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Por que tem tanta umidade em Santos o ano todo?

Tempo de leitura: 5 minutos

Santos é famosa por muita coisa: o maior porto da América Latina, as praias cheias no verão, os jardins à beira-mar, o café, o futebol. Mas quem vive aqui — ou passa mais que um fim de semana — percebe rápido um detalhe que está em todos os lugares: a umidade.

Não importa a estação do ano, o ar em Santos parece sempre carregado, denso, pegando na pele. Mas por que isso acontece? O que faz a cidade ser uma das mais úmidas do Brasil?

Spoiler: tem a ver com mar, morro, vento, calor… e um monte de fenômenos naturais que a gente vai destrinchar por aqui.

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Santos e sua geografia que retém vapor

Santos está espremida entre o Oceano Atlântico e a Serra do Mar, em uma faixa de planície litorânea a poucos quilômetros da capital. Essa posição estratégica, perfeita para o porto, também cria as condições ideais para o ar ficar saturado de umidade.

De um lado, o mar: uma fonte infinita de vapor. Do outro, a serra: um paredão que impede esse ar úmido de avançar para o interior sem antes subir, se resfriar e virar nuvem. A receita perfeita pra… chuva. E mesmo depois que chove, o ar continua pesado, úmido, quase que permanente.

O clima não colabora (ou colabora demais)

Santos tem um clima tropical úmido, com temperaturas médias entre 18 °C e 22 °C e chuvas bem distribuídas ao longo do ano. A cidade praticamente não tem estação seca. O mês mais seco ainda chove bastante — o que já dá uma pista de por que tudo parece tão molhado o tempo todo.

A protagonista dessa história é a Massa Tropical Atlântica, que traz ar quente e úmido direto do oceano. Os ventos do nordeste — puxados pelo sistema conhecido como ASAS (Alta Subtropical do Atlântico Sul) — funcionam como uma esteira, transportando essa umidade direto pra cá.

E tem mais: frentes frias (comuns no inverno) e a famosa ZCAS (Zona de Convergência do Atlântico Sul, mais ativa no verão) também despejam água na região. Mesmo quando a chuva passa, a evaporação garante que o ar siga saturado.

A gente já explicou um pouco aqui sobre a neblina que às vezes paira sobre a cidade.

Ah, e não dá pra esquecer das brisas marítimas: elas sopram do mar pra terra durante o dia, trazendo mais ar úmido, até mesmo quando o céu está azulzinho.

Números que impressionam

A média anual de chuvas em Santos ultrapassa os 3.100 mm — isso dá mais de 260 mm por mês. E sim, até nas estações “menos chuvosas”, a água não dá muita trégua. Resultado? Umidade relativa do ar lá em cima. Sempre.

Mesmo sem dados específicos atualizados sobre a umidade relativa na cidade, a combinação de mar, relevo, clima e ventos não deixa dúvidas: é difícil escapar do ar molhado, das roupas que demoram a secar e dos cabelos que teimam em não colaborar.

E o impacto da umidade nos imóveis em Santos?

A umidade constante, somada à salinidade do ar, afeta bastante os imóveis em Santos — especialmente os mais próximos da orla. O resultado vai além do desconforto: são manchas, infiltrações, mofo e danos que, se não forem tratados, viram dor de cabeça.

Veja alguns efeitos bem comuns da umidade em Santos

  • Manchas e infiltrações: comuns em alvenarias sem impermeabilização. Não só comprometem a estética, como danificam os materiais.
  • Eflorescência: aquelas manchas brancas que aparecem em paredes e tijolos, causadas por sais que sobem com a água e reagem ao chegar à superfície.
  • Revestimentos que descolam: quando a umidade e o sal corroem a aderência da argamassa, o revestimento da parede começa a soltar.
  • Mofo e bolor: aparecem em ambientes pouco ventilados e com pouca luz solar. Além do cheiro característico, danificam móveis e prejudicam a saúde.

Dentro de casa, o estrago continua

Móveis de madeira sofrem com o inchaço, empenam, racham e até apodrecem. O ambiente úmido também favorece o surgimento de cupins e fungos. Já os metais? Enferrujam mais rápido, principalmente com a salinidade vinda do mar.

E falando em salinidade…

O sal agrava tudo

Pra quem mora perto da praia, a umidade já é um desafio. Mas com o sal transportado pelos ventos, os problemas se intensificam. Os sais se depositam nas superfícies e, junto com a umidade, aceleram ainda mais a deterioração dos materiais — desde as paredes até os móveis.

Santos: úmida, sim. E lindamente litorânea

A umidade em Santos não dá folga — mas também faz parte do charme da cidade. Está nos dias nublados, na pele grudenta depois da praia, nas janelas embaçadas e até nos problemas com mofo. Mas está também na mata verde da serra, nos chuviscos de verão e na brisa do mar que refresca o fim da tarde.

Faz parte de morar aqui. E, mesmo quando incomoda, é difícil imaginar Santos sem essa atmosfera única.

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Valentina Tilly
Texto por