Conheça a história da construção das rodovias Anchieta e Imigrantes
Milhares de carros utilizam diariamente as vias SP-160 e SP-150, que constituem o sistema Anchieta-Imigrantes, seja para chegar a São Paulo para trabalhar ou desfrutar as praias do litoral.
Dia desses, era eu quem pegava a estrada.
Pela primeira vez subindo a serra, a então pequenina Victória ficou indignada com a imensidão da construção. “Você não parava de perguntar como eles tinham feito uma pista no meio da serra; como furaram os túneis; onde ficavam durante a obra e mais mil questionamentos que nenhum de nós sabíamos a reposta”, lembrou Dona Cida (minha mãe), aos risos.
A cena se repetiu mais tarde, mas novamente eu estava junto de pessoas que não sabiam como responder às minhas perguntas.
Então, como boa repórter, resolvi ir atrás da história da construção das rodovias Anchieta e Imigrantes.
O primeiro caminho ligando SP a Santos foi construído pelo Padre José Anchieta, durante o século XVI. O caminho exigia habilidade, pois, em alguns trechos, era necessário agarrasse às raízes para seguir.
Um século depois, era possível fazer o percurso com ajuda de burros.
Foi em 9 de junho de 1939 que Adhemar de Barros, então interventor de São Paulo, deu ordem para o início da construção de uma estrada que ligasse a capital paulista ao porto de Santos.
Planejada pelos engenheiros Ariovaldo Viana e Dario de Castro Bueno, a Anchieta tinha capacidade prevista para algo em torno de 16 e 18 mil veículos por dia.
Imagem: Fundação Arquivo e Memória de Santos
Suas obras foram paralisadas diversas vezes. Mas, em abril de 1957, a primeira parte da construção (a pista ascendente) foi entregue. Dois anos depois, a outra metade passou a ser utilizada.
Não há registros exatos sobre o número de trabalhadores envolvidos na construção da Anchieta (estima-se que cerca de 2 mil).
Já a obra da Imigrantes, entregue em 1976, foi dividida em etapas: primeiro, uma estada de serviço foi aberta, para dar acesso à serra; uma estrada de 39 quilômetros de extensão foi construída, em concreto e asfalto, com 300 metros de pontes metálicas.
Trabalharam nela 15 mil operários, 100 engenheiros e muitas máquinas.
Imagem: Imigrantes, 1980/Novo Milênio
Para proteção do solo, um milhão de metros de grama foi plantado. Mesmo nos anos 70, a preservação ecológica foi levada em conta, por isso arbustos e gramas acompanharam toda a via.
Os locais que serviam para acampamento das obras tornaram-se bairros e, até os dias de hoje, abrigam famílias. É o caso da Cota 400, em Cubatão.
Em 2002, quando a rodovia já estava sob concessão de uma empresa particular, a Imigrantes ganhou a tão falada segunda pista para descida.
Espero que isso ajude a responder os filhos curiosos 😀