Que saudades de Santos sem celular, TV HD e internet
Quando criança na década de 70, sempre que ouvíamos alguém falar de algum lugar em Santos que não existia mais, sempre era alguém com mais de 60 anos. Essa idade era meio que uma referência de que grandes mudanças nas coisas da cidade acontecia nesse período de tempo.
Fotos: Novo Milênio e Werter de Jesus
A gente via a emoção nos olhos dessas pessoas contando de lendários lugares como o Parque Balneário, suntuoso de frente pro mar. Nunca imaginei que para minha geração, estaria contando para meu filhos tantas coisas de Santos sem ao menos chegar nos 50 anos de idade.
O tempo vai passando como sempre, mas cada vez mais as transformações radicais são muito mais rápidas. Nesse ritmo, acredito que em breve uma década apenas fará termos uma Santos para cada geração!
Hoje, aos 45 anos de idade, sendo da safra 1969, já sofro com a saudade de uma Santos que não existe mais. Uma Santos que vivi há pouco tempo que não tinha nem celular, TV HD e nem internet!
Uma Santos que convive com coisas ainda do passado mas que perderam o brilho original. Ainda vejo muita gente fazendo cursinho no Objetivo da Conselheiro Nébias, mas que hoje não vai comer aquele pastel delicioso com Gini do lado do Eldorado ou aquele que tinha um dim dim a mais e podia almoçar no restaurante no andar superior desse supermercado – que aliás, era o único super da cidade.
Ainda vejo muita gente zanzando na área da Tolentino Filgueiras, Luiz de Faria e Ana Costa entre restaurantes e hoje apenas o Roxy, quando ali era a verdadeira Cinelândia com a fila que virava a esquina nas ruas com as grandes estreias em todos os Iporangas, os Indaiás, e ainda podiam ver reprises de grandes sucessos no Studio Atlântico e Cine Independência.
Ainda vejo muita gente no período de volta as aulas com suas listas de materiais mas que não sabem que felicidade era quando conseguia chegar sua vez de ser atendido na Martins Fontes em plena Praça Independência e do lado aliviava a fome no Hot Stop.
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Mas apenas na memória daqueles que hoje não sabem se são “velhos”ou “coroas” sem nem ter chegado aos 50 ficaram a Zoom e a Lofty e a Pirata, quando os melhores lugares de balada eram no coração do Gonzaga e na maravilhosa Ilha Porchat, quando frio do inverno ficava mais aconchegante no Zum Fass, quando o melhor Carnaval era no Sírio Libanês, quando depois de uma caminhada gostosa na praia, o melhor mate gelado era do “Paraná”.
Poderia aqui listar muitas coisas de uma Santos que vivemos há pouco e que hoje não existe mais na Santos dos que viveram pouco. Mas o mais importante é que mesmo que muito do que Santos marcou , mesmo que na memória, ainda inspire quem viveu nela a continuar amá-la e fazê-la a cidade que sempre amaremos!
*Rick Santos é jornalista e locutor da Rádio Rock 102, onde produz a programação e apresenta O Rebu, de segunda a sexta-feira, às 17 horas.