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Nova Bandeirante de Tecidos, há mais de 50 anos na Rua João Pessoa

Uma fachada simples, como se tivesse sido feita à mão.

Em letras garrafais azuis e números vermelhos, exibe o nome da loja e os telefones para contato. Não há qualquer tipo de design, mas as manchas deixadas pelo tempo ajudam a esclarecer, caso o número do fax não seja suficiente: o número 50 da Rua João Pessoa abriga um estabelecimento histórico, no Centro de Santos.

Há 55 anos, Neder Simão Dib Daud está à frente do negócio, uma das poucas lojas de tecidos em Santos que resistiu ao tempo. Inicialmente, a Nova Bandeirante de Tecidos era administrada por ele, seu irmão e cunhado. Com o tempo, apenas o senhor de voz rouca e (poucos) cabelos brancos segue no comércio.

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“O meu cunhado faleceu e meu irmão se afastou. Agora sou só eu, minha senhora e a minha filha. Ela é advogada, entende tudo de computadores e me ajuda com essa parte”, explica, entre um atendimento e outro.

Apesar de a tecnologia ter sido instalada no estabelecimento –  que aceita todos os cartões de crédito e débito -, o ar dos anos 60 continua forte como sempre foi.

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No balcão, onde Neder Simão trabalha na maior parte do tempo, estão um telefone de disco, que já foi branco, mas atualmente tem a cor desbotada (como um registro de tantas décadas de trabalho), uma calculadora com botões grandes na mesma cor e um bloco de recibos para preencher a mão.

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O tamanho e organização também diferem das lojas da atualidade. Os tecidos são separados por tipo e cor, em prateleiras na lateral da loja, o que garante um extenso corredor livre. Não ha peças tumultuadas no meio do caminho. No fundo, existe outra área com mais tecidos expostos da mesma maneira.

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“Eu tenho muita variedade aqui, acredito que somos a maior loja da região. É difícil alguém chegar e não encontrar o que está procurando”.

Os raros casos em que o cliente volta para casa sem o tecido podem ser explicados por um fator: o tempo. Segundo Simão, as mudanças que a moda teve desde que a loja foi inaugurada são mais difíceis de acompanhar do que a tecnologia em si.

Isso porque os tecidos ganham novos nomes com frequência e, às vezes, fica difícil acompanhar a nomenclatura.

“Eu conheço todo o material que temos aqui. Mas outro dia uma moça veio aqui e eu não sabia o que ela queria. Ela voltou com o pano comprado e eu falei, nós temos esse tecido aqui, mas conheço com outro nome. Ela pagou mais caro na outra loja”, lembra, com um sorriso tímido.

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Quem passou pela loja no dia que começou a funcionar (ainda na Senador Feijó) ou vai pela primeira vez é atendido da mesma maneira, com sorriso no rosto e atenção total. Quando perguntado sobre o motivo do sucesso no decorrer dos anos e como se sente a respeito disso, ele dá de ombros e diz: “eu acho que, sei lá… eu trabalho da melhor maneira possível dia após dia”.

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Jornalista,