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Copa de 98: a mais pop de todas

Nasci em 1979. Minha primeira Copa “consciente” foi em 1986. O primeiro título, em 1994. Mas, há 20 anos, acontecia o Mundial em que o clima parecia mais favorável. E a primeira grande decepção que a bola me deu.

Foi na França, em 1998.

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Legal, primeiramente, lembrar o contexto daquela Copa.

Como campeões, não jogamos as Eliminatórias. Foram quatro anos de amistosos, alguns muito bons, como no Torneio da França (com aquele do gol de falta do Roberto Carlos) ou a vitória contra a Alemanha, na casa deles, pouco antes da competição. Na torcida, havia um clima de “essa Copa ninguém tira da gente”.

Isso se refletia em vários campos. Na música, a Universal Music lançou um CD com músicas alusivas a futebol – a versão disco do Jota Quest para Pra Frente Brasil virou um clássico.

O Skank emplacou É uma partida de futebol no CD oficial da Copa, cujo carro-chefe era “La Copa de La Vida”, do Ricky Martin (Allez, allez, allez/Go, go, go/Allez, allez, allez)

Na publicidade, os jogadores canarinhos eram figurinhas fáceis, como o próprio Roberto Carlos e Ronaldo Fenômeno, na época considerado o melhor do mundo.

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A própria campanha da Nike no aeroporto, ao som de Mas que nada, tocada ao piano por Sérgio Mendes, virou outro clássico instantâneo da publicidade.

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Até os games oficiais da Copa de 98 tinham clássicos dos anos 90 como trilha: Blur, com Song 2. (Fifa 98 – Road to World Cup) e Chumbawamba, com Tubthumping (“I get kocked down/But I get up again/ You’re never going to keep me down”), no jogo oficial do torneio.

Olha só…

O álbum de figurinhas, claro, bombou. E na TV, pasmem, havia cinco (!!!) canais abertos transmitindo o evento: Globo, Band, Record, SBT e Manchete (#RIP), além de mais dois na TV a cabo: Sportv e ESPN Brasil. A imprensa cobriu em peso aquele Mundial. Até Susana Werner, então namorada do Fenômeno, estava no time da Globo, fazendo tabelinha com Pedro Bial nas arquibancadas.

Dentro de campo, teve de tudo. A carequinha do goleiro francês Barthez, também lembrado por erguer as bermudas a ponto de aparecer sua cueca.

Tinha os romenos de cabelo tingidos de loiro e David Beckham na era ‘pré-Victoriana’ aguçando os olhares femininos.

E o Brasil foi, aos poucos, caminhando até a decisão. Não sem antes o drama e a redenção de Taffarel na semifinal contra a Holanda, pegando dois pênaltis.

Ah, a final…. O susto da ausência de Ronaldinho na escalação oficial. A presença depois de um Fenômeno sem condições de jogo. Zidane apresentado aos brasileiros. Taça com os donos da casa.

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A Copa mais pop de todas, apesar de não nos dar o penta – só veio quatro anos depois -, deixou saudade numa geração.

*Anderson Firmino é jornalista de A Tribuna desde 2006.

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