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Maio Roxo mobiliza pacientes de doenças inflamatórias intestinais

Assim como as mais conhecidas campanhas que relacionam um mês à uma cor, como Outubro Rosa e Novembro Azul, o Maio Roxo é uma campanha que tem como objetivo chamar atenção para um assunto que é novo porém muito necessário: a importância do diagnóstico das doenças inflamatórias intestinais.

Para entender o que é, o tratamento, quais as doenças que englobam e como é viver com a doença, conversamos com a médica presidente do Grupo de Apoio às Doenças Inflamatórias Intestinais da Baixada Santista (GADIIBS), Bianca Schiavetti.

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Ela explicou um pouco sobre o assunto.

“As Doenças Inflamatórias Intestinais (DII) são crônicas e não tem cura. Cursam com períodos de atividade e períodos de remissão. A pessoa nasce com uma alteração genética que a predispõe a ter a doença. Mas o início do processo inflamatório está relacionado com a alteração do sistema imunológico e com gatilhos externos – como alimentação industrializada, cigarro, uso de antibióticos, infecções, etc. Os sintomas são inespecíficos, ou seja, comuns a outras doenças. Entre eles, observamos dor abdominal, diarreia, anemia, febre, perda de peso, muco e sangue nas fezes. Isso faz com que o diagnóstico seja muitas vezes difícil e demorado” explica.

Vivendo com a doença inflamatória intestinal

A faixa etária que apresenta a maior incidência e prevalência é entre 20 e 60 anos.

O carateca Felipe Agra, 19 anos, contou como foi o período de descoberta e a dificuldade do diagnóstico, após os sintomas de dores abdominais fortes, fraqueza e uma anemia severa.

“Eu tinha acabado de voltar de uma competição, no Campeonato Brasileiro de Karatê em 2016, quando um se iniciou um abcesso. Fiquei sete meses parado entre internações e cirurgias e até esse momento eu não tinha um diagnóstico. Internei várias vezes e chegaram a dizer que era pancreatite, gastrite mas nada de pararem as dores. Até que conheci a Dra. Bianca que me deu o diagnóstico. Todos os sintomas começaram em 2014 e só fui ter um diagnóstico em 2016”.

Além dos sintomas internos, a médica relata que podem haver manifestações extra-intestinais, com doenças de pele, articulação, olhos, entre outras.

Saiba mais sobre doenças inflamatórias intestinais

Uma das doenças que se caracteriza como DII é a Doença de Crohn. A profissional explica que ela acomete todas as camadas de qualquer segmento do aparelho digestivo, da boca até o ânus. Além disso, intercala áreas doentes com áreas saudáveis. Pode se apresentar somente como inflamação, ou também com estenoses e fístulas.

Já a Retocolite Ulcerativa é restrita à camada mais superficial somente do intestino grosso e tem o processo inflamatório contínuo.

Nos casos mais graves da doença, pode ser indicada a remoção total do intestino grosso e uso definitivo de bolsa de colostomia.

“Quanto mais rápido o diagnóstico, maior a chance do início do tratamento adequado. É o que chamamos de “janela terapêutica”.

O atleta conta que, no início, foi difícil lidar com o diagnóstico.

“É como se eu tivesse que aprender a viver novamente, porém hoje, depois de tudo que passei, acredito que sou uma pessoa melhor em diversos aspectos, mas principalmente em ter mais cuidado comigo mesmo”.

Por meio de um programa da empresa farmacêutica Janseen, Agra recebe um medicamento específico. Todos os meses, faz uma infusão endovenosa de um medicamento de auto custo em que todo mês. Foi essa terapia que o ajudou a voltar a ter uma vida normal, pois o tratamento é para a vida toda.

Maio Roxo em Santos

Em Santos, o Grupo de Apoio a Doenças Inflamatórias Intestinais da Baixada Santista (GADIIBS) reúne mais de 400 pacientes de toda a região. Eles se conectam para falar sobre a doença, encontrar soluções, debater políticas públicas e trocar experiências.

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Neste mês do Maio Roxo, o GADIIBS está realizando diversas ações para conscientizar a população sobre essas questões.

Acompanhe a agenda do Maio Roxo em Santos nas redes sociais do grupo.

*Texto por Lais Mazagão, jornalista, em colaboração para o Juicy Santos

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