BBS de Santos
Os nerds caiçaras de longa data vão se emocionar: você lembra das BBSs santistas? Elas se foram há muito tempo, abrindo espaço para os provedores de acesso de Santos, que por sua vez também já se foram em sua maior parte… snif. Mas esse post não é para fazer ninguém chorar, mas vamos relembrar uma época que já se foi e que se fez fundamental para construir o início da Internet em Santos.
Dizem que Santos é uma das cidades mais conectadas do país mas por volta de 1996, por incrível que pareça, muitas das pessoas que acessavam a Internet podiam ser contadas. Eram centenas, e ainda assim dava para quase todo mundo se conhecer fazendo valer aquele ditadinho que todo santista adora balbuciar: Santos é um ovo. E os “nerds” de Santos (que naquela época não eram geeks ou descoladinhos) cabiam num ovo de codorna.
O meio embrionário da Internet caiçara foram as BBSs, onde os primeiros nerds se conheceram, trocavam arquivos e conversavam, em monitores que às vezes nem coloridos eram. Lembre-se que estamos falando do começo de 1996, e agora chore vendo esse recorte do jornal A Tribuna.
A lista das BBSs está do lado direito desse recorte de 06 de agosto de 1996. Observem o formato dos telefones com um número a menos (sem o 3 na frente)… UAU!
Se você não sabe o que é BBS, não se acanhe. Não eram muitas pessoas que tinham acesso a isso na época. Calculo que essa memória está restrita a umas 300 pessoas aqui em Santos, superestimando. Basicamente as “bulletin board system” conectavam computadores através de uma ligação telefônica visando troca de arquivo, chats e etc.
Posso citar algumas que eram mais famosas: Apocalypse, Baixada Santista, Crazy (que depois também virou uma loja de Informática no Shopping Balneário), Cygnus, Creative, Genesys, Kiss, Iron (que depois virou um provedor), Litoral (que também virou provedor), Micro Group, Montoro, entre outras.
O cenário da época não era nada favorável: os celulares ainda não eram território da classe média, ninguém fazia idéia do que era uma câmera digital (a Fotótica ainda ganhava muito dinheiro), os computadores eram carroças chamadas de 486 ou Pentiums recém nascidos e tinhamos o hábito estranho de chamar nossos pendrives de disquetes, que por sua vez nunca andavam sozinhos, mas em família.
A evolução disso tudo foi muito rápida, mas não dá para esquecer os primórdios da Internet Caiçara que começou nas BBSs, passou pelos chats web por um curtíssimo período de tempo e depois se pulverizou no mIRC. Mas isso fica para o próximo post…
PS.: Agradecimento ao Thiago França (ou Kiss BBs) por ter guardado esse recorte de jornal por 16 anos!