila Gilda para regularizar a área para a permanência da população. As propostas envolveram mutirões e autogestão. No entanto, nunca foram atendidas em tais modalidades. Afinal, a área pertence parcialmente à União e se determina a proteção do ambiente por tratar-se de uma área de mangue, um ecossistema de extrema importância.

Os principais apontamentos dos habitantes envolvem desconfiança com a chegada da iniciativa privada e a passagem da área da União para a Prefeitura, justamente como reinvindicava a população nos anos anteriores.

Além disso, como se trata de um piloto, inicialmente para 60 famílias, a comunidade se preocupa com a continuidade do programa em sua dimensão integral, atendendo a todas as famílias que hoje habitam o lugar.

Essas e outras dúvidas precisam de debate mais profundo entre a população e o poder público para o que o Parque Palafitas, em sua proposta de atendimento tanto à população, como à economia e à proteção do nosso meio ambiente, atenda, de fato, as necessidades da cidade.

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