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A tristeza da dor física e a importância das escolhas

Já são 42 dias de dor, variando entre moderada e severa.

Depende do dia. Se mais frio, se mais corrido. Se dá para ficar em casa de repouso ou se os compromissos lá fora exigem movimentos – inclusive mentais e estratégicos.

Uma dor física, presente de um deslocamento da caixa torácica. Sim, é possível. Eu também nem imaginava.

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Resultado de uma escoliose ao longo da vida, agravada por tensão da musculatura e uma freada brusca quando o estado já era delicado.

www.juicysantos.com.br - a tristeza da dor que sentimos

A dor em nós

A dor física entristece. Porque machuca realmente. Porque cria pensamentos complicados.

Será que eu vou conseguir dançar de novo? Pegar minha cachorrinha no colo? Deixar as pessoas me abraçarem forte?

Será que eu, tão independente há tanto tempo que nem sei quanto, vou perder autonomia?

E parece que, quanto mais tristeza a gente sente pela dor, mais ela dói. Um ciclo difícil de não se render. Uma luta constante entre injeções, medicamentos, acupuntura e fisioterapia.

Algumas das sessões de fisioterapia aos prantos.

Há 42 dias.

Mas vejam só como em tudo é possível enxergar o copo cheio. A tristeza de uma dor física fez lembrar a importância das escolhas. E, nesse mais de mês, eu fiz algumas escolhas novas e importantes.

É sobre aceitação, realmente. Do que se pode mudar e do que nunca vai mudar.

De não se esperar o mesmo que a gente fez por algo ou alguém. Um amigo meu sempre diz que a expectativa é a mãe da frustração. A escolha, no entanto, é responsabilidade exclusiva nossa. Inclui desde escolher me dedicar aos exercícios da fisioterapia até em que e em quais relações colocar energia.

Dá pra esquecer aquilo que dói

Na hora que a dor me empurrou para as novas escolhas, em um momento de muitas demandas e revoluções, o resultado foram laços retomados e outros fortalecidos em uma rede acolhedora e fiel.

Gente querida que me cobrou o entendimento de que sim, mais pausas entre uma atividade e outra serão necessárias.

Que sim, podemos chorar juntos, mas principalmente sempre se dá um jeito de sorrir e se animar novamente. E quando isso acontece dá até para esquecer aquilo que dói, no corpo e no coração.

O livro dos ressignificados, de João Doederlein @akapoeta

São 42 dias de desafio, que ainda se estenderão por mais não sei quantos. Mas também foram 42 dias de clarividência. De sentimentos bons e caminhos que crescem mais fortes do que qualquer dor.

P.S.: Meu muito obrigada às meninas aqui do Juicy que compreenderam os atrasos nas entregas dos meus textos <3

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Suzane é santista e cofundadora da plataforma Mulheres Ágeis e da consultoria ComunicaMAG. É jornalista, mestre em sociologia, professora e escritora. É autora do livro “Tem Dia Que Dói – mas não precisa doer todo dia e nem o dia todo”. Mãe orgulhosa da vira-latinha Charlotte.

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